VII

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O coração de Clara dispara talvez pelos motivos errados e passa por sua cabeça se ele também pode estar sentindo o mesmo que ela. Apesar de sua insegurança, Clara sente que seus corpos produzem o encaixe perfeito. Seu corpo percebe o calor e a intensidade do olhar de Gabriel, de suas mãos. Ele a está apertando pela cintura e Clara parece perder a força de seus joelhos. Se Gabriel não a estivesse sustentando, com certeza ela cairia.

Mas o relinchar do cavalo faz a magia acabar e ele rapidamente a solta.

- Você está bem? - Gabriel afastou-se e perdeu-se totalmente o encanto. Clara ficou constrangida. Queria aquele beijo. Nunca quisera tanto algo. Apenas assentiu em resposta, não confiava em sua voz para respondê-lo de maneira adequada. - Ainda queres entrar na igreja? - ela assentiu novamente.

Os dois entram lado a lado na pequena capela. Calados. Perdidos em seus próprios pensamentos.

 Perdidos em seus próprios pensamentos

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Os olhos de Clara brilham. Tudo é muito simples, mas perfeito na sua simplicidade. Ela nunca gostara da igreja que ia em Santos, era tudo muito grandioso. Sempre considerou o fato de Deus estar nas coisas mais simples, não na ostentação.

- É perfeito, Gabriel. - falou sem encará-lo, ela só tinha olhos para a capela. E nem se deu conta de que o chamou pelo nome. Mas ele sim percebera e se deliciou com seu nome na boca dela, na doçura da sua voz.

- É muito simples. - ele disse por fim.

- Mas é exatamente aí que está a perfeição. - falou com aquele brilho no olhar que Gabriel já aprendera a reconhecer em seus olhos quando algo a empolgava, apesar do pouco tempo que passaram juntos, ele a estava, de fato, conhecendo. - Quando Jesus veio à Terra para nos salvar, ele não veio num berço de ouro, ele nasceu numa simples manjedoura. Por isso não entendo porquê a Igreja ostenta tanto. - Gabriel mais uma vez admirou-se com as palavras daquela jovem, na sua vida anterior não conheceu uma mulher que não gostasse de ostentar. - Veja... - ela foi próximo ao altar. - Olhe que flores mais lindas. - Clara inalou o perfume daquelas flores. - Deus está nessa linda flor. Ela não encanta mais essa capela do que se fosse ouro. - ele deu um leve sorriso. - Talvez eu esteja falando bobagens. - disse ela por interpretar mal o sorriso dele.

- De modo algum. Concordo plenamente com você. Sou mais adepto ao simples que ao ostentoso. - Pelo menos agora, ele pensou, mas não verbalizou.

Clara sorriu. E mais uma vez os dois ficaram presos um ao olhar do outro.

- Patrão. - Sansão, um empregado de cor chegou esbaforido quebrando pela segunda vez naquele curto espaço de tempo a magia entre os dois.

- O que aconteceu, Sansão.

- O comboio chegou, patrão. - disse alarmado.

- Mas já? A sua chegada estava pra daqui há dois dias. - falou sem entender. - O que aconteceu?

Era uma vez... a Bela que Salvou a Fera (em FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora