Point Of View Ariel Beauchamp
Sinto mãos delicadas fazerem carinho no meu cabelo, abri os olhos com dificuldade encontrando minha mãe com a cara inchada, mas nenhuma lágrima escorria do seu rosto, não tinha percebido que acabei adormecendo enquanto chorava, chorei tanto que dormi. Ela beija minha bochecha e meus cabelos.
Me sento enquanto ela continua olhando cada detalhe do meu rosto.
- É verdade? É ele?
- Sim.
- Mãe por favor.
- É seu pai Ariel. E ele quer te ver.
- Por que ele apareceu só agora?
- Isso não é uma pergunta pra fazer pra mim. Ele está na casa da sua vó, pode fazer a ele.
- Eu vou me arrumar, você me espera?
- Eu não vou.
- Como assim? Ele também te deve respostas.
- Ele só deve respostas aos filhos dele, a mim ele não deve nada. Leva a Luna pra mim.
- Não vou te deixar sozinha.
- Vá ver seu pai, ele passou muito tempo sem vocês e vocês sem ele.
- Tem certeza?
- Sim, Luna já está pronta.
E ela sai do quarto, totalmente sem expressão. Aquela não era a minha mãe.
Cada passo que eu dava em direção a entrada da casa da minha vó, era um vacilo que meu coração dava doendo e ansioso, tentei dar passos lentos mas a Luna me puxava, e quando eu vi que a porta estava entreaberta deixei que ela corresse antes de mim e fiquei encarando-a entrar e a gritaria começar, os choros, tudo.
Permaneci intacta e não consegui me mexer, mesmo congelando do lado de fora, meu corpo não ia, minhas mãos suavam e meus olhos agora estavam pura água, minha visão ficou turva, e eu apenas chorei, de olhos fechados e chorei ainda mais. Porque eu não tinha coragem de ver se era verdade ou não.
Senti meu corpo ser esmagado em um abraço por braços firmes, quando levantei meu rosto e cheirei a camisa, reconheci o cheiro e agarrei o corpo do meu pai. Eu não sabia se queria ignorar a sua existência ou nunca mais sair daquele abraço.
- Desculpa, desculpa, desculpa filha. - ele sussurrava.
- Você me deixou, você deixou a mãe. Você me deixou, você me abandonou.
- Eu te amo filha, não me odeie, eu não aguentaria.
- Mas eu te odeio. E te amo e te odeio.
Ele me apertou em seus braços e beijou meu cabelo, sua camisa cinza já estava toda molhada e meus soluços dava pra escutar do vizinho. O soltei e comecei a socar seu peitoral, liberando toda raiva, soquei e bati, minhas mãos doeram e ele me abraçou mais uma vez.
- Por que você fez isso?
- Não podia continuar na vida de vocês do jeito que estávamos. Você não entenderia.
- Não mesmo, eu odeio tudo que você faz. - caminhei e entrei na casa da minha vó.
Todos estavam entre sorrisos e choros. Eu permaneci em pé sem cumprimentar ninguém.
- O choque é importante até tudo ficar bem.
- Quem diabos é você?
- Sou uma amiga do Josh, meu nome é Isabel.
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𝐀𝐌𝐂 - A Médica e o Criminoso II
FanfictionLembranças e Recomeços Segunda Temporada de A Médica e o Criminoso. Depois de quase dois anos sem dar a cara, apenas observando de longe como foi a vida sem ele, cheio de culpa e sem coragem de entrar na vida da mulher que ele mais amou, agora que...