Se tem um lugar tão quente quanto a Flórida, com certeza é o Texas. E não é exagero fazer uma comparação estadual, mas ainda assim a Flórida ganha.
De qualquer forma, não adianta comparar, é torturante de qualquer jeito. Estamos a caminho da fazenda dos meus avós e eu já perdi a conta de quantas vezes passei protetor solar no rosto. Estou sentado na frente, então o sol bate direto.
E sim, meus avós têm uma fazenda, alguns cavalo, gados e porcos, mas não são ricos. Eles eram de Fort Lauderdale também, acho que nasceram lá, meu avô era mecânico e minha avó professora. Mas depois que meu pai estava criado, formado e trabalhando, os velhos decidiram se aventurar em uma viagem de vinte horas de carros até Mineral Wells, que é a cidade em que estamos agora. Obviamente não somos loucos como eles, então viemos de avião, só três horas de vôo. Ainda assim a casa deles fica a pouco mais de uma hora do aeroporto, o taxista até reclamou antes mesmo de pegar a estrada.
Meu celular começa a vibrar em meu bolso, o pego e vejo o nome do Anthony na tela, então atendo.
— Fala aí!
— "Cara, onde você está?" — sua pergunta faz eu me dar conta de que não contei nada para ninguém, com excessão da Olívia — "Não tem ninguém na sua casa!"
— Cara, foi mal! Eu esqueci de avisar... — passo a mão no cabelo — Eu tô em Mineral Wells, vim visitar meus avós aqui no Texas.
— "Texas? Cacete!" — ele exclama, surpreso, e eu fico mais surpreso ainda. Acho que nunca vou me acostumar com Anthony falando esse tipo de coisa — "Eu queria falar uma parada com você!"
— Sobre o quê?
— "Sua viagem para Nova Iorque. Eu..." — ele dá uma pausa e suspira — "Eu fiquei surpreso quando descobri e não soube o que dizer na hora. Fiquei contente por você, claro, mas depois de pensar bem... eu realmente não gostei. Eu não quero ficar longe do meu amigo e depois que você quase morreu..." — ele da outra pausa, acho que ele ainda está bem abalado com isso. Eu também deveria estar, mas parece que nem aconteceu de verdade, é completamente surreal — "Olha, quando você voltar a gente conversa sobre isso!"
Acho que ele queria dizer outra coisa, mas não vou pressionar, obviamente é o tipo de conversa que não dá pra resolver por telefone. Acabo dando uma leve risada, pois ele está lembrando meu pai quando sugeri a viagem para Nova Iorque.
— Beleza! Olha, vou ficar só um mês aqui então a gente vai ter muito tempo pra curtir antes de eu ir para Nova Iorque. — não sei bem o que a gente vai fazer já que meu contato das festas deve ter sido preso, mas vamos pensar em algo.
— "Falou então! Aproveita sua viagem"
— Acho difícil, mas vou tentar! — claro que vou aproveitar, mas vai depender do horário e do local, porque aqui é basicamente Fort Lauderdale em questão de clima e temperatura. — E você, aproveita bem a Bianca!
— "Vai se ferrar!"
Desligo a ligação, rindo de sua reação.
Nossa, eu sou um péssimo amigo, esqueci completamente de falar com ele sobre essa viagem para o Texas. Também sou um pouco egoísta já que não pensei bem em como meus amigos e entes reagiriam sobre minha viagem para Nova Iorque. Meu pai foi contra no início, mas Janne amoleceu ele, agora descubro que Anthony também não gosta da ideia e assim como meu pai, não quer me perder. Suspiro, que frustante.
Depois de uma hora e alguns minutos, finalmente chegamos em frente a casa dos meus avós e eles pareciam intrigados no pátio. Mas quando saimos do carro, eles nos reconheceram rapidamente. Levantaram de suas cadeiras de balanço e começaram a se aproximar.
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Heitor
Teen FictionTodos adoram uma história com um garoto complicado, e aqui você vai encontrar um pouco disso. Mas, acima de tudo, talvez você se identifique com os personagens, já que não há nada de excessivamente fantasioso no mundo adolescente que apresento. Paix...