Não quebre meu coração!

Livro 18-Livro

-Mesmo assim, Larissa, isso não é coisa que se faça. Mas deixa, não era sobre isso que eu queria falar com você-ele diz
-E sobre o que era?-perguntei
-Sabe, desde ontem, eu não consegui parar de pensar em você, Larissa-fala Pedro
-Poe quê?-perguntei
-Ah, Larissa, eu acho tão fofa a sua ingenuidade-fala Pedro-É por causa do nosso beijo, mesmo você, não tendo correspondido porque não sabia beijar, eu gostei de ter encostado a minha língua na sua, ainda que a sua estivesse parada.
-Que que Você tá dizendo?
-Larissa, eu gosto de você-Pedro
-Eu também gosto, mas como amiga-falei
-Não falo desse tipo de gostar, mas sim como namorados. Sério que você não sentiu nada com nosso beijo de ontem?
-Olha, Pedro, eu acho que você tá confundindo as coisas...-ele me interrompe
-Não, não tô, vou mostrar para você
Nesse instante, ele me agarra com tenência e me beija à força. Não sei porquê, mas era horrível, não era romântico como todos dizem. Além de tudo, eu estava furiosa por ele ter essa audácia.
-Pedro, nunca mais chegue perto de mim, seu babaca, os seus beijos são uma merda-falei saindo apressada
-Larissa, me desculpa, foi um impulso-Pedro
-Vai ser impulsivo assim com a sua avó-falei indo embora apressada
Então, fomos por caminhos diferentes. Ele havia me magoado muito com essa forçação de barra, a amizade havia acabado para mim, nunca mais seria a mesma coisa.
No dia seguinte, eu não fui à escola acompanhada por Pedro, fui mais cedo para poder ir sozinha e sentei ao lado de Rute, minha nova melhor amiga.
-Amiga, veio sem o Pedro, aconteceu algo?-ela me pergunta estranhando assim que me sento
-Eu e o Pedro discutimos-falei
-O quê?-ela fala surpresa-Mas por quê?
-Porque primeiro ele veio com um papo muito estranho de "estou gostando de você", depois me beijou à força e isso foi o que me deixou mais zangada
-Nossa, não imaginava que ele seria capaz
-Nem eu, o pior de tudo é que o beijo tem um gosto horrível, eu não imaginava que era tão nojento assim. Nas novelas, sempre imaginava os 2 felizes, mas na realidade é tão diferente-falei
-Não se preocupe, você fala isso porque não sente nada pelo Pedro, mas quando você realmente estiver apaixonada vai sentir a diferença, falo por experiência própria. Você pensa isso porque ainda não pôde comparar-Rute fala rindo da minha ingenuidade
-Mas será, será que algum dia eu vou me apaixonar?
-Mas claro que vai, isso acontece com todo mundo e ele pode estar mais perto do que você imagina-ela diz
De repente, Henrique entra na sala, eu estava muito constrangida por ele ter aparecido justo na hora que a Rute falou aquilo, dava até impressão de que era por ele quem eu iria me apaixonar.
-Bom dia, meninas, desculpe atrapalhar aí a conversa de vocês é que ontem eu esqueci uma bolsa minha com pincéis, vocês não viram por aí, não?-ele pergunta
-Sinto muito, professor, não vimos, mas se a gente vir, a gente lhe entre-Rute fala enquanto eu mirava o seu lindo rosto perfeitamente esculpido
-Eu agradeço-ele fala saindo-Com licença
Alguns minutos depois, eu vejo Pedro entrando com seus amigos fazendo muito barulho até que ele me vê, comovido, vem falar comigo.
-Larissa-ele fala com uma cara de cachorro sem dono
-Me deixa em paz-falei
-Larissa, por favor, me perdoa-Pedro
-Não, não perdoo, o que você fez foi muito grave-falei-E para de se humilhar que tá feio
Então, ele desistiu e foi se sentar perto dos amigos dele.
Apesar de toda a briga e o fim da minha amizade com meu melhor amigo, eu estava, de certa forma, feliz porque naquele dia tinha aula com o professor Henrique. Eu finalmente iria ouvir de novo aquela voz que me fazia sentir alegre e plena. Era a 4º aula dele, pena que ainda teria que esperar o recreio passar.
Quando passou e eu o vi, mesmo que já tivesse o visto hoje, sentia tanto alívio em vê-lo que parecia que fazia dias que eu não o via.
-Bom dia, alunos, sabendo que próxima semana será nossa prova de biologia e como o conteúdo é muito extenso, eu decidi fazer uma revisão para vocês com os tópicos principais para prova-ele começa
-Passa o gabarito-fala Pedro
-Pedro, você está querendo trapacear em uma prova tão importante como a de biologia? Isso é admirável-Milton diz em tom de jogatina
-Pedro, o gabarito das 5 primeiras é a, e, d, c, e-Henrique fala
Era tão fofo ver o Henrique entrando na brincadeira dos alunos, ele parecia entender como era estar na nossa pele.
-Duvido que seja real-comenta Pedro
-Vocês têm que estudar bastante as funções dos carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos, e saber onde eles são encontrados-ele fala-Já de bio 2, vocês não podem esquecer porque os vírus não podem ser considerados seres vivos e em que circunstâncias eles podem ser
Hortência e Milton conversam baixinho um com o outro, não dando a mínima para a revisão, ela merecia ser expulsa da sala pela má educação de não prestar até no que o professor diz, mas Henrique é um anjo de bondade.
-Além disso, as formas das bactérias, as doenças causadas por elas. Basicamente isso-ele termina
-Aquele é o gabarito mesmo?-Pedro pergunta
Olho com ranço para ele por interromper tantas vezes a aula, mas quando Henrique volta a falar, meus olhos eram só para ele e eu tentava prestar atenção no que ele dizia.
-Agora eu vou passar uns exercícios para vcs resolverem, quem conseguir entregar até o final da aula as 10 questões ganha meio ponto na prova-ele fala
-E quem não fizer?-fala Hortênsia
Com essa pergunta, comecei a me apressar para terminar primeiro, queria agradá-lo, principalmente, sendo melhor que a Hortênsia.
-Não vai acontecer nada, só não ganha o ponto. Se não quiser fazer, tá no seu direito-ele fala
-Ótimo, não vou fazer-ela contesta
-Tá, mas o gabarito é aquele mesmo?-pergunta o infeliz novamente
-É, Pedro, pode marcar lá isso que você vai acertar-Henrique responde em tom sarcástico
Em seguida, ele volta a escrever na lousa. Sua letra era tão bela, de tamanho mediano, ortografia impecável e nunca esquecia de acentuar as palavras, eu suspirava enquanto escrevia no meu caderno.
Mas eu senti um enorme ódio em mim quando vejo que não era a primeira a entregar, esse papel foi injustamente ocupado por Milton. Nem adiantava eu tentar me apressar para ser a segunda porque o primeiro era infinitamente melhor do que ele, então tentei terminar no meu tempo.
Então, fui entregar tristemente, meu trabalho era só mais um entre tantos outros. 
-Larissa, como vai?-ele pergunta assim que recebe o caderno
-Vou bem, e você?-pergunto
-Muito bem-ele diz-Larissa, eu gostei muito do seu, suas respostas estão muito completas, saiba que isso ajuda muito a fixar as informações
-Ah é?-falei
-Sim, além de tudo, fico muito feliz que você esteja progredindo nos seus estudos, você é excelente, Larissa-ele fala
-Obrigada-falei levando meu caderno com o visto
A próxima aula e última era de história. O nome do professor era Wellington Ele deixou suas coisas em cima da sua mesa e veio nos dar um aviso.
-Bom dia, pessoal, eu sei que avisos são chatos, principalmente perto da hora do almoço, que todo mundo tá com fome. Mas eu vou passar um trabalho para vocês, mas ele não vai ser chato, vai ser legal, eu garanto, tá? Aproveitando que hoje nós vamos dar início sobre o Governo Vargas, eu decidi passar um trabalho sobre ele, vocês basicamente, vão reproduzir um julgamento para mim onde o réu vai ser como se fosse Vargas, se ele pudesse ter sido julgado antes de sua morte. Mas antes de explicar o trabalho, eu vou explicar a matéria porque senão vocês não vai entender o que eu quero de vocês
Ele explica a matéria.
-Agora eu vou dizer o que cada um de vocês vai fazer nesse tribunal, a função de vocês, por isso, eu vou fazer um sorteio para ninguém ficar me acusando de nepotismo-ele ri
-E o Getúlio vai ser....Milton-fala Wellington
-Olha, amor, vou ser o protagonista-fala Milton
-Parabéns-fala Hortênsia
-E os nossos advogados, serão 2 advogadas, advogada de acusação Hortênsia e de defesa Larissa
-Vai ter fight-comenta Pedro
-E o juiz vai ser o Pedro
-Nossa, eu nunca ganhei um papel importante, me sinto muito feliz, obrigado, professor-Pedro
-De nada
De repente, o sinal toca.
-Não se esqueçam é para a próxima semana-ele fala saindo
Todos começam a sair enquanto eu terminava de arrumar minhas coisas. Quando terminei, me despedi de Rute e fui embora, descendo as escadas. Assim que chego no pátio, vou caminhando para ir embora quando Pedro volta a aparecer para me importunar.
-Larissa, nós precisamos conversar
-Nós não temos nada para conversar, agora se me dá licença-falei saindo
-Não, você vai me escutar-ele fala me segurando à força meus 2 braços, me impossibilitando de sair
-Me solta, Pedro, você tá me machucando-falei tentando me soltar, mas era impossível
Meu braço doía muito, quanto mais eu tentasse me soltar, mais intensa era essa dor. Sem alternativas, decidi escutar as besteiras que ele tinha para me dizer.
-Quando eu terminar de falar, deixo você ir, eu te amo, Larissa, mas eu entendo...
De repente, Henrique estava passando e olha para nós e percebe, pela minha expressão, que ele estava me forçando a ficar ali e estava me machucando.
-O que está acontecendo aqui?-ele pergunta surpreso
Com vergonha, eu não consegui dizer uma palavra e meu braço continuava a ser pressionado pelas mãos dele.
-Solta ela, será que você não percebe que a está machucando?
Ele finalmente me solta, tinha ficado uma mancha avermelhada no local em que ele me apertara.
-Desculpe, Henrique, é que essa foi a única maneira de fazer ela me ouvir-ele se justifica
-E acha que isso vai adiantar alguma coisa? Ela vai ficar com mais raiva de você por estar fazendo mal a ela. Se quer realmente ser perdoado, prove que está arrependido-ele fala em tom autoritário
Eu não consigo evitar um sorriso, estava me sentindo a tal por ele estar me defendo do Pedro.
-Larissa, se isso acontecer de novo, não hesite em me procurar que eu tomarei as devidas providências-Henrique
-Não se preocupe, professor e muito obrigada
Ele sai em direção à sala dos professores e eu decido ir empresa para casa.
-Você ouviu, nunca me se aproxime de mim-falei indo embora
Mais um dia voltando para casa sozinha. Entretanto, qual foi a minha surpresa quando vejo minha mãe sentada no sofá me esperando com uma cara de raiva. Eu me perguntava o que eu tinha feito de errado. Assim que eu me aproximo dela, ela se levanta.
-Larissa, que história é que você tá namorando com o Pedro?