No dia seguinte, Liana acordou se sentindo ainda pior que no dia anterior, reconheceu que sua cabeça parecia que iria explodir, somado a uma moleza no corpo que a dificultava de fazer seu café da manhã de nissin. Assim, percebendo que não ia aguentar, decidiu que ia ao hospital naquele dia mesmo.
Como seu dinheiro estava acabando, só tinha 1.000 reais dos 3.000 que havia juntado das mesadas que o pai lhe dava, achou melhor ir andando até o hospital mais próximo, que ficava a uns 2 quarteirões dali, do que pegar um táxi e ir.
Então, sem forças até para se vestir, ela saiu na rua de pijama em direção ao hospital, como um ser humano sedento no deserto em busca de água.
Porém, no meio do caminho, começou a ficar confusa, não conseguia mais raciocinar, julgou-se perdida , logo decidiu pedir ajuda a um dos poucos transeuntes que havia na calçada devido ao lockdown.
-Moço, m-me ajuda. Onde fica o hospital mais perto?
-É só ir direto mais um quarteirão e..., você tá se sentindo bem? Moça! Moça!
De repente, a vista de Liana começa a escurecer e a voz do homem aprecia apenas sons vagos em sua cóclea e tudo desapareceu, Liana caíra desmaiada no chão.
Preocupado, o homem que tinha um carro estacionado perto dali, colocou-a em seus braços, levando-a até o veículo, objetivando levá-la até o hospital.
Quando ela acorda, estava deitada sobre uma maca, com uma enfermeira, colocando um pano com álcool para ela aspirar.
-Meu Deus, onde estou?-questiona Liana
-No hospital Bom Samaritano
-Eu não estou grávida, estou?
-Não sei, daqui a porcentagem um médico examinar você e pede os exames
-Não acredito que vou ter que cobvufee com essa dúvida por mais tempo
-Calma, já já vem o médico
Pouco tempo depois, Liana é levada em uma cadeira de rodas, acoplada a um frasco com soro para se submeter aos exames, pois sua pressão estava muito baixa e poderia desmaiar a qualquer momento, se fosse em pé.
Após realizar uma série de exames, como sangue, urina, fezes, HCG, foi examinada novamente, levando-a fazer novos exames para tirar conclusões mais certeiras do caso da moça.
No final da tarde, já cansada de tanto andar pelo hospital atrás de exame, Liana é medicada com algumas vitaminas, antitérmico, anti-inflamatórios e mais um outro remédio que ela não conhecia. Após algum tempo, já se sentia bem melhor do que quando tinha entrado no lugar, já conseguindo andar sem perder os sentidos, mas ainda sentia uma leve moleza no corpo.
Posteriormente a isso, Liana é orientada a ir a sala de um ginecologista.
Nesse momento, seu coração gelara, só podia ser aquilo que ela estava pensando. O trajeto do corredor até a sala da médica, fazia-a caminhar como se estivesse caminhando em direção à forca, agora estava fadada à responsabilidade de sustentar, criar e educar uma criança, tudo o que não queria com 17 anos.
Então, nervosamente entrou na sala , sentando-se maquinalmente em frente à médica, após cumprimentá-lá com formalidade.
-Boa tarde, doutora-Liana fecha a porta
-Boa tarde, Liana-a profissional da saúde a observa com certa preocupação-Então, eu tenho o resultado dos exames
-Doutora, então, me tira logo essa dúvida de uma vez por todas, eu estou grávida?
-Não, Liana, você não está
-Ufa, graças a Deus-a jovem fica tão animada que até se levanta da cadeira-Ah, então, mas o que eu tenho? O que importa é que eu não estou grávida e vou fazer de tudo para me curar dessa doença
-Liana, confesso o que o seu caso foi um pouco difícil de diagnosticar, porque vimos inúmeras consequências no seu corpo, mas a causa era difícil de detectar, até que vimos que você estava com uma baixa acentuada de linfócitos, ou seja, seu sistema imunológico está fraquinho, logo tivemos a ideia de que você fizesse o exame Elisa e logo detectamos
-Então, o que detectaram?-perguntou Liana
-Você está com HIV, Liana
-O quê?-os olhos da menina se encheram de lágrimas
-Mas calma, vai ficar tudo bem, é só você seguir direitinho o tratamento, tomar os coquetéis que a gente vai passar que você vai ter uma vida estendida-diz a médica tentando consolá-la
-Então, doutora, eu tô aidética, é isso?-indaga a menina preocupadíssima
-Não, Liana, HIV e AIDS são condições diferentes, HIV é o vírus causador da aids, que ataca células específicas do sistema imunológico, responsáveis por defender o organismo contra doenças. Ao contrário de outros vírus, como o da gripe, o corpo humano não consegue se livrar do HIV. Ter HIV não significa que a pessoa desenvolverá aids; porém, uma vez infectada, a pessoa viverá com o HIV durante toda sua vida. Não existe vacina ou cura para infecção pelo HIV, mas há tratamento. Já a AIDS é a doença causada pelo HIV, que ataca células específicas do sistema imunológico, responsáveis por defender o organismo de doenças. Em um estágio avançado da infecção pelo HIV, a pessoa pode apresentar diversos sinais e sintomas, além de infecções oportunistas, pneumonias atípicas, infecções fúngicas e parasitárias, e alguns tipos de câncer. Sem o tratamento antirretroviral, o HIV usa essas células do sistema imunológico para replicar outros vírus e as destroem, tornando o organismo incapaz de lutar contra outras infecções e doenças. Então, você está com HIV e não com AIDS, mas existe a probabilidade de desenvovê-la. E digamos que estando com o vírus no seu corpo e adotando aquela dieta de comer apenas nissin, esquecendo das vitaminas e os minerais, você estava tornando seu corpo mais vulnerável à AIDS, seu sistema imunológico já estava bem comprometidozinho para uma menina da sua idade, mas você fazendo o tratamento, é possível desfazer isso e retardar o aparecimento, para 10 anos, 12 até 15 anos-explica a médica e logo muda de assunto-Agora, Liana, eu vi pela sua identidade que você ainda é menor de idade e eu sei que é chato isso, mas eu vou ter que ligar para sua mãe para ela ficar ciente de tudo
-Não, doutora...-fala Liana nervosamente
-Mas é necessário, você é menor...
-Eu sei, mas eu não tenho mãe
-Então, seu pai, você pode me passar o número dele para que ele possa vir aqui lhe buscar?
-Não-ela fala mais nervosa ainda-Meu pai foi preso
-Liana, por favor, você precisa cooperar, é para o seu próprio bem-fala a médica não acreditando na conversa da paciente e diz, de maneira branda, mas firme-Se você não cooperar, Liana, eu vou ser obrigada a te entregar para o juizado de menores
-Mas é verdade, eu não tenho mãe e meu pai foi preso-a adolescente diz com muito medo e, enchendo-se de coragem, saiu correndo da sala da médica, passando pela porta, objetivando sair daquele hospital o mais rápido possível.
Surpresa com a atitude da paciente, a ginecologista chamou logo, por ramal, avisando a recepção para que não deixassem a garota sair do prédio.
Nos corredores vazios, Liana parou um pouco para descansar, sua respiração estava ofegante e sentia taquicardia, por causa da grande queima de glicose que suas mitocôndrias tiveram que fazer para que corresse assim.
Mais calma, a jovem notou que passava um policial à procura dela naquele corredor, tratando logo de esconder-se em outro. Além disso, percebeu que havia placas fixadas no teto do hospital, podendo se guiar através delas, até a saída, já que perguntar seria um erro .
Guiando-se, ela entrou em um corredor, cheio de maçãs, com pessoas com feridas expostas, acidentados, imagens que lhe provocavam hortos até chegar à recepção, onde estava lotada.
Caminhou tranquilamente entre as pessoas, pensando que não poderia ser notada, mas a recepcionista lhe reconheceu, perguntando:
-Ei, você se chama Liana?
Ouvindo isso, a menina correu em disparada, como se estivesse em uma maratona, ela nunca tinha corrido tão rápido assim e passou pela entrada do hospital, sem que os porteiros conseguissem lhe alcançar.
Continuou correndo indefinidamente até parar numa praça, quase completamente deserta, não havia ninguém passando lá, até que estacionou um táxi, a alguns metros de distância de onde Liana estava, sendo lá, aparentemente, seu ponto de táxi.
Achando-se perdida, deduziu que a melhor opção era o táxi, já estava cansada demais de correr e preferia não voltar a sentir aquelas sensações ruins. Então, logo se aproximou do veículo, chamando pelo taxista, notando que o dono dele era um senhor que aparentava ter uns 70 anos.
-Menina, você parece cansada, estava correndo, fugindo de um marginal? -questionou o idoso preocupado
-Sim-ela responde nervosa
-Então, entre, entre-ele orienta a menina-Para onde você quer ir?
Após passar o endereço ao homem D ele voltou a puxar assunto com a adolescente, mas esta nem lhe dava muita atenção, pois só conseguia pensar no que a médica havia lhe falado.
-Pois é, mocinha, tá muito perigoso realmente, Fortaleza. Se já era perigoso uma hora dessas antes, imagine agora na pandemia
-Verdade-respondeu Liana só para concordar com o velho
-É muito perigoso para uma moça sair uma hora dessas
-Hum
-Você tem quantos anos?
-18-mentiu ela com medo
-Tenho uma netinha da sua idade, ela mora nos Estados Unidos agora, às vezes, minha outra neta de 12 anos me ajuda a me comunicar com ela pelo notebook-comentou ele
-Ah é?-respondeu Liana prestando um pouco mais de atenção na conversa dele
-Pronto, está entregue, moça, são R$10,00
Liana paga e sai do carro, despedindo-se do senhorzinho.
Finalmente conseguira chegar em casa sã e salva, mas apenas fisicamente, porque sua mente estava muito cansada, não sabia como seria o seu futuro com aquela doença.
Enquanto isso, na casa de Clarisse, sendo 9 horas da noite, Élis havia colocado Michael para dormir e pretendia fazer um jantar romântico com o marido, pedindo para que Clarisse e Assuero deixarem eles a sós.
Porém, Clarisse tinha, no seu íntimo, que aquilo era uma estratagema deles para ela ficar sozinha com Assuero. Mesmo assim, decidiu aceitar, porque estava muito carente de carinho e atenção, o que, de fato, era compreensível, para quem, como ela, recebeu amor todos os dias durante 2 meses.
Então, conforme o combinado, Clarisse se arrumou toda bonita para o jantar, mas meio sem ânimo, porque ela não iria sair, de fato, o jantar seria no jardim, porque todos os restaurantes estavam fechados.
Chegando ao jardim, Clarisse foi recebida cordialmente por Assuero, mas Clarisse não conseguia parar de olhar encantada para a decoração, que estava digna de restaurante, havia uma mesa com uma toalha branca de matelassê, abaixo de um lindo jarro cor de marfim, no qual havia uma rosa.
-Nossa que linda ficou a decoração!-exclamou Clarisse
-Que bom que gostou, pedi para que arrumassem assim pensando especialmente em você-diz ele sentando-se e fazendo uma reverência para que ela também se sentasse
-Obrigada-disse Clarisse atendendo ao pedido do homem-É muito bonito alguém que se importa com os detalhes
-Agradeço o elogio-ele sorri-E aí, como andam as coisas? Sei que estamos morando na mesma casa, mas eu passo a semana inteira trancado fazendo home office que quase não nos vemos
-Infelizmente é verdade-comentou Clarisse
-Você tem conversado com seus filhos pela internet?-perguntou Assuero
-Com o Léo quase todos os dias, o bichinho terminou o casamento e tá precisando muito de apoio para ficar bem e que apoio melhor senão o da mãe? Agora a Liana, minha caçula, nenhuma vez sequer, é uma menina muito rebelde, sabe? Não quer nem saber de mim
-Entendo, é normal na adolescência, geralmente, não querem mais saber dos pais, acham que só os amigos falam coisas importantes. Pelo menos foi isso que eu notei com meus sobrinhos
-Ah, você tem sobrinhos?-instiga Clarisse para ele falar desse assunto
-O Ciro tem uma filha, a Violetta, de 24 anos, Dario tem o Daniel, de 22 anos, o Miguel de 20 anos e Gabriel de 18 anos e a Raika tem o Raj de 19 e a Anika de 16 anos
Até que conversa vai, conversa vem, o assunto saiu de um tom de amizade para algo mais sugestivo, amoroso, pela iniciativa de Assuero.
-Então, Clarisse, mas o real motivo de eu te convidar para esse jantar foi porque você sabe que eu quero algo a mais do que amizade
-Ah... bom... eu...você sabe, eu terminei um relacionamento muito intenso, eu gosto muito dele ainda, mas se você estiver disposto a ter paciência comigo, não vejo porque não tentarmos algo-comenta Clarisse com franqueza
Nesse instante, Assuero beija Clarisse, inicialmente com suavidade, mas a voluptuosidade se instaurava à medida que a mulher dava abertura para tal.
Ela tinha plena consciência de que não amava Assuero, mas se sentia atraída por ele, sentindo desejos de se entregar para ele, mesmo sem amá-lo, contrariando tudo que a religião pregava e que considerava certo, talvez isso era fruto de uma extrema carência e sensação de solidão pela qual ela estava passando.
À proporção que o beijo acontecia, seu corpo decaía, mas sua razão estava ativa e estabelecia comparações entre as experiências anteriores vivenciadas. Em termos românticos, Marcelo estava em primeiro lugar, seguido por Assuero e depois por João Neto, porque o primeiro tinha um beijo que parecia mágico, fazia sentir-se transportada para outra dimensão, com uma "pegada" incrível, já em termos concupiscentes, segundo ela, era quase como um fetiche ficar com um homem mais velho, mais sábio, mais experiente e ainda seu antigo professor de biologia, situação que lhe oferecia dois benefícios: ele era bastante compreensivo com suas alterações de humor por causa de toda a cascata hormonal que as mulheres têm e ainda um exímio conhecedor da anatomia do aparelho reprodutor feminino.
Clarisse desperta de seus pensamentos quando o ósculo cessa.
-Clarisse...eh...devemos continuar? Vamos para o quarto?
-Sim-ela responde um pouco nervosa, mas ansiosa
-No meu ou no seu ?-ele questiona
-Tanto faz
-Então, vemos no meu-diz ele andando ao lado dela
-Não, vamos no meu que é maior-responde Clarisse
Após subir quatro lances de escada, Liana entra no quarto com um misto de cansaço e taciturnidade, fechando a porta e se jogando na cama enquanto chorava, pensando nas palavras da médica:"Você tem HIV"
-Meu Deus, nenhum homem nunca mais vai querer transar comigo-ela gritava enquanto chorava
O clima lá fora também combinava com a melancolia da moça, nuvens se formavam na noite escura, indicando que uma tempestade se aproximava, o que dava um aspecto de filme de terror para aquele lugar.
Querendo fugir dessa sombria realidade, Liana se lembrou das pastilhas de LSD que roubara de Guilherme e não pensou nenhuma vez antes de tomá-las.
Meia hora depois, começaram a aparecer os efeitos da droga, ainda mais intensos por causa dos remédios que havia tomado anteriormente no hospital.
A imagem formada no cérebro de aliança era extremamente tremida e cheia de chuviscos, como se seu campo de visão fosse apenas uma televisão analógica dos anos 80.
Até que, de repente, o chão do apartamento começa a se partir , aos olhos da jovem e se abre em um vão profundo, do qual saíam vapores extremamente quentes. A partir dele, surge um homem muito atraente, musculoso, bronzeado e com sorriso sedutor. Logo, notou que se tratava de Tom Ellis que tinha feito aquilo e se apresentava diante dela.
-E aí, Liana-ele tinha um tom de voz bem debochado-Está gostando de sua vida terrena?
-Tom Ellis, o que você está fazendo no meu apartamento?-questiona a moça com uma expressão que mesclava a surpresa e o assombro
-Tsc, como você é burra, menina, não entende metáfora?-ele a critica de maneira irônica sem perder o bom humor-Permita-me mostrar a você minha verdadeira forma
Nesse momento, ele se transforma em um monstruoso ser vermelho e com chifres, perdendo toda a sua simpatia e sensualidade. Além disso, o que estava ao redor dele começou a se incendiar, com uma vibração ruim que dele emanava, provocando uma intensa aflição em Liana que era quase inexplicável.
-Por que está assim tão assustada, Liana? Não gostou de como eu realmente sou? -até mesmo sua voz mudara, tinha um som aterrador
Liana se encolhe toda naquele minúsculo apartamento, sentindo uma sensação extremamente ruim, que a sufocava por dentro, enquanto tomava cuidado para não se queimar com as chamas.
-Sai daqui-ela gritava extremamente aflita e clamou pela misericórdia divina-Deus, socorro!
-Que decepção, Liana!-ele finge estar triste-Chamando Esse cara chato que me expulsou do paraíso só porque eu queria me divertir um pouquinho. Mas você não pensou nisso quando fez aquela transação gostosa sem a benção daquEle lá, quando renegou sua mãe várias vezes, enquanto ela chorava no quarto, quando usou drogas, quando mentiu bilhões de vezes e agora tá querendo mudar de lado, Lianinha? Não é assim não
-Vai embora, me deixa em paz-fala a adolescente se tremendo de medo
-Calma, não vou te fazer mal-ele fala rindo dela-Ou você já se esqueceu que eu sou gente boa? Você não assistia àquele seriado que vocês, humanos, fizeram em minha homenagem? Ah, eu fiquei tão feliz quando descobri, me senti o tal, senti mais orgulho da humanidade do que quando Leopoldo II matou várias populações nativas do Congo por ambição, sou muito maravilhoso mesmo, não é? Cadê que fazem uma série com o nome daquEle cara quadrado, não tem! Porque sou muito mais legal que Ele quer fica restringindo vocês, tadinhos, não pode isso, não pode aquilo, Ele é muito chato, não é?
Logo, ele volta a sua forma humana "amigável".
-Então, aproveitando esse gancho, te digo o meu propósito de vir aqui, minha querida, Liana. Mas antes, me diga, você não acha que já está sofrendo demais aqui na Terra?
-Sim-ela responde secamente
-Eu te entendendo, sei de tudo o que você está passando e sei o que é pior, vai piorar, seu que, por mais que você esteja usando sempre vestido, sua linda vagina está inchada por conta de um HIVzão foda e a tendência é piorar, porque logo, logo você vai ficar cheia de perebas e vai morrer sofrendo à míngua. Então, por que não evitar todo esse sofrimento e ir embora logo comigo lá para baixo? Um lugar incrível, tenho certeza que você vai adorar-ele fala bastante animado
-Não, obrigada, eu não quero ir para o inferno-a moça sorri amarelo, ainda morrendo de medo
-Mas você não tem escolha, minha querida, você já pecou muito, ou vai para o inferno, ou vai para o inferno, não tem outro destino para você. E se você já vai para lá, porque não se livrar desses 10 anos de sofrimento, esperando a doença oportunista? E se divertir conosco lá embaixo, sem remorso, sem doença venérea, já pensou, Lianinha? Morreu, acabou HIV. Lá, podemos fazer sexo grupal todo dia-ele fala ainda mais animado-Já imagino eu penetrando sua periquitinha, meu amigo Hitler com sua rabeta e Bin Laden lambendo seus peitinhos. O que você acha?
-Sai daqui, me deixa em paz, socorro, socorro, socorro!
Assim, Liana sai correndo, com seus sentidos deficitários e, em um ataque de loucura; sem saber o que estava fazendo exatamente, atira-se da janela que havia na sala, como uma libertação da tentação do não, caindo, já sem vida do 5 andar.
Concomitantemente a esses acontecimentos, imbuída de sentimentos carnais e pelo desejo de preencher um vazio que havia ficado no seu coração partido por Marcelo, Clarisse subia as escadas abraçada a Assuero em direção ao seu quarto.
Poucos minutos depois, eles já estavam trançados no quarto, beijando-se com volúpia e tirando a roupa.
Quando, de repente, Clarisse se dá conta de que tinha se deixado levar assim tão facilmente pelos beijos do homem, porque imaginava-se beijando Marcelo e não o primeiro. Assim, com receio, afasta-de repente que estranha muito a situação:
-Clarisse, o que foi? Por que paramos?
-É..., desculpa, acho que estamos indo rápido demais-fala Clarisse com uma expressão assustada
-Talvez-ele fala meio sem graça-Tudo bem, então, eu já vou indo
Desse modo, ele veste a camisa enquanto caminhava em direção à porta, mas antes que ele pudesse chegar para abri-la, ouve-se uma batida na porta, fazendo com que Assuero maquinalmente a abrisse.
Era uma empregada da casa que olha sem jeito para o homem, interpretando que este acabara de ter relações sexuais com Clarisse por estar saindo do quarto dela.
-Desculpa atrapalhar-a funcionária fala meio constrangida-Eu só vim dar um recado para dona Clarisse que tem uma mulher no telefone
-Falar comigo?-Clarisse se aproxima da porta para falar com a empregada-Ela disse o nome?
-Florinda
-A mãe do meu ex-marido, o que será que ela quer falar comigo uma hora dessas?-fala Clarisse saindo do quarto para atender
Ao tocar o telefone, começa a falar com muita amabilidade, mas a sua resposta foi uma destilação de ódio:
-Alô, dona Florinda, como a senhora está?
-Sua irresponsável, você é uma péssima mãe-disse a idosa com certo nervosismo-Vim lhe falar da sua filha, sua mãe desnaturada, ela cometeu suicídio
-O quê?-perguntou Clarisse em prantos
-Isso mesmo, cometeu suicídio, ela estava morando sozinha em um apartamento alugado, graças ao dinheiro do pai que se importa com ela, mas até ele você fez questão de tirar dela e ela deve ter se sentido tão sozinha e sem apoio que se jogou da janela do 5º andar. E a culpa é toda sua, Clarisse, SUA
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Não quebre meu coração!
RomanceClarisse é uma mulher de meia-idade que tem um passado sofrido por ter sido abandonada pelo pai aos 5 anos, tendo que conviver com a mãe sempre falando mal dele. Somado a isso, ela foi deixada pelo grande amor de sua vida, relação que lhe rendeu mág...