Mãe de merda

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Título forte, não? Bem... apreciem!

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— Por que você tá com essa cara? — Anthony fala, me tirando do meu torpor.

— Que cara? — pigarreio e tomo meu café. Eu sei que estou meio tenso, mas não achei que estivesse dando tanta pinta.

— Parece assustado e pensativo... às vezes você arregala os olhos do nada e volta a ficar sério... tá me dando medo. OLHA AÍ! — ele grita, me forçando a olha-lo — Você fez de novo.

— Desculpa, é que... — suspiro e passo s mão no rosto — Eu tô surtando porque gozei dentro!

— O que? — os olhos dele quase saltaram da cara — Dentro da boca eu espero.

— Não, cara... não foi! Eu tô com medo. Ela disse que começou a tomar anticoncepcional mas eu tô com medo e...

— Medo de que? — meu pai fala e entra na sala de jantar acompanhado de Janne — Acordaram cedo!

— Pois é, arrumaram até a mesa! — diz Janne — Amor, amanhã a gente vai ter que ir ao hospital de novo.

— Pré-natal, né? Okay! — meu pai responde e começa a se servir, assim como Janne.

Engulo em seco e olho para Anthony que parece tão tenso quanto eu, acho que ele tem tanta empatia que pode até sentir meu desespero. Felizmente Janne fica conversando com meu pai sobre coisas aleatórias, principalmente sobre as coisas do bebê e hospital, assim ele não pergunta mais sobre a conversa que ouviu entre Anthony e eu.

— Heitor! — a ruiva de repente me chama e olho para ela — O que foi? Se assustou? — ela rir, mas por um breve momento — Seu pai falou que você quer ir fazer faculdade em Nova Iorque... bem longe, né?

— É, eu sei! — olho para meu pai e depois para Janne — Mas ele não quer que eu vá!

— É sempre difícil para alguns pais deixarem os filhos irem. Como psicóloga já presenciei várias dessas situações, algumas um pouco extremas demais, mas não é o caso de vocês. — ela sorri para mim — Eu conversei com ele. Não é, Christian? Acho que você tem que falar algo para seu filho!

Meu pai pigarreia, ele parece um pouco contrariado, mas sinto que vem uma coisa boa daí. A Jenne é uma benção nessa família, só ela pra fazer meu pai mudar de ideia tão rápido.

— Fala, velho! — sorrio de um jeito convencido, sei que a sorte está ao meu lado.

— Então... vou deixar você ir! Eu não gosto nada da ideia, realmente não vejo sentido nisso. Mas não posso atrapalhar sua vida, não tenho esse direito. Na verdade é bem o contrário, eu deveria incentivar. — ele suspira, dá pra ver que ele não gosta mesmo da ideia — Tem um tempo que estou colocando dinheiro em uma conta para poder pagar sua faculdade, aliás, também paga suas idas ao médico. Tem o suficiente para comprar passagem, alugar um apartamento e pagar pelo menos umas cinco mensalidades da faculdade... eu ia continuar alimentando a conta depois que você fosse pra faculdade, mas só se ela fosse aqui. Mas como não será, você vai ter conseguir um trabalho e se virar lá, porque eu tô bem puto por você querer ir embora.

Tento segurar minha alegria. Eu sei que ele não tá bravo de verdade, mas prefiro me segurar um pouco. De qualquer forma, ele e Janne voltam a falar da gravidez dela, o que me deixa um pouco tenso novamente. Pelo menos isso me da tempo o suficiente para terminar de comer, afinal eu já estava terminando mesmo. Levanto e pego minha louça, lavo bem rapidinho e saio dalí.

— Tuto, espera aí! — meu pai me chama e olho para ele meio assustado, o que faz ele rir — Que cara é essa?

— Que cara? Você tá maluco?

Heitor Onde histórias criam vida. Descubra agora