capítulo doze

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preparem-se, esse capítulo é gigantesco E emocionante

verão de 2013

— Onde você estava?

Apesar da sua pergunta, minha mãe não estava brava, mas sim curiosa. Até porque eu não a via desde a noite passada, quando me despedi para ir à festa na praia organizada por Kessie Tarasova, e agora já era quase meio-dia da manhã seguinte. Além disso, eu estava toda molhada. Certamente era uma situação que atiçava curiosidade, ainda mais dos meus pais.

— No meu quarto... Dormindo? — sugeri, um sorriso travesso despontando dos meus lábios. Mas meus pais que haviam me encontrado no caminho para o restaurante do hotel, enquanto eu estava indo para o meu quarto, sabiam que eu estava brincando.

— Então, choveu dentro do seu quarto? — minha mãe arqueou uma sobrancelha. — Que curioso...

— Eu estava com Dimitri. — esclareci, não conseguindo tirar o sorriso bobo do rosto. — E eu sei que são meus pais, e sei que vão se preocupar de qualquer jeito, mas foi tranquilo. A festa foi divertida, nós dormimos na praia, eu e todo o pessoal, e Dimitri me acordou para mostrar o barco dele. Nós voltamos quando começou a chover.

— Mostrou o barco dele, hein? — zombou minha mãe, sugerindo algo malicioso.

Mãe! — reclamei.

— Não ligue para sua mãe. — foi a vez do meu pai de se pronunciar. — Nós estamos felizes que esteja se divertindo com seus amigos. Sabemos que você é cuidadosa.

— E que você não vai se esquecer que tem uma camisinha de emergência na sua bolsa.

— Mãe! — exclamei de novo, indignada. — Pai, por favor, fale para a mamãe parar com isso.

— Lilla, eu te amo, mas eu não digo nada para sua mãe. — disse ele, e minha mãe assentiu, confirmando. — Por que não vai se trocar para almoçarmos juntos.

— E eu vou querer saber tudo sobre esse sorrisinho no seu rosto. — falou a minha mãe.

Cruzei os braços, balançando a cabeça em negação.

— Não tem sorrisinho no meu rosto. — eu protestei, e meus pais se entreolharam.

Aham, sabemos. — ironizou meu pai.

— Está bem. — estendi as mãos em forma de rendição. — Eu vou me trocar, porque essa conversa está virando uma guerra com tantos ataques que eu estou recebendo. — brinquei.

Como os irmãos Tarasova estavam ocupados em seu compromisso com o pai, o dono do hotel, eu passei o resto do dia com meus pais. Nós almoçamos, fomos em mais alguns pontos turísticos e compramos algumas lembrancinhas da cidade para levar para casa. Ao retornar ao hotel, eu e meu pai resolvemos pintar juntos, e eu aproveitei para mostrar para ele como os desenhos do violão estavam ficando.

Desde o dia em que comecei a ensinar Dimitri a tocar violão, enquanto ele me ensinava a surfar, passamos a decorar juntos aquele violão com coisas marcantes que fizemos juntos. Agora, estava já completo pela metade. Além das flores do jardim da minha falecida avó e meu falecido cachorrinho, adicionei outras pinturas como uma onda do mar, uma prancha, uma fogueira, pássaros — do grupo de observação de pássaros que participamos por um dia —, uma bola de basquete — Henry tentara me ensinar e eu falhara em aprender —, além de várias outras coisas que simbolizavam aquele verão com meus novos amigos, e, em especial, com Dimitri. Naquele dia, adicionei não só o desenho de um barco e uma nuvem de chuva, mas também fiz a silhueta minimalista minha e de Dimitri dormindo juntos. Abraçados.

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