24. A gota d'água

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Olhei para o sangue em minhas mãos e me perguntei quanto tempo levaria para ser consumido por toda aquela dor

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Olhei para o sangue em minhas mãos e me perguntei quanto tempo levaria para ser consumido por toda aquela dor.

Amarelo estava morto. O corpo dele agora se encontrava em uma maca na Enfermaria, aguardando o momento de ser arremessado para o vácuo do espaço.

Ele não merecia aquilo. O Verde, a Laranja e o Azul, também não.

Fui estúpido em não agir imediatamente. Se não tivesse tão fraco e ocupado em esconder a minha doença talvez teria visto os sinais ao meu redor e impedido meu irmão.

Agora, os sobreviventes, Rosa, Branco, Roxo e eu nos entreolhávamos esperando a deixa para que alguém dissesse alguma coisa que aliviasse o clima fúnebre. Havia sangue por toda parte e precisávamos decidir o que fazer dali pra frente.

O setor de Luxo ainda necessitava de reparos, precisávamos acordar um membro da segurança e outros tripulantes para compensar as perdas que tivemos. Combinamos que a Branco iria cuidar da navegação em tempo integral enquanto Rosa analisaria o reator junto comigo. Roxo pegaria as tasks que eram do Ciano e, assim, daríamos um jeito de seguir com nossas vidas.

As imagens dos corpos ainda estavam na minha cabeça. Branco não parava de chorar quando lembrava do Azul; enquanto Roxo e o Rosa se entreolhavam a todo instante — como se odiassem um ao outro e não fizessem questão de esconder isso. Não éramos mais uma equipe, passávamos apenas de estranhos que teriam que conviver com tudo o que presenciaram.

— E quanto ao Ciano? – perguntou Rosa, preocupado. – Quem vai cuidar dele?

— Ainda não sei. – respondi. – Não é uma das minhas preocupações no momento.

— Devíamos atirá-lo pra fora da nave igual fizemos com as corpos. – Destacou Branco, indignada. – Aquele monstro. É questão de tempo até ferir mais alguém!!!

— Vamos pensar nisso depois. – Roxo a interrompeu quando viu que eu não estava confortável com a conversa. – Precisamos colocar a casa em ordem e descansar um pouco.

A febre havia voltado, mais baixa agora. Tomei alguns remédios para controlar, mas os sintomas da doença estavam mais avançados. Com coriza, febre e meu rosto ardendo parecia que não daria mais para esconder a minha condição. Por isso, resolvi dizer a verdade.

— Estou doente. – Revelei. – Quando ataquei o Ciano, estava fora de mim. Talvez tenha sido a doença, não sei.

— Vermelho... – Rosa tentou me interromper.

— Fiz alguns testes e estou com o vírus. – minha revelação fez Branco arregalar os olhos e colocar a mão na boca.

Rosa fechou os olhos e baixou a cabeça. Já Roxo, não pareceu surpreso.

— Tenho uma semana de vida, talvez um pouco mais, não sei... O tempo anda confuso ultimamente...

— Já fiz os testes. – Rosa alertou. – Nenhum de nós pode ser contaminado, garanto isso. As vacinas funcionaram e estou trabalhando em um medicamento para o Vermelho.

Among Us | Gay Fanfic +18Onde histórias criam vida. Descubra agora