Prólogo

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Janeiro 2010

- Você promete que nunca irá me deixar? – olhei sorrindo.

- Que pergunta é essa Sol? – ele me olhou sério – É lógico que eu prometo, onde você estiver, será o meu lugar. Nunca irei sair do seu lado, meu amor. – ele passou a mão pelo meu rosto.

- Mas...você vai embora para o Brasil – abaixei a cabeça – Hoje, será nossa última noite juntos, amanhã você irá embora.

- Sol – respirou fundo – O que eu te disse, há 10 anos?

- Foram tantas coisas, que não me lembro – fingir, tentado não lembrar.

Mentira eu sabia, pois no dia 13 de março de 2000, ainda criança, estava sentava em uma praça chorando, pois um menino, tinha acabado de pegar minha boneca. Quando um menino, de 8 anos, cabelos castanhos escuro, olhos da cor de jabuticaba e pele branca, parou na minha frente com um pequeno sorriso em seu rosto.

“- Acho que isso é seu –  mostrou minha boneca de pano que rapidamente a puxei para mim.

- Obrigada – o olhei com os olhos ainda vermelhos.

- Olha – me mostrou seu relógio de brinquedo – Pode pegar – colocou ao meu lado do banco onde estava – Quando estiver com medo, olhe para ele e eu irei correndo de salvar – sorriu.

Balancei a cabeça em positivo, pegando o relógio que estava em cima do banco, ao olhar novamente para o menino, ele me abraçou dizendo:

- Me devolve no dia do nosso casamento – e assim, me soltou, saindo correndo em direção ao um carro preto, muito popular da época”

Olhando agora para esse menino, vi o quando ele mudou, seu jeito e atitudes não eram de alguém da sua idade, era atitudes de gente com mais idade. Agradecia a Deus, todos os dias, por ter ele em minha vida, todos os dias nos encontrávamos na mesma praça onde nos conhecemos pela primeira vez.

- Sol, você prometeu que seria minha esposa, como pode não lembrar disso? – cruzou os braços na frente de seu corpo.

- Eu me lembro – sorri, segurando dos dois lados de seu rosto – Como iria me esquecer? Afinal, logo serei uma Takahashi – beijei sua bochecha.

- Acho bom, futura senhora Takahashi. – sorriu – Temos que ir, amanhã acordo cedo para ir ao Brasil.

- Tem que ir mesmo? – abaixei a cabeça, tentando não chorar, não queria que ele fosse, queria que ele ficasse para sempre na Coreia do Sul.

- Eu preciso, logo as aulas irão começar, e os negócios da família estão lá.

- As vezes eu me esqueço, que vocês resolveram se mudar – me levantei do banco, ficando em sua frente – Um dia irei visitar o Brasil? – perguntei, queria muito conhecer aquele país, principalmente o tal de “brigadeiro”, dizem que é muito bom.

- Quem sabe um dia – se levantou pegando em minha mão e me puxando para um abraço apertado – Vamos comigo, nas suas férias de verão?

- Você sabe que eu não posso, preciso ajudar a Hun na Mansão – me afastei dele.

Diferente da família dele que era umas das mais ricas da Coreia do Sul, a minha família era da classe trabalhadora, minha mãe era doméstica, e meu pai, era jardineiro da família do Yago. Foi assim que a gente se reencontrou.

- Quando a gente se casar, vou te levar para conhecer o mundo inteiro.

- Meu mundo é você, não preciso de mais nada.

- Como eu te amo.

-  Também amo você, agora vamos, já está tarde.

Se eu soubesse que aquele dia seria o último , não teria deixando ele entrar naquele avião. Yago, sempre vai está em meu coração, em todos os momentos de minha vida. Para sempre iria o amar.

 O Senhor Me OuviuOnde histórias criam vida. Descubra agora