Gabriel irritou-se quando percebeu que alguém estava em seu reduto, mas arregalou os olhos, surpreso ao ver de quem se tratava.
- Clara!
- Aqui é lindo, Gabriel. -ela falou sorrindo e olhou ao redor. - Um verdadeiro paraíso. -ele simplesmente não conseguia verbalizar nenhum pensamento. - Essa água parece bem convidativa. O calor está escaldante.O sol do meio da tarde penetrava pelas frestas das árvores dando uma áurea acolhedora ao local.
- Pode se virar, Clara? - ele disse fazendo-a franzir o cenho. - Eu quero sair e estou nu. - ela sorriu.
- Certamente não há nada aí que eu não já tenha visto.
Gabriel corou. Ela estava mesmo vendo certo? Não era possível que Gabriel estivesse envergonhado.- Posso me juntar a você? - Certamente por aquilo ele não esperava. - Vou entender seu silêncio como um sim.
Gabriel permaneceu calado. Apenas a observou tirando calmamente o vestido sem desviar os olhos dos dele. Então Clara ficou completamente nua. Em toda a sua glória.
Linda.
Perfeita.
E sua.
Clara foi andando lentamente. Seus pés tocaram a água e um leve arrepio percorreu seu corpo. Mas nada tinha a ver com a água gélida e sim com aquele olhar de desejo de seu marido. Ela mergulhou e emergiu sorrindo.- Que delícia, Gabriel. Aqui é lindo.
- Aqui é o meu lugar favorito.
- O cavalariço não quis vir comigo. Só me trouxe até um ponto.
- Aqui é o meu lugar, não permito que ninguém venha. Todos conhecem minhas regras e não ousam me desafiar. - Clara sentiu que aquilo era um aviso para ela.
- Eu não devia ter vindo então. - falou, amuada.
Gabriel se aproximou e deslizou os braços ao redor de sua cintura para puxá-la pra ele.
- Você é diferente. É a minha mulher.
Clara sorriu, deslizou os braços ao redor do pescoço dele e suas pernas se prenderam na cintura dele. Seus seios estavam roçando no peito dele, os mamilos estavam endurecidos e o membro dele cutucava sua entrada.
- Você ainda me deixará louco.- Eu quero que você fique louco por mim.
- Mais do que já estou? Assim você terá que me internar num manicômio. - Clara gargalhou virando a cabeça para trás e isso foi um atrativo para ele atacar seu pescoço com mordidas e beijos molhados.
Gabriel se apoderou da boca dela. Seus lábios se encontraram e o foi umbeijo de tirar o fôlego que a fez arquejar e arfar por ar em segundos. Clara não sabia quem fora mais afetado. Ela ou ele. Os olhos dele brilharam, esuas narinas inflaram.Gabriel desceu a boca para o mamilo tenso e o puxou ao sugar mais para dentro de sua boca. Suas mãos acariciaram o corpo dela. Ele fez o mesmo com o outro mamilo.
- Gabriel. - ela gemeu.
Ele escorregou uma das mãos entre suas coxas e enfiou o polegar entre os cachos que protegiam sua pele sensível. Acariciou o ponto trêmulo mesmo enquanto seu membro procurava sua abertura úmida. Clara arqueou incapaz de controlar sua resposta frenética quando ele a penetrou.
O fogo se acendeu profundamente no corpo dela e se espalhou de forma rápida por sua virilha, comprimindo-se a cada vez que seus dedos investiam em seu clitóris e seu membro bombeava dentro dela . Aquilo era tão maravilhoso que ela queria implorar para que nunca parasse. E o fez. Várias vezes, as palavras saíram entre arfadas falhadas.
Ele chupou cada seio, alternando enquanto a enlouquecia com seu membro viril. Ela estava quente e escorregadia em volta dele, e estava chegando rapidamente à explosão. Clara choramingou.
E quando chegou ao pico do prazer, gritou. Gabriel investiu mais uma vez e gemeu o nome da esposa, explodindo sua semente dentro dela.
Clara aninhou o rosto na curva do pescoço dele. Plena. Saciada. Feliz por estar nos braços dele.
-Será que sua semente já se enraizou em mim? Um bebê nosso. - falou com alegria.
Ela sentiu-o ficar tenso, então o olhou.
-O que foi? -ele balançou a cabeça negativamente sem dizer nada.
Então um sentimento ruim comprimiu seu peito fazendo-a olhar para baixo. Gabriel tocou levemente seu queixo e levantou. Quando o olhar de ambos se encontrou novamente, Gabriel viu os olhos dela brilharem com lágrimas.
- O que houve, meu anjo?
Ela tentou falar, mas a voz ficou presa em sua garganta, então voltou a descansar o rosto na curva do pescoço dele. Abraçou-o forte e chorou.
O que ele fez? Queria se esmurrar por fazer seu doce anjo chorar. Ele a apertou em seus braços e dizia palavras gentis, palavras de conforto.
- Não chore, querida. Perdoe-me, por favor.
Eles ainda estavam abraçados. O membro dele ainda estava dentro dela.
Quando Clara se acalmou, voltou a encará-lo. Doeu vê-la com os olhos vermelhos. Ele a amachucara e nem ao menos sabia por quê. O olhar dela mostrava-lhe o quão machucado seu anjo estava.
-Por que você ficou tenso quando eu falei sobre um bebê nosso?
- Não fiquei, Clara. Foi impressão sua.
Os olhos dela voltaram a marejar.
- Por favor, não chore mais.
- Por que você não me explica o que há, Gabriel? Esse seu silêncio só me faz imaginar um milhão de coisas.
Gabriel nunca foi de demonstrar seus sentimentos pra ninguém, muito menos falar sobre eles. Mas estava totalmente rendido àquela mulher que tinha em seus braços.
- Eu tenho medo.- disse ele por fim.
- Medo? - perguntou sem acreditar, ele assentiu.
-Olhe pra mim, Clara. Eu nunca serei um bom pai. Sou impaciente. Irritável. Exigente.
- Você é o homem mais doce que já conheci, Gabriel.
- Você não me conhece direito, Clara. Não tem nem um mês que estamos casados.
- Conheci você na primeira semana em que estivemos juntos, Gabriel. Foi o suficiente pra ver o homem que você é. O mais justo. O mais corajoso. Mais bondoso. Será que você não consegue se ver?
- Me vejo toda vez que olho o espelho, Clara. Sei quem eu sou. Sei quem eu fui.
- Eu não sei quem você foi, Gabriel. Mas se esse Gabriel que você vê não é o que eu vejo, certamente você está errado.
Ele acabou sorrindo.
- Não creio que seja bom para um casamento a esposa dizendo que seu marido está errado.
Ela sorriu também e beijou a face marcada pelas cicatrizes.
- Acostume-se. Toda vez que você falar ou fizer despautérios, vou apontar os seus erros.
- Minha aparência é monstruosa, Clara. A criança morreria de medo e choraria toda vez que me visse. Teria vergonha de mim.
- Isso é impossível, meu querido, pois nosso filho vai vê-lo como eu vejo. Porque ele vai amá-lo assim como eu amo você.
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Era uma vez... a Bela que Salvou a Fera (em FINALIZADO)
RomanceÉ 1876. Seis anos após a Guerra do Paraguai, Gabriel regressou da guerra com parte do rosto desfigurado. Ele afastou a todos e vive recluso em suas terras por achar-se um monstro, uma fera. Mas isso está prestes a mudar com a chegada da doce e bela...