- PRÓLOGO.

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                              Las Vegas, 2035

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Las Vegas, 2035.

Os olhos escuros observavam as peças do tabuleiro sem nenhum vestígio de curiosidade, as mãos encontravam-se irrequietas querendo movê-las de qualquer maneira. Nevio teria feito o primeiro movimento se não fosse a voz de Remo chamando sua atenção:

- Antes de mover uma peça é necessário ter uma estratégia. Se você não tiver uma, perderá o jogo. - ao ouvir a voz do mais velho toda sua atenção se voltou para ele, apesar de ter somente oito anos de idade Nevio conseguia ser controlado somente pelo pai, seja dentro ou fora da gaiola. - Para se obter uma vitória é preciso dar um xeque-mate, colocar o rei adversário - os longos dedos apontaram para a própria peça - em uma posição na qual seja impossível ele escapar.

Os dedos do mais novo envolveram a peça que pertencia ao seu lado erguendo-a do tabuleiro, diferente do primo Massimo que mesmo com a pouca idade gostava de analisar, Nevio apresentava sinais óbvios de gostar de colocar em prática; da ação, de usar as mãos.

- Só consigo ganhar se der um xeque-mate?

- Um jogador quando percebe que o mate vai acontecer pode escolher abandonar uma partida, mas você não Nevio. Você é um Falcone, desistir é fora de cogitação.

- Eu nunca desistiria pai. - um sorriso contido se tornou visível nos lábios de Remo. - O que essa faz? - apontou para a rainha.

- Essa é rainha. Ela possui os movimentos mais privilegiados do jogo pode imitar todas as peças exceto o cavalo, o valor dela é muito alto no jogo, ela é a peça mais valiosa depois do rei. Um rei sem uma rainha não é nada.

- A mamãe é sua rainha?

- Sim. Um dia você será o rei quando assumir o meu lugar, mas antes você precisa me vencer aqui e dentro da gaiola.

Um sorriso iluminou o rosto de Nevio quando a gaiola foi citada, estar dentro dela causava-lhe uma das sensações que mais gostava. Ainda que não compreendesse totalmente por conta da idade, adorava sentir a adrenalina correndo e depois esvaindo de suas veias. - Eu não quero vencer nesse jogo estúpido, quero lutar.

A porta do escritório foi aberta de forma abrupta por Savio ao lado de Fabiano, as sobrancelhas de Remo se ergueram em alerta, mas a risada de Savio o fez revirar os olhos. Ao fundo ouviram-se os gritos de Kiara repreendendo Alessio por ter roubado um dos biscoitos que tinha acabado de tirar do forno, logo a figura do menor adentrou correndo no escritório para esconder-se.

- Se a sua mãe vier te procurar vou dizer que está aqui! - o tom ameaçador de Savio se contrastava com a expressão debochada do seu rosto. Alessio ergueu seu dedo do meio para cima mostrando a ele. - Ora seu moleque atrevido!

Fabiano se sentou confortavelmente em uma das poltronas segurando uma risada com os braços cruzados em frente ao peitoral, sua atenção logo se concentrou em Aurora que adentrava no escritório. Os olhos azuis encaram o cômodo com curiosidade já que quase nunca adentrava ali, apesar das chances de ser repreendida por Fabiano se moveu até o tabuleiro de xadrez.

- Como se brinca disso tio Remo? - as íris azuis encaravam o maior com curiosidade, os fios loiros de seu cabelo estavam soltos e bagunçados. - Eu posso?

- Não! - Nevio se apressou em responder, fazendo-a encará-lo com uma expressão carrancuda. - Esse tipo de jogo não é pra você.

- São sim! Eu sei que essa peça se chama cavalo e essa aqui é a rainha. - não era a primeira vez que ela tinha visto ou ouvido sobre o tabuleiro e suas peças, mas era a primeira vez que o vinha realmente de perto. - Quando eu crescer quero me tornar uma rainha.

- Você não pode ser uma rainha porque eu serei o rei. Seu nome é de princesa, não rainha. - Nevio terminara sua frase como se fizesse todo o sentindo do mundo, Aurora por vez assumiu uma carranca em seu rosto encarando-o. Não era a primeira vez que ele a chamava assim, na primeira vez que a chamou desta forma fora quando Aurora se arrastou para brincar com pistolas de água com ele, Alessio e Massimo.

- Eu não gosto de princesas, quero ser rainha! - disse um pouco mais alto do que o costume, tinha assistindo um filme de princesas com Greta e não tinha gostado muito. - As rainhas são importantes como os reis, talvez até mais.

A discussão entre os dois levou o pensamento de Remo para longe, fazendo-o se de anos atrás:

" - Eu sou a rainha. Você é o rei. E você me usou para colocar a Outfit em xeque-mate.
Sua voz era suave e provocante porque ela sabia que eu não queria dizer isso, não mais.

- Se alguém levou o xeque-mate, então fui eu, - murmurei. - Você me derrubou, limpou minha determinação, capturou meu coração negro e cruel.

Ela levantou a cabeça. - Nenhum de nós levou xeque-mate. Nós dois vencemos o jogo. Nós temos um ao outro. Nós temos Nevio e Greta.

- Você teve que perder alguma coisa para ganhar."

- Perdoem-me por qualquer
erro que tenha passado despercebido.

By Feeling I Ruin.Onde histórias criam vida. Descubra agora