ALGUÉM COMO VOCÊ

Em Perigo? ✰

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Livia colocou a caneca de café cheia e fumegando em cima do balcão e desapareceu pela casa começando outro dia de trabalho. Um minuto depois, Taylor surgiu, pegou a caneca e voltou para o escritório. Mesmo que ele tivesse passado as últimas cinco semanas dizendo a Livia que ele mesmo podia encher a própria caneca de café, sempre que ele sentia aquele cheiro hipnotizante e descia, lá estava sua caneca cheia esperando por ele.

— Hey, encontrei você. — Taylor desceu até o porão depois de algum tempo, Livia estava lá sentada no chão cercada de caixas e guardando algumas coisas que encontrara no andar de cima e que ele praticamente não usava.

— Oi, Taylor. Precisa de alguma coisa?

— Não, obrigado, eu... o que é isso? — Ele apontou para as pernas dela.

— Você gostou?

— Tem lantejoulas em sua calça?

— É uma calça de lantejoulas amarelas. O que achou? — Ela ficou em pé e fez umas poses esticando as laterais da calça e Taylor bufou revirando os olhos.

— Eu acho que você precisa parar de vir com roupas esquisitas. Esquece de uma vez o que falei sobre os shorts, eu realmente não ligo.

Livia riu.

— E então, o que ia dizer?

— Só vim avisar que vou correr um pouco. Volto em uma ou duas horas.

— Tudo bem. Talvez eu termine mais cedo, acho que vou ter que inventar algo pra fazer. Sua casa está um brinco. Acho que vamos ter que mudar de três para dois dias na semana pra dar tempo de você fazer alguma bagunça.

— Nem pense nisso, eu não sobreviveria sem sua comida e sem seu café. Nada de dois dias, nem que eu pague pra você ficar sentada no sofá o dia todo.

Livia riu e voltou a guardar coisas em caixas. Taylor acenou e saiu.

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— SOCORRO! Por favor, alguém? Socorro!

Assim que voltou e entrou na casa Taylor ouviu, no entanto o som era muito distante, mas por instinto correu e procurou de onde vinha. O desespero tomou conta de todo o seu corpo, sua pele estava arrepiada e os sentidos em alerta máximo.

— Alguém me ajuda. Por favor!

Ele pensou estar vindo do andar de cima, correu, mas parou no meio da escada. O som ainda era distante, mas não conseguiu descobrir então ele voltou para a entrada.

— Livia? É você? Onde você está? — Gritou ele correndo desesperado procurando em todo canto, foi até a porta do porão e abriu, mas estava apagado.

— Taylor, é você? Estou aqui fora, me ajuda!

Taylor quase atravessou as paredes até se encontrar no quintal dos fundos. Ele parou confuso nos degraus da escada quando viu Livia empoleirada em cima da mesa no gazebo do jardim. O conjunto de mesa e cadeiras onde ela estava era de ferro, cercada por sofás e cadeiras, ficava dentro do gazebo que também era de ferro, com paredes de ferro retorcido e apenas uma entrada e saída. O cortador de grama elétrico ainda estava ligado e tombado na frente dela fazendo um barulho ensurdecedor e bloqueando a passagem.

Livia estava encolhida em cima da mesa, tremia tanto que Taylor podia ver mesmo distante.

— O que está havendo? Você se machucou? — Perguntou ele correndo até ela.