Nevio Falcone soube desde pequeno qual lugar ocuparia. Como o próximo Capo de Las Vegas, carrega consigo um sobrenome a honrar, assim como a responsabilidade de dar continuidade ao legado que já lhe fora construído. Governar seu território com uma m...
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Antes. O meio gradativo do fim, parte VII.
Um breve suspiro se esvaiu dos lábios de Greta enquanto observava o visor da tela do seu celular, Nevio não havia atendido sua chamada. Uma parte sua se entristeceu com àquilo enquanto outra já esperava por tal coisa. Seu gêmeo era complicado. Seus dígitos tocaram sutilmente sua barriga em um sinal visível de carinho, ainda que o volume não fosse visível, uma nova vida estava sendo gerada dentro de si. Não estava nos seus planos apaixonar-se por Amo e conhecê-lo em uma das suas apresentações de ballet quando ele assistia o espetáculo ao lado de sua irmã Marcella, ela sabia quem ele era, assim como ele sabia. Os riscos visíveis para um desastre eminente, mas como seria um? Como um sentimento poderia ser um desastre? As coisas começaram lentamente; primeiro com uma entrega de buquê de rosas vermelhas, depois um jantar e saídas escondidas onde Greta sempre usava algo para passar por despercebida ou ser reconhecida, depois vieram os primeiros beijos e os primeiros toques, os conflitos entre as personalidades e os sentimentos aflorando até a entrega total.
Mesmo Las Vegas sendo o lugar onde cresceu e sempre julgou pertencer, Nova York havia se tornado seu lar porque era ali que seu coração estava e agora estava perto de construir a sua própria família. Tinha consciência do começo turbulento que tudo isso traria à tona, principalmente com sua gravidez inesperada, mas acreditava que tudo fosse ficar bem no fim. O aniversário de Aurora se mostrou a ocasião mais propícia para o assunto ser falado, ao menos depois, porque o dia de Aurora jamais poderia ser estragado. Por isso falar com Nevio antes de qualquer outra pessoa era importante, mas não tinha muito o que fazer quando sua ligação fora ignorada.
- Ele deve estar com Aurora. - Dinara murmurou encostada contra o batente da porta, atraindo a atenção de Greta.
- Eu tinha me esquecido que eles estariam juntos, você acha que ele irá retornar?
- Francamente eu não sei bailarina. Agora não se perturbe hm? - a morena apenas assentiu, sorrindo involuntariamente ao se pronunciar novamente.
- Você acha que alguém vai perceber? Não aparece ainda, mas eu pareço diferente?
- Seu rosto e seus olhos estão mais brilhantes. Talvez apenas vejam o quanto Nova York te fez bem. - a ruiva pausou, levando o cigarro que segurava entre os dedos até sua boca dando uma tragada rápida. - O mais difícil será Amo sair vivo, mas ele saindo já é meio caminho andado.
- Seu jeito tranquilizador me assusta as vezes. - o tom brincalhão de Greta ao se pronunciar tirou uma risada de Dinara, esta por vez deu de ombros, tragando o cigarro vez ou outra. - Obrigada por me apoiar tia.
- Somos família e é isso que uma família faz. - Greta ainda se lembrava de quando vira Dinara pela primeira vez, os fios ruivos como o fogo chamaram sua atenção desde o primeiro segundo, mas o que nunca deixou de se destacar foi sua personalidade.
