capítulo oito

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me pediram foto da tatuagem do dimitri, então coloquei aqui em cima, na capa do capítulo. é mais ou menos dessa forma que eu imagino.


Não havia ninguém na cama quando acordei.

A primeira coisa que fiz ao acordar foi esticar meus braços por entre os finos lençóis egípcios do meu noivo, Nikolai Tarasova, a sua procura, mas o seu lado da cama estava vazio. O que não foi nenhuma surpresa, claro, pois já estava acostumada com a rotina de Nikolai de acordar bem cedo. Ele normalmente despertava antes do sol, depositava um beijo em minha testa e ia fazer corrida pela vizinhança antes de se arrumar para o trabalho nos negócios do Empório Nikolai. Eu sabia disso, e, mesmo assim, eu sentia sua falta.

Por outro lado, havia algo que conseguiu colocar um sorriso no meu rosto, e não porque o quarto tinha vista privilegiada para a ponte Golden Gate naquele apartamento na cobertura, e sim devido à aliança em meu dedo anelar direito, simbolo do meu noivado com o homem que eu amava. Eu estava prestes a me casar, e, naquele dia, as organizações para o evento iriam começar naquela manhã. Por isso, assim que os raios de sol tocaram os lençóis da cama, eu despertei — lentamente, mas despertei. Haviam algumas roupas minhas no closet de Nikolai, e, dentre elas, optei por calças jeans do tipo skinny com cintura alta e uma blusinha cropped num tom pastel de rosa com botões na frente, sem contar meus assessórios dourados favoritos.

Um mês se passara desde que eu descobrira que Nikolai era, na realidade, irmão mais velho do meu primeiro amor, Dimitri Tarasova, quem eu não via há oito anos. Para piorar, os dois não se davam bem. Quer dizer, "não se dar" bem era era puro eufemismo, visto que os irmãos Tarasova pareciam se odiar. Felizmente, naquele reencontro durante um brunch todos foram cordiais um com o outro, na medida do possível, e, surpreendentemente, ninguém saiu morto ou ferido. Eu só esperava que as coisas continuassem assim.

Assim que saímos do brunch, perguntei à Nikolai se ele poderia me dizer o motivo daquela briga entre irmãos e ele apenas me dissera para não se preocupar.

Rever os gêmeos, Kessie e Henry, era maravilhoso. Eu não tinha nada além de boas lembranças com eles, e ficaria feliz de reviver uma amizade. Ainda estava de coração partido com a morte de Aaron, porém, que era o namorado de Henry quando o conheci. Dimitri, por sua vez... Talvez fosse complicado, mas anos haviam se passado e eu acreditava na minha habilidade de ser madura em relação àquela situação. Afinal, éramos todos adultos agora, e o passado era passado.

Confiante disso, saí do quarto para tomar café da manhã. Encontrei Nikolai sentado na mesa, bebericando uma xícara de café totalmente preto no tempo em que lia atentamente as notícias num jornal. A mesa de café já estava pronta, com uma enorme fartura de pães, bolos, frutas e sucos, além de pratos e talheres refinados; chegava a ser comida demais, considerando que éramos apenas nós dois. Fiz uma nota mental para me lembrar de avisar aos funcionários que eles poderiam aproveitar daquela comida também, caso contrário, tudo aquilo seria desperdiçado no lixo. Eles não deveriam comer pão seco da cozinha quando tínhamos aquele banquete em casa.

— Sabe, você é provavelmente a única pessoa que eu conheço que ainda lê jornal. — brinquei, me aproximando e me sentando na mesa ao seu lado.

— Bom dia, Elaine. — ele sorriu para mim, depositando um beijo rápido em meus lábios. — Dormiu bem?

— Sim, diferente de você. — disse eu. — Você ficou se mexendo a noite toda, Nick.

— Não estava conseguindo dormir. — respondeu Nikolai, o olhar cravado no jornal.

— Foi o pesadelo novamente? Aquele do fogo? — perguntei, preocupada. Desde o primeiro dia em que passamos a noite juntos, eu soube do recorrente pesadelo que meu noivo tinha, um no qual ele estava preso num incêndio, mas ele não gostava de falar sobre aquilo.

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