Quando terminei de escrever finalmente recebi uma mensagem de Joyce.
Joyce: Estou viva, não se preocupa. Estou mais que viva, estou vivendo! Cheguei às cinco da manhã em casa e dormi até à tarde e depois levei um sermão de uma hora para depois poder comer. Minha mãe está P da vida comigo After, então não vai rolar de sair com vocês em um futuro próximo. Ela foi muito clara quando falou 'Joyce você vai de casa para a escola e da escola direto para casa' então todos os nossos planos foram arruinados.
"Parabéns para você, querida" — foi a única coisa que digitei.
Decidi tomar um banho para refrescar a cabeça. Demorei quase vinte minutos e quando me vesti meu celular tocava. Joyce. Esperei ela ligar pela terceira vez apenas para ter um gostinho de satisfação, afinal, ela fez isso comigo também.
—Finalmente! —Ela falou isso assim que atendi, o que me lembrou Enzo, assim que cheguei ao parque.
Mordi a língua para não começar a falar sobre isso. Não é algo que Joyce tenha que saber algum dia.
—Oi pra você também, Joyce, que bom saber que está viva. Adorei saber disso.
—Vai... Esquece. Escuta, o que aconteceu de tão importante hoje?
—Nada demais... Temos que ler um livro para um TCC, mas depois eu conto mais. O que você fez ontem que chegou tão destruída em casa?
—Eu estive com uma pessoa. Você sabe disso.
—Eu sei! Quem era? O que vocês fizeram? —Faço mais perguntas e minhas respostas são as risadas debochada de Joyce. Odeio quando ela faz isso.
—Você sabe que não posso falar. É meio pessoal por causa dele... Mas ele tem olhos lindos e, minha nossa ele sabe usar a...
—Não! Não quero detalhes sórdidos. Só quero detalhes relevantes. Tipo o nome?
—Não! Pare de insistir, Alison Felipe. E você e Dan? Vai acontecer?
—Vai. Sábado. Espero que esteja preparada, você viu a mensagem que eu mandei?
—Vi, relaxa, se seus pais ligarem para mim vou dizer que você foi ao banheiro ou que saiu pra comprar alguma coisa. Você sabe que sou professora na arte da enganação. E aí, o que você pretende?
Não quis dizer tudo que eu pretendia, mas falei o básico. Joyce sabe que Dan nunca foi meu plano desde a primeira vez que ele pediu para ficarmos, eu sequer pensava nele com segundas intenções. Porém, agora, neste segundo, eu estou ardendo para saber como vai ser. Dan é uma pessoa que tem seus dotes, eu sou uma pessoa que é difícil de se impressionar, então porque não aceitar o desafio já que ele quem me convidou? Não posso perder uma oportunidade, não posso. A frase, melhor se arrepender do que passar vontade me coloca em enrascadas. Eu coloco toda a culpa nos hormônios da adolescência. É tudo culpa deles, afinal.
—Espero que vocês dois não se engasguem engolindo um ao outro. Depois você vai falar tudo no nosso grupo, não é? —Joyce me lembra que nosso grupo no WhatsApp é tradição sempre que ficamos com alguém.
—É claro que vou. A gente faz isso. Tenho que desligar, estou escutando Breno me chamando... Não acredito que ele já chegou.
—Aonde ele estava?
—Na casa da namorada. Tchau.
—Bye, see you later.
—Odeio quando começa a falar inglês comigo. —Murmuro antes de desligar.
Sai do quarto e fui até a sala ajudar Breno e meus pais com as compras.
—Tudo isso é pro sábado? —Pergunto levando uma sacola de plástico pesada para à cozinha. Olho dentro, claro, e vejo alguns pacotes de pipocas, biscoitos e iogurte.