Sem Saída

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Lia Cooper 

Sentir a respiração do Eduardo em meu pescoço, era uma delícia.
 Seus músculos estavam soltos.
 Eu estava com as pernas em volta de sua cintura, sentindo seu desejo ainda dentro de mim. Ficamos em silêncio por alguns minutos, enquanto seus movimentos permaneciam no mesmo ritmo.
Querendo vê-lo, prendi seu rosto com as mãos e o fiz olhar pra mim. Nesse momento sua voz roca saiu, e em sussurros disse:

- Isso não devia estar acontecendo.
Vi lágrimas brotarem em seus olhas, bem como arrependimento.
Mas ao mesmo tempo, havia lampejos de pura satisfação.
Seus ombros estavam relaxados, e a tranquilidade que seus carinhos me passavam, mostravam o quanto ele estava sentindo prazer.
Na verdade eu acho que naquele momento, ele estava lutando contra ele mesmo. Sua cabeça não aceitava o fato dele estar ali comigo, mais coração, e principalmente seu corpo, não conseguiam me deixar. E eu não queria que ele me deixasse.

Por isso não me contive e o beijei novamente. Enfiei minha língua em sua boca, engolindo todas as suas palavras. 

Ele retribuiu, e ainda aprofundo o beijo enquanto acelerando suas estocadas.
Ele parecia insaciável. E eu não conseguia não reagi. Me mexi o máximo que dava para incentiva-lo.

De repente, senti a pele no meu rosto umedecer, e somente por isso interrompi o beijo.
E ao perceber que eram lagrimas, vindas de Eduardo, aproximei minha boca do seu ouvido e sussurrei:

- Relaxa, esquece de tudo e todos. Fecha os olhos, sinta apenas esse momento. Eu prometo que depois tudo ficará bem. Só se deixe levar.

Eu sabia que ele estava vulnerável. Ouvi dizer que se ele perdesse esse caso, muitos outros cliente deixariam o escritório, e minha mãe não estava facilitando.
Ele estava precisando extravasar, e senti isso quando ele não parou o ato, e também pelo fato dele ter ido até o fim, duas vezes seguidas. 


Eduardo Sanchez 

Por mais que eu soubesse que isso estava errado, senti-la estava me fazendo muito bem. Ela tinha um corpo incrível, e sua juventude me excitava. 
No começo, iniciei aquilo sem pensar, estava me sentindo sufocado, e ela parecia ser o ar que eu precisava no momento. Mais claro, depois que cai em mim e percebi o que estava fazendo, já era tarde. Chorei, e não me envergonho de dizer, pois o arrependimento me pegou. Mais eu não conseguia parar, a cada estocada, sentia meu corpo relaxar. Era como se eu estivesse flutuando em um mar de paz. E quando ela sussurrou aquelas palavras, que eu tanto precisava ouvir, não me contive e fui até o fim, duas vezes seguidas. 

Depois disso, sem dizer uma palavra, parei.
  Lia encarou aquilo como o fim. Pois em silêncio, desagarrou suas pernas da minha cintura, desceu da mesa, arrumou o vestido, me deu um beijo na bochecha e saiu. Ela não quis conversar, ou fazer joguinhos. E eu fiquei ali, tentando entender o que aconteceu.
(...)


 Enquanto me arrumava, tentei ponderar o que iria fazer, porque ao mesmo tempo que me odiava, me sentia bem. Eu sei, foi errado, nojento até, afinal ela é minha enteado. Mais eu havia gostado, e mais, senti que era exatamente aquilo que me faltava para recuperar as forças. 
Mas ao voltar para o salão de festas e ver minha esposa, tive a certeza que precisava fazer algo a respeito, pois isso estava saindo do controle. 

Suzana Sanches

Era segunda feira, eu  estava em casa vendo site fofoca, quanto uma carta destinada a mim chegou. Sabia o que ela dizia antes mesmo de abri-la, pois aquela letra eu conhecia bem.

É, parece que a volta da Lia não só trouxe meus pesadelos de volta, como pessoas que eu jurei esquecer.  


(...)

O Domingo em questão estava ensolarado. Vi quando lia pegou um livro e sentou na cadeira perto da piscina. E escolhi aquele momento para me aproximar. 

- Oi Lia, não sabia que gostava de ler. - disse tentando quebrar o gelo, mais claro que sua resposta seria curta e grossa.

- E como poderia Suzana? Quando eu sai daqui, mal me conhecia. 
Revirei os olhos, mesmo sabendo que era verdade.

- Não vim discutir. Vim pedir um favor. 
Isso a fez soltar o livro, arquear a sobrancelha e perguntar:

- Você quer um favor? E de mim? - ela parecia meio surpresa, meio debochada. 
- Sim. E não é tão difícil assim de acreditar e fazer. - cuspi indiferente, assim como ela com sua resposta.

- Diga Suzana. 
- Quero que me acompanhe a um lugar. 
 Ela me olhou desconfiada.
- Que lugar seria esse?
- Na casa do seu tio. 
- Tio? Que Tio? - indagou com firmeza
- Caio Cooper, ou melhor dizendo, o tio Caim, como você mesmo o chamava.
Vi por sua expressão, que a lembrança estava chegando.
- Claro, o tio Caim. Faz anos que não o vejo, quase não me lembro dele.
- Graças a Deus. - sussurrei.
- Disse algo?
- Não. O fato é que ele quer te ver, ele esta na cidade, ou veio pra cá quando soube que você havia voltado. 
 Agora ela me olhava com cara de suspeita.
- É mesmo? Ok, eu vou com você encontra-lo. Mas me diga Suzana, porque isso seria um favor a você?
Por um segundo ponderei minha resposta.
- Porque ele quer vir até aqui, e você sabe que a família do seu pai é meio fuleira, não quero passar vergonha perto de Eduardo.
Eu sabia que aquela explicação a deixaria irritada. Ela amava o pai e tudo que fosse ligado a ele. E como previsto, Lia jogou o livro sobre uma cadeira e saiu bufando.
Mais o que mais eu poderia ter dito?

(...)

Eu estava olhando para o meu belo relógio, enquanto orava para o tempo passar rápido.

A minha frete Caio e Lia conversavam empolgados. Confesso que por um momento achei que minha filha não viria, ou que não gostaria do tio, mais assim que se viram, se deram bem. Claro, eles eram parecido. E isso me trouxe a lembrança de Fernando. Ah se ele me amasse, teríamos sido felizes, assim como no começo do casamento, assim como éramos antes da Lia nascer, porque depois do nascimento dela, o amor dele era só dela. Eu sei que não é saudável sentir inveja da minha própria filha, mais não consigo me conter, eu sei que a amo, mais me irritava olhar para ela por muito tempo, e agora que ela estava ao lado do Caio, isso só aumentava. 
(...)

Quando ele se despediu da Lia, me senti aliviada, o que não durou muito tempo, pois ele veio até mim:

- Não vou me contentar só com esse encontro. Quero manter um relacionamento com ela.
Ao ouvir aquilo, suei frio e olhei bem nos olhos dele.
- Não foi esse o combinado Caio.
Ele riu. 

- Ela precisa do Tio por perto. Você já a afastou de mim quando meu irmão morreu, e você sabe que eu não queria isso. Quero e vou tê-la na minha vida Suzana. Estamos entendidos?

Eu sabia que não teria opção, não quando isso significava manter  minha família inteira. 
- Por mim tudo bem, não me importo, desde que ...
- Desde que não mexa com seu amor, Eduardo, e seu filho Jhon, fruto desse amor. - Disse ele em tom de deboche me interrompendo. 
- Pobre Lia, quando deixou de te servir, foi deixada de lado. Mais agora eu estou aqui. 

Nem ao menos pude contesta-lo, pois rapidamente se virou e foi embora. Quando olhei para trás, Lia já estava no carro me esperando. Dei graças a deus por ela não ter ouvido nada daquilo.

MEU PADRASTOOnde histórias criam vida. Descubra agora