ALGUÉM COMO VOCÊ

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— Meu menino está muito mal. — Disse Eleanor dirigindo para o hospital. — Tenho certeza de que quando meu filho ouvir a sua voz ele vai ficar bem e tudo vai ficar bem de novo.

Livia não dizia nada enquanto Eleanor falava sem parar dizendo como Taylor estava nas últimas e tudo o que passava por sua mente era que pela maneira como a sogra falava, ela o perderia.

Mas não podia perdê-lo, não agora, nem nunca. Não aceitaria que as coisas terminassem dessa maneira.

Enquanto a sogra tagarelava, Livia olhava para fora, perdida e assustada, não enxergava nada, apenas os sorrisos de Taylor guardados em sua mente e em seu coração. Pensou nas últimas vezes em que se viram, se arrependeu muito da maneira como o tratou e não dava a mínima se a culpa era dos hormônios, não foi justa com ele e escondeu dele a coisa mais importante da vida dos dois.

Livia sentiu o sangue formigar nas veias, estava elétrica, estava letárgica e zonza e uma dor leve na cabeça e no final das costas começou a incomodar, mas não deu atenção, só queria ver Taylor.

Ela nem percebeu quando desceu do carro de Eleanor ao chegarem ao hospital. Sem esperar pela sogra ou Drake que estacionou atrás delas, Livia desceu e saiu quase tropeçando na direção da entrada do prédio, entrou no hospital sem ver ninguém à sua frente. Parou diante do balcão de informações e se inclinou um pouco segurando a costela e sentindo uma dor aguda no peito porque não conseguia respirar direito e antes que perguntasse à recepcionista onde Taylor estava, Eleanor e Drake surgiram ao seu lado.

— Vem comigo, querida, eu sei qual o quarto dele, se lembra? — Eleanor passou um braço atrás de Livia e a conduziu ao elevador.

Os três ficaram parados diante da porta de metal, mas Livia estava agitada demais pra ficar ali parada esperando. Se soltou de Eleanor e procurou a escada, encontrou, mas voltou até a sogra.

— Que andar e qual o número do quarto? — Ordenou ela e Eleanor mal terminou de dizer e Livia já estava correndo escada acima até o sétimo andar.

Ela chegou ofegante e ainda mais zonza lá em cima. Apertou os olhos com os dedos tentando fazer a visão voltar ao normal porque agora via tudo em dobro, piscou bem forte e andou até o balcão de informações.

— Pra que lado fica o quarto quatorze?

— Preciso de uma identificação, senhora.

É claro que Livia havia esquecido a bolsa no carro.

— Meu marido está no quarto quatorze. Taylor... Taylor Harris. — Ela apoiou uma das mãos no balcão e se inclinou um pouco segurando a cintura com a outra tentando controlar a respiração.

A recepcionista riu.

— Taylor Harris é seu marido?

— Sim.

— Estou me perguntando quantas vezes ele se casou, porque você não é a primeira a dizer isso essa noite, sabia? — A mulher olhou para a colega e riu novamente.

— Eu... sou a única esposa de Taylor Harris... agora... será que pode me dizer pra que lado?

Livia colocou a mão na barriga ao sentir uma pontada de leve.

— A senhora está bem? — Perguntou a recepcionista.

— Só me diz onde meu marido está, por favor.