Colocado numa manjedoura, que por sua vez era o local de alimentação dos animais, desde o início Ele foi posto com pão para os famintos. Nasceu em meio à simplicidade, sem ostentação, numa família pobre e trabalhadora. Não se destacava em beleza, de forma que parecia um homem comum. A diferença estava em seu interior. Ele era especial quando abria a boca e impunha as mãos. Creio que do nascimento até os 30 anos - quando se mostrou ao mundo através de seu ministério - deve ter feito inúmeros milagres. Mas ele foi discreto, pois há tempo para todas as coisas debaixo do sol.
Chegou o dia em que muitos perceberam que a natureza inteira, das coisas visíveis às invisíveis, estava debaixo de suas ordens e seu poder. Ele era e é o Senhor de todo o universo, até mesmo e sobretudo das coisas que jamais imaginamos ter conhecimento. E ainda assim se submeteu a viver num corpo que sentia fome, sede, calor, frio, tentações, dor e lágrimas. Ele sentiu medo e suou sangue. Ele teve iniciativa, posto que disse que ninguém lhe estava tirando a vida, mas Ele mesmo a estava dando. Teve também "acabativa", visto que não desceu da cruz.
Se você não souber que sou de Cristo, não saberá o principal sobre mim. Ser dele perpassa tudo que penso, sinto e sou. Define minha cosmovisão da vida, do mundo e do que mais houver; influencia ou mesmo determina minhas escolhas e decisões. Então:
- Prazer. Eu sou Patrícia e, pela Graça, sou discípula de Jesus, filha e serva de Deus e templo do Espírito Santo.
Sim, eu admiro muito a ciência. Sim, eu estou cheia de perguntas sem respostas sobre questões teológicas e filosóficas habituais e novas que possam ser formuladas. Sim, muitos dos crentes de ontem e de hoje - nos quais me incluo - não tem sido o tipo de gente que dá vontade de estar perto e imitar. Sim, eu sei que parecerá que sou manipulada por muitas estratégias sentimentais de líderes interesseiros, sendo considerada massa de manobra, burra, iludida e infantil. Mas eu acredito é em Cristo, e não me envergonho de declarar isso diante dos homens. Sei que para alguém eu sou a única Bíblia que será lida e a única pregação que será ouvida, mas nem sempre dou um bom testemunho. Queria ser uma cristã melhor, para que a presença de Deus fosse inegavelmente percebida em mim. Então eu lembro de minhas falhas e lamento, desejando dizer às pessoas:
- Não se baseia em mim, não. Jesus é muito melhor que isso e está de fora desses erros que cometo.
Há um versículo que afirma que "serão conhecidos pelo amor". Pois é. Não tenho amado direito, não o suficiente. Ao longo da minha vida somente uma pessoa se entregou a Jesus após um convite meu. Eu via, em inúmeras ocasiões, as pessoas indo à frente, mas comigo não era assim. Fico triste quando lembro de uma amiga. Por gostar tanto dela, eu quis oferecer meu melhor: Cristo. Ela me disse, dentre outras coisas: "cada um no seu quadrado". Isso ainda ecoa em meu coração quando penso em falar d'Ele para alguém. Essa e outras situações foram se somando e eu fui me calando e racionalizando que silenciar é politicamente correto, calar é respeitoso, minha fé é estritamente uma coisa íntima e pessoal, dentre outras linhas de pensamento.
Então fica a reflexão: se pelo convite ou mensagem "não" e pelo testemunho sinto que "não", que discípula sou eu para meu Mestre? Felizmente a salvação é pela graça, não por merecimento. E aos amigos e conhecidos:- Quando eu agir bem, foi graças a Deus. Quando eu agir mal, foi graças a mim.
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Erradores - pensando nossa condição
PoesiaComo alguém ousa propor que sejamos perfeitos? Errar é tão natural quanto respirar. Você até consegue prender o fôlego, mas não por muito tempo e não sem angustiante esforço. As falhas estão marcadas no nosso código genético tanto quanto nossas car...