XXVI

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Gabriel havia dormido tanto que o sono não lhe sobreveio. Ficou ali, com a esposa aninhada em seus braços. Observando-a. Sentindo-a. Amando-a cada vez mais. Clara tinha o sono pesado e geralmente dormia a noite toda na mesma posição. Ele sentiu uma leve dor na perna, provavelmente por estar na mesma posição, mas ele não iria se mexer, não quando isso podia fazer com que sua esposa acordasse. Ela estava cansada. Cansada por ter cuidado dele. Cansada por pensar que ele não resistiria. Horas se passaram. Até que Clara acordou sobressalta e só sossegou quando viu o marido. Ela o encarava. Ele estava bem. Então ela chorou. Não com uma lágrima ou outra. Chorou copiosamente. Gabriel a apertou ainda mais em seus braços.

- Não chore, meu amor. Estou aqui.

Ele falava da maneira mais carinhosa possível. Palavras de conforto. Palavras de amor. Até que Clara olhou pra ele com o rosto inundado em lágrimas.

- Eu tive tanto medo. - falou com a voz ainda embargada.

-  Está tudo bem, meu amor. Está tudo bem. Eu estou aqui agora. 

- Eu não suportaria se algo acontecesse a você, Gabriel. E por minha culpa.

- Não foi culpa sua. Meus problemas com Antônio começaram muito antes de você aparecer em minha vida.

- Mas por minha culpa ele estava aqui. Por minha culpa ele pôs a praga no cafezal. E por minha culpa você quase morreu. - a última frase falou como um lamento e as lágrimas ameaçaram surgir mais uma vez.

- Não se culpe, Clara. Isso não irei permitir. - falou contundente, porém, carinhoso. - Antônio é que é um louco. Era um louco. - corrigiu-se.

- Por favor, Gabriel, nunca me deixe. - ele sorriu.

- Eu que peço isso a você, minha doce Clara. Nunca me deixe, pois agora que conheço a felicidade, não posso viver sem ela.

- Eu sou sua felicidade? - perguntou com um ar sedutor.

- Você é muito mais. É meu anjo. Meu amor. Minha vida, Clara. Você é o ar que eu respiro. Isso tudo é tão novo pra mim, eu pensei que nunca seria digno de encontrar o amor. Mas então você veio até mim e me mostrou tanta coisa linda. Cada vez que eu abro meus olhos pela manhã, eu procuro você. O meu último pensamento antes de dormir é em você. 

- Tudo isso que você falou, eu me sinto exatamente igual, Gabriel. Eu amo tanto você, tanto.

Ele inclinou o lindo rosto dela para o seu e a beijou. Como não poderia fazê-lo? Aquele anjo em forma de mulher o amava. Ele não poderia mais falar, não quando as emoções inundavam seu peito. Seu coração martelava com  violência. Era muito felicidade. A cabeça lhe doía. A perna latejava.  Mas nada o impediria de amar a sua esposa. Por baixo dos lençóis, seu membro começou a se mexer e afirmar sua vitalidade, fazendo exigências. 

 - Eu preciso de você. - ele sussurrou, inclinando-se para beijá-la no pescoço. - Agora, amor. Clara! Eu te amo. Deus, como eu te amo. 

Ele levou a mão até o seio dela, provocando o mamilo até ele formar um bico duro, então enfiou os dedos por baixo do decote da camisola rendada branca para senti-la mais de perto. 

- Amor... - ela falou em tom de repreensão, mas ele não parou. - Gabriel... - ela tentou ser mais contundente, mas o desejo também aflorava dentro dela.

Era uma vez... a Bela que Salvou a Fera (em FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora