XI

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- Eu também a quero, Clara. Céus, você não faz ideia.
Ele a beijou e se deliciou com seus lábios quentes e muito macios. Gabriel continuou beijando-a, escorregando a boca para seu queixo e baixando para seu pescoço e a carne macia atrás de sua orelha. Ele pausou um instante e chupou de um jeito molhado antes de mordiscá-la.


- Oh. - Clara gemeu e esse som fez Gabriel afastar-se dela numa outra tentativa de fazer o que era certo.

- Já fomos longe demais. A partir de agora faremos da maneira certa. Boa noite, Clara.

E saiu do quart. 

O sorriso não saiu dos lábios dela. Os olhos brilhavam. Enfim se casaria com um homem bom. Um homem que a salvara da vida miserável que teria ao lado de Antônio Simas. Clara dormiu como um anjo.

Saíram cedo de volta à fazenda. O silêncio imperava naquela carruagem. Clara temeu que Gabriel voltasse atrás com a decisão de casar-se com ela. Aquele silêncio era opressor. Clara não suportou. 

- Gabriel...

Mas antes que pudesse concluir seu pensamento, o grito do cocheiro e um violento sacolejar carruagem fez o veículo pular, tirando os ocupantes do assento e fazendo-os voar um sobre o outro o que ocasionou com clara batendo a cabeça no teto.

- Clara,  você está bem? - perguntou alarmado puxando-a para seus braços. 

Clara abriu os olhos piscando.

- Estou. Só um pouco tonta.

A visao daqueles lindos olhos verdes fitando-o foi um alívio.  E apesar de não acreditar mãos em Deus,  fez uma prece silenciosa agradecendo-O por seu doce anjo estar são e salvo. Ele a abraçou e inalou seu delicioso perfume. O cocheiro abriu a porta, todo desgrenhado e alarmado.

- Perdoe, patrão.  Foi um maldito cachorro.

- Ele está bem? - tanto o cocheiro quanto Gabriel a encararam sem entender. - O cachorro está bem?

- Acho que sim, sinhazinha. Eu desviei do maldito. 

Clara se desvencilhou dos braços de Gabriel e desceu da carruagem. O pequeno cão estava amuado num canto. Seus olhos amendoados pareciam assustados. Gabriel seguiu atrás dela. 

- Olá,  cachorrinho. - ela falou carinhosa. O cachorro pareceu ganhar vida e começou a abanar o rabinho.  Deixou-se ser pego por Clara.

- Olhe, Gabriel. - ela sorria sem tirar os olhos do pequeno animal. - Não é a coisinha mais fofa que você já viu na vida, Gabriel?

- Por Deus, Clara, esse animal é o cachorro mais medonho que eu já vi em minha vida.

- Não seja mal, Gabriel. - falou ela com humor. - Eu o quero.

- Deixe-o aí, Clara. O posto de monstro da fazenda já é meu.

- Nem você nem ele são monstros. - ela o repreendeu. - Por favor, deixe-me levá-lo. Por favor...

Ele não era capaz de resistir a qualquer pedido dela. Se Clara ela pedisse pra ir pra lua, ele certamente faria de tudo para realizar o desejo dela.

Era uma vez... a Bela que Salvou a Fera (em FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora