Ao contrário da minha aproximação com o Amarelo, fui me apaixonar pelo Roxo de um jeito bem menos direto.
Aconteceu pouco depois que decolamos, quando estávamos bem longe da Terra. Toda a equipe se mobilizou para colocar as coisas nos eixos e pude finalmente conhecer minha equipe após tanto tempo de quarentena.
Roxo foi o primeiro a me cumprimentar. Com aquele sorriso meigo, os olhos fixos nos meus e um aperto de mão forte...
A beleza dele chamou minha atenção. Passei a puxar papo, buscar por ele pelo refeitório, encontrar desculpas para fazer o mesmo trajeto que o dele e, claro, babar um pouco até deixar a minha intenção na cara.
Tínhamos uma ligação única. Conversávamos durantes horas, ríamos juntos, compartilhávamos os mesmos interesses e sempre que estávamos perto um do outro o tempo parecia passar mais rápido. Era fácil me abrir com ele, expor meus medos e inseguranças sem me preocupar em ser julgado.
Uma pena que agora tudo tinha acabado. As investidas, a troca de olhares, os beijos e pequenos gestos antes de começarmos a namorar... Nada daquilo valia mais nada. A traição havia deixava um gosto amargo.
— Vermelho?
Ele me olhou de cima a baixo, surpreso pela minha péssima aparência.
— Sabia que você era duro na queda, mas vir aqui com o pé quebrado é ir um pouco além da conta, não acha?
— Só tá torcido, não é nada demais.
— Imagino. Pela sua cara, não está aqui pra finalmente conversarmos, né?
Aquilo me irritou.
Esperava que o Roxo ficasse de cabeça baixa, pedisse desculpas, chorasse ou qualquer coisa do tipo. Não estava pronto para aquele seu tom arisco.
— Vou ser rápido. Preciso que responda algumas perguntas.
— Acha que tentei te matar?
— Não, é claro que não! – mordi o lábio, inseguro.
Desviei meus olhos para as plantas que o Roxo cultivava ali, mudas de espécies diferentes que ele tinha a missão de deixar vivas para o outro planeta.
Na hora, lembrei do que o Rosa falou sobre o veneno que matou a Laranja.
— O que você sabe sobre "Mamonas"?
— Ricinus communis. – Ele disse, sem parar as tasks. – É uma planta cultivada nas regiões tropicais para produção de óleos.
— Não é o tipo de coisa que alguém cultivaria na nave.
— Provavelmente não. É venenosa. Já tentaram até usá-la como arma biológica, mas, até onde sei, não é a planta ideal para esse tipo de coisa. Há outras opções. – Ele suspirou. – Beladona tem um charme clássico. Seria a minha escolha, sem dúvida.
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Among Us | Gay Fanfic +18
General FictionUma espaçonave carrega os últimos resquícios da espécie humana. Sem nomes, sem destino e com a tarefa impossível de sobreviver a um vazio sem fim, os poucos tripulantes precisam enfrentar um mal misterioso entre eles. Algo poderoso, capaz de destrui...