Não há um justo, nem um sequer. O máximo da nossa justiça ainda pode ser comparado a um trapo imundo. Nossas entranhas estão corrompidas porque isso vem de nossa origem. Alguns expostos, outros em oculto. Alguns por fora, outros por dentro. Uns mais, outros menos. Nenhum de nós pode salvar a si mesmo. Não há quem seja suficiente e se baste. Ao mesmo tempo, somos a coroa da criação, aqueles que foram criados por último, colocados para cuidar desse mundo, para crescer, para multiplicar, manifestando uma rica diversidade de dons, arte e beleza.
Nunca deixou de manter contato, seja como for. Não desistiu de passear pela terra buscando os seus, através dos quais fizesse ecoar sua voz e sua mensagem. Em uma de nós escolheu nascer. Por todos nós decidiu morrer. Fomos feitos pouco abaixo dos anjos, somos conhecidos nas regiões celestiais e há livros onde constam nomes e histórias, todos os feitos de cada um de nós. Aqueles que antes tinham a natureza de réus, após resgatados terão a honra de julgar as nações.
Usando uma figura antropomórfica e liberdade poética, diria que somos ao mesmo tempo uma grande decepção e uma significativa motivação para Ele. Encarnamos um forte sentimento, que se manifesta de tal maneira. Só isso poderia explicar o que Ele tem feito ao longo dos milênios e ainda fará e, se isso não for amor, eu não sei mais do que chamar.
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Erradores - pensando nossa condição
PoésieComo alguém ousa propor que sejamos perfeitos? Errar é tão natural quanto respirar. Você até consegue prender o fôlego, mas não por muito tempo e não sem angustiante esforço. As falhas estão marcadas no nosso código genético tanto quanto nossas car...
