Resultado dramático

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Ouço alguns "bips" quando acordo, estou sentindo minha boca mega seca e quando abro os olhos já confirmo o que eu pensei logo que ouvi os "bips": estou em um hospital. Dou uma olhada em meu braço para ver onde está a agulha do soro e vejo Anthony dormindo em uma poltrona com o uniformes de futebol, bem, pelo menos ele não está com as ombreiras, seria desconfortável.

— Ei! — minha voz saiu rouca e quase inaudível. Pigarreio e procuro por alguma coisa para jogar nele, mas não tem nada por aqui, então decido falar mais alto — Anthony, caralho!

Ele acorda em um susto e pisca algumas vezes antes de cair em si. Ele se aproxima da cama e por um segundo penso até que ele vai cair em cima de mim já que ele veio meio cambaleando e esfregando os olhos, mas ele se recompõe rápido.

— E aí! Tá se sentindo bem? Quer alguma coisa?

— Quero saber o que você está fazendo aqui. Aliás, o que eu estou fazendo aqui?

Ele me olha por um tempo, parece estar pensando e isso até me preocupa um pouco. Umedeço meus lábios e sento na cama tomando cuidado com o acesso para o soro que está em meu braço.

— Vou chamar uma enfermeira e ligar pro seu pai! Ele teve que levar a Janne pra fazer o pré-natal e também disse que ia falar com sua mãe! — ele levanta e vai em direção a porta — Quer que eu ligue para a Olívia também? Ela ficou muito preocupada!

— Cara, não muda de assunto! O que tá rolando?

— Vou ligar! — ele sai do quarto.

Suspiro e deito novamente. Lembro claramente de chegar na festa do Yan, mas o resto é meio que um borrão. Uma coisinha aqui e outra alí, mas nada que eu possa fixar e lembrar precisamente. É mais ou menos como ter sonhado e não conseguir lembrar de muita coisa. Um tempo depois uma enfermeira e um médico entram e começam a fazer algumas perguntas de rotina, eu acho.

— Você ingeriu alguma substância química nas últimas horas? — ele pergunta, mas com um tom de "eu sei o que você fez, não minta".

— Álcool? Eu bebi há... sei lá, que horas são?

O médico e a enfermeira se olham e depois o médico da uma olhada na prancheta que está segurando.

— Senhor Hendrix, o resultado do exame toxicológico identificou álcool e... cocaína em seu sangue!

Fico perplexo com essa revelação e não consigo acreditar. Cocaína? De onde ele tirou isso? Eu tenho certeza que não cheirei nada, a não ser a fumaça daquele bando de fumante da festa.

— Como é? — dou uma risada e balanço a cabeça negativamente, depois sento na cama — Não, isso tá errado! Eu não uso drogas!

— Senhor, se acalme! — a enfermeira empurra meus ombros para que eu me deite novamente, mas afasto a mão dela.

— Senhor é minha rola! Vocês são loucos? — puxo a agulha do meu braço antes que inventem de me aplicar sedativo, depois empurro o lençol e me preparo para sair da cama, mas percebo que estou só de cueca e com aquela roupa de hospital — Olha só... cadê minha roupa? — dou uma olhada em volta.

— Por favor, se acalme! — dessa vez quem pede é o médico — Você vai poder ir embora assim que falar com a polícia sobre isso! É um caso de overdose e eles vão investigar. Felizmente o senhor sobreviveu para poder dar detalhes.

Olho para ele, estou completamente atônito, mas tenho uma ideia de como isso pode ter acontecido. Passo a mão em meu cabelo e rosto, depois volto a deitar. É melhor do que entrar em pânico.

— Tá... meu pai já sabe?

— Sim! E são dez horas da manhã!

Assinto e suspiro, logo eles saem e Anthony entra novamente, ele sentar naquela poltrona novamente e parece querer falar algo, mas não fala, só fica me olhando.

Heitor Onde histórias criam vida. Descubra agora