Capítulo 3

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Yago Takahashi

Quando deu meia noite, essa moça caminhou em minha direção, percebi que seu rosto estava inchado pelo choro, meu coração se partiu com aquela cena. Não sei ao certo, mais algo me dizia para ficar perto dela, e como já era meia noite, ela me disse que a lanchonete estava fechada, e que precisava ir embora. Como sabia que não iria ter ônibus, ofereci uma carona, porém como o esperado ela não aceito. Mas, como sou uma pessoa que não desiste, fiquei a esperando, na parte da frente do estabelecimento. Não iria deixar ela voltar sozinha, muito menos de a pé, numa hora como aquela.

Quando ela saiu, me olhou com uma cara nada boa, dei um sorri, ignorando aquela cara que ela estava, e depois de muito reluta, ela aceitou a carona. Aparentemente, ela estava gostando da adrenalina de andar de moto, pois em um determinada momento, ela abriu os braços, jogando a cabeça para trás, onde deu uma risada de alegria.

Porém, quando chegamos em sua rua, percebi que algo estava errado, vi de longe uma casa pegando fogo, não sei ao certo o que estava acontecendo, sentir essa moça, que ainda não sabia o nome, aperte com força minha cintura e ao parar a moto no meio da rua, ela desceu muito rápido da moto é em um ato de adrenalina, a puxei pela cintura, onde sentir uma eletricidade é uma voz falando baixo em meu ouvido “Cuide dela, pois irá precisar muito de você”. Eu conhecia aquela voz, pois sabia que era o espírito santo, ali com a gente.

- MAMÃE! PAI! – ela gritava, tentado se soltar de meus braços.

A rua estava lotada de muitas pessoas, policiais e corpo de bombeiros, que tentavam apagar aquele fogo, a todo custo, porém, por mais que eles tentassem, não teria como salvar nada daquele lugar, já que estava tido destruído.

- Irá ficar tudo bem – falei para ela, que em um ato de socorro, me abraçou, deixando as lágrimas caírem em seu rosto – Fiquei calma, irei cuidar de você.

- Vocês moravam aqui? – perguntou um policial ao chegar onde estávamos.

- Sim – ela o olhou – onde estão meu pais?

- Sinto muito, porém, infelizmente, não conseguiram sair a tempo – com isso ele se virou de costas e foi conversar com outras pessoas que estavam ali.

Senti que ela começou a respirar rapidamente, quando começou a apertar meus braços com força.

- Ei, fica calma – tentei a acalmar, porém sei que nada poderia fazer.

- Não...Não...Não – começou a dizer, balançando a cabeça em negativo.

- Fica calma por favor, seja forte – a abracei mais forte – Estou aqui, irei cuidar de você, apenas confia em mim.

E com isso, ela acabou desmaiando, a segurei rapidamente, gritando por ajuda, alguns enfermeiros correram para me ajudar, onde fizeram os primeiros procedimentos.

- Fica ao meu lado – foram as últimas palavras que ela disse, antes de entrar na ambulância.

- Não irei a lugar nenhum, agora você faz parte da minha vida, mesmo que ainda não sabendo seu nome – coloquei o capacete e olhei novamente para a casa que foi destruída pelo fogo – Irei cuidar muito bem das famílias, não se preocupem.

 O Senhor Me OuviuOnde histórias criam vida. Descubra agora