Uma espaçonave carrega os últimos resquícios da espécie humana. Sem nomes, sem destino e com a tarefa impossível de sobreviver a um vazio sem fim, os poucos tripulantes precisam enfrentar um mal misterioso entre eles. Algo poderoso, capaz de destrui...
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— Todo o segundo andar está congelado. – disse Branco, olhando as informações do tablet em suas mãos enquanto eu analisava as informações na tela do computador na navegação. – As câmaras de criogenia estão funcionando, o casco aguentou bem o impacto, mas vai levar meses até conseguirmos limpar toda a área. Talvez anos...
— Esquece o segundo andar. Mantenha as portas trancadas e se concentre em cuidar do setor principal. Precisamos arrumar essa nave o quanto antes!
Branco concordou e seguiu para a sua cadeira, para analisar o problema, enquanto Azul conversava com o Amarelo sobre a situação do reator.
Não foi só o elevador que foi destruído. Havia problemas estruturais em toda a nave — coisas pequenas comparadas ao terror que se instaurou no segundo andar, mas, mesmo assim, problemas suficientes para fazer com que a nossa arca de Noé se transformasse em um Titanic.
— Você deveria ir para a enfermaria! – falou Amarelo, depois que terminou sua versa com o Azul.
— Estou bem, só torci o tornozelo. – falei, dando um beijo nele sem desviar os olhos da tela do computador. – Preciso encontrar o backup das câmeras de segurança para saber quem é o responsável por isso... Parece que elas não estão gravando nada há dias.
— Posso dar uma olhada?
— Acho que sim...
Afastei minha cadeira para que o Amarelo pudesse acessar o painel. Pelo visto ele amava aquela tecnologia toda e seus olhos brilhavam como se tivesse acabado de ganhar um Nintendo Switch.
— O HD tá corrompido.
— Até onde sei, tudo fica guardado na nuvem.
— A nuvem é como se fosse um HD gigante que, no nosso caso, fica na elétrica. Tem outras bases de dados por lá, uma em específico cuida das imagens das câmeras de segurança. É melhor checar o que houve com ele.
— Vem comigo. – Pedi, me levantando e escorando no ombro dele. – Vou precisar de uma muleta até lá.
Branco foi correndo até mim quando ouviu aquilo.
— Nada disso, chefe. Já fez o suficiente hoje, é melhor descansar.
— Vou descansar depois que pegar o desgraçado que destruiu a minha nave.
Era puro ódio o que eu sentia.
Conseguia manter o pé firme no chão só porque meu peito doía duas vezes mais que o tornozelo torcido. Se antes não estava me importando tanto com o assassino da Laranja, agora precisava agir logo antes que mais alguém se machucasse.
Meu irmão tinha se ferido com aquela loucura. O Preto estava ainda inconsciente na enfermaria e o Rosa trabalhava mais do que já trabalhou desde que decolamos. Aquela loucura tinha que terminar.