- Eu também a quero, Clara. Céus, você não faz ideia.
Ele a beijou e se deliciou com seus lábios quentes e muito macios. Gabriel continuou beijando-a, escorregando a boca para seu queixo e baixando para seu pescoço e a carne macia atrás de sua orelha. Ele pausou um instante e chupou de um jeito molhado antes de mordiscá-la.
- Oh. - Clara gemeu e esse som fez Gabriel afastar-se dela numa outra tentativa de fazer o que era certo.
- Já fomos longe demais. A partir de agora faremos da maneira certa. Boa noite, Clara.
E saiu do quart.
O sorriso não saiu dos lábios dela. Os olhos brilhavam. Enfim se casaria com um homem bom. Um homem que a salvara da vida miserável que teria ao lado de Antônio Simas. Clara dormiu como um anjo.
Saíram cedo de volta à fazenda. O silêncio imperava naquela carruagem. Clara temeu que Gabriel voltasse atrás com a decisão de casar-se com ela. Aquele silêncio era opressor. Clara não suportou.
- Gabriel...
Mas antes que pudesse concluir seu pensamento, o grito do cocheiro e um violento sacolejar carruagem fez o veículo pular, tirando os ocupantes do assento e fazendo-os voar um sobre o outro o que ocasionou com clara batendo a cabeça no teto.
- Clara, você está bem? - perguntou alarmado puxando-a para seus braços.
Clara abriu os olhos piscando.
- Estou. Só um pouco tonta.
A visao daqueles lindos olhos verdes fitando-o foi um alívio. E apesar de não acreditar mãos em Deus, fez uma prece silenciosa agradecendo-O por seu doce anjo estar são e salvo. Ele a abraçou e inalou seu delicioso perfume. O cocheiro abriu a porta, todo desgrenhado e alarmado.
- Perdoe, patrão. Foi um maldito cachorro.
- Ele está bem? - tanto o cocheiro quanto Gabriel a encararam sem entender. - O cachorro está bem?
- Acho que sim, sinhazinha. Eu desviei do maldito.
Clara se desvencilhou dos braços de Gabriel e desceu da carruagem. O pequeno cão estava amuado num canto. Seus olhos amendoados pareciam assustados. Gabriel seguiu atrás dela.
- Olá, cachorrinho. - ela falou carinhosa. O cachorro pareceu ganhar vida e começou a abanar o rabinho. Deixou-se ser pego por Clara.
- Olhe, Gabriel. - ela sorria sem tirar os olhos do pequeno animal. - Não é a coisinha mais fofa que você já viu na vida, Gabriel?
- Por Deus, Clara, esse animal é o cachorro mais medonho que eu já vi em minha vida.
- Não seja mal, Gabriel. - falou ela com humor. - Eu o quero.
- Deixe-o aí, Clara. O posto de monstro da fazenda já é meu.
- Nem você nem ele são monstros. - ela o repreendeu. - Por favor, deixe-me levá-lo. Por favor...
Ele não era capaz de resistir a qualquer pedido dela. Se Clara ela pedisse pra ir pra lua, ele certamente faria de tudo para realizar o desejo dela.
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Era uma vez... a Bela que Salvou a Fera (em FINALIZADO)
RomanceÉ 1876. Seis anos após a Guerra do Paraguai, Gabriel regressou da guerra com parte do rosto desfigurado. Ele afastou a todos e vive recluso em suas terras por achar-se um monstro, uma fera. Mas isso está prestes a mudar com a chegada da doce e bela...