ALGUÉM COMO VOCÊ

Em Seus Braços ✰

— Então, me fale sobre a Kimio.

— Liv... —Taylor a repreendeu, mas não conseguiu não rir.

— Desculpa. Prometo que vou me esforçar.

Ele sabia que ela não ia.

Os dois estavam sentados um ao lado do outro no chão da cozinha de Livia encostados nas portas do armário da pia e devorando um dos pães que haviam acabado de ficar prontos.

— Se conhecem mesmo há tanto tempo assim?

— É, uumm isso aqui está muito bom. — Disse ele depois de dar uma mordida no pão. — Como eu disse, nos conhecemos desde o colégio. E a gente morava no mesmo bairro, tínhamos o mesmo grupo de amigos.

— E você era apaixonado por ela.

Taylor estreitou os olhos e Livia riu.

— Eu sabia que sim.

— Mas foi só por um tempo, a paixão foi embora junto com a puberdade, depois ficamos muito amigos, ela foi pra faculdade nos Estados Unidos e começou uma carreira como modelo e agora mora em Miami, depois disso a gente mal se viu, mas ainda conseguimos nos falar de vez em quando. Ela estava em Nova Iorque comigo em minha última semana lá e quando ela soube que eu voltaria pra Londres Kim quis vir junto e vai ficar lá em casa enquanto estiver por aqui.

Livia parou de mastigar e olhou para ele sem piscar.

— Ela passou uma semana inteira com você e você não me disse nada?

Taylor encolheu os ombros.

— Não achei que fosse importante.

— E agora ela está hospedada em sua casa?

— É. Ela sempre fica em minha casa quando vem pra Londres. Dessa vez ela quis conhecer Kensington.

— Sua amiga, linda, que te chama de bebê e fica te agarrando o tempo todo está hospedada em sua casa?

Taylor riu.

— Você quer que eu a mande pra um hotel?

— Pffff até parece que você mandaria se eu pedisse.

— Mandaria sim.

Livia estreitou os olhos e entortou um pouco a boca.

— Nããão. Deixa pra lá. Já que é uma amiga sua que existe no mundo real, não vou tirar isso de você.

— Ótimo, porque eu não mandaria minha amiga pra um hotel mesmo.

Livia empurrou o ombro dele com o dela.

— Você vai doar o restante desses pães? — Perguntou Taylor dando outra mordida na fatia com manteiga em sua mão.

— Por que eu doaria os meus pães?

— Tem uns dez pães ali, não é pão demais?

— Não pra mim, isso significa que não vou ter que gastar dinheiro na padaria por uns dias.

— E você vai comer tudo isso?

— Eu sempre como tudo o que eu faço.

— Caramba!

— O quê?

— Eu fico imaginando aonde vai parar essa comida toda.

— Bom, até alguns meses atrás eu gastava tudo limpando a sua casa.