— O assassino deve estar redirecionando a passagem de oxigênio. O ar está sendo sugado para fora da nave!
Corri pelo corredor junto com o Amarelo. Podia não estar na minha melhor forma depois de quase ter morrido de febre, mas a situação era crítica e se não fizéssemos algo ficaríamos sem ar em questão de minutos.
— Vai pra administração, tem um painel lá, é só digitar a senha na tela!
— O quê??? Não vai comigo?
— Precisamos ativar os dois painéis para o processo parar.
— MAS TEM A PORRA DE UM SERIAL KILLER NA NAVE!
— Lá é seguro, todos estarão lá, eu vou por cima direto pro O₂.
Antes de chegarmos à intercessão segurei o rosto dele e o beijei, pressionando nossos corpos ao máximo.
— Não se esquece que ainda te devo um jantar. – falei, sorrindo.
— Toma cuidado!
Nos afastamos às pressas. O alarme sonoro era como o prenúncio da morte. Cheguei a assistir um filme com uma temática parecida, de uma mulher que vagava por uma cidade fantasma, à procura da filha, e sempre que a noite caía um alarme alto e assustador tocava para alertá-la sobre os monstros que se aproximavam.
Me sentia em um filme de terror. A cada alarme, alguém que eu amava corria risco de morte. O assassino não pararia agora, não depois de todas as pessoas que atacou.
Avancei às pressas até o O₂, chegando lá e abrindo o painel na parede para encontrar um código numérico piscando. Usei o teclado ao lado para colocar os dígitos e aguardei... Se tudo desse certo, o Amarelo estaria digitando agora mesmo o dele. O som e as luzes só parariam depois que os dois painéis tivessem sido acionados. Caso contrário, em poucos minutos morreríamos sufocados, sem oxigênio.
— É isso aí! – falei, quando a alarme parou e as luzes voltaram a coloração. – Você conseguiu!
Comemorei comigo mesmo, me permiti alguns minutos para respirar fundo e acalmar meu coração antes que os vergões no meu peito aumentassem e o estresse me colocasse de cama novamente.
Os outros também deveriam estar com o Amarelo, aliviados por tudo ter dado certo no final das contas.
Saí do O2 para encontrar todo mundo, mas bastou chegar ao corredor para parar e revirar os olhos com a chegada do Roxo. Meu ex-namorado ignorou a minha presença, apenas passou na minha frente e checou se o painel estava funcionando normalmente.
Olhei para ele, analisando seus olhos e esperando por alguma fala.
— Ficou desesperado, não foi? – Roxo perguntou, rindo da minha cara.
— É. Digamos que não é todo dia que todo o nosso oxigênio é sugado pra fora da nave.
Ele foi até um borrifador de água e começou a regar as plantas do setor. Roxo parecia bastante calmo considerando tudo o que havia acabado de acontecer.
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Among Us | Gay Fanfic +18
Ficción GeneralUma espaçonave carrega os últimos resquícios da espécie humana. Sem nomes, sem destino e com a tarefa impossível de sobreviver a um vazio sem fim, os poucos tripulantes precisam enfrentar um mal misterioso entre eles. Algo poderoso, capaz de destrui...