Nevio Falcone soube desde pequeno qual lugar ocuparia. Como o próximo Capo de Las Vegas, carrega consigo um sobrenome a honrar, assim como a responsabilidade de dar continuidade ao legado que já lhe fora construído. Governar seu território com uma m...
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Presente.
O vento agitava meu cabelo fazendo alguns fios se lançarem contra o meu rosto, mas nem mesmo isso conseguia tirar minha atenção do horizonte. A vista da cidade iluminada ao longe arrancava-me o fôlego, em minha percepção qualquer lugar visto do alto dava-nos um vislumbre totalmente diferente de quando estamos a baixo. As luzes tornavam-se tão pequenas ao longe, assim como o silêncio que pairava ao meu redor - com a exceção da voz dele ao fundo que conversava no telefone - se tornava totalmente oposto ao barulho que provavelmente fazia-se lá com milhares de carros passando pelas ruas buzinando, pelas pessoas que caminhavam voltando para suas casas ou saindo para qualquer lugar. Dez horas da noite podia ser muito cedo ou tarde demais para alguns.
Em Vegas eu poderia deslumbrar-me de uma visão como essa, mas acabava sendo inevitável não sentir algo se contrair dentro de mim por deixar aqui. Pedaços únicos de mim sempre permaneceriam neste lugar, assim como os pedaços de mim mesma que adquiri aqui. Delicadamente levei minha destra até o pingente delicado de letra A que usava em meu pescoço virando-me para frente logo em seguida, meus olhos se fixaram na figura masculina que com um pequeno sinal com sua mão canhota indicou silenciosamente o fim próximo da sua ligação. Fiz um movimento afirmativo com minha cabeça, concentrando meu olhar no tabuleiro de xadrez onde jogávamos anteriormente. Retornei a sentar-me e encostei meu corpo confortavelmente contra a cadeira, cruzando minha perna direita sobre a esquerda. Minha saia preta acabou subindo um pouco, deixando mais de minhas pernas à mostra.
- Está combinado. Iremos sair depois de amanhã a noite, chegaremos cedo em Vegas e depois iremos para sua casa. - arqueei minhas sobrancelhas, lutando contra um sorriso por sua audácia. - Agora concentre-se no tabuleiro pequena Scuderi, tamos uma partida para começar.
- Você não se acha muito pretencioso em me acompanhar? A tolerância de Remo pode não se prolongar tanto. - murmurei, analisando minhas peças. As peças brancas de xadrez eram minhas, enquanto as escuras ficaram para ele. Nenhum movimento tinha sido feito, mas esperava pacientemente que o primeiro fosse o meu, ter o primeiro movimento sempre causava uma vantagem ao meu ver.
