• Capítulo 27

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Rugge on·
Essa coisa de ser pai é para os fortes.
Embora Chloe não soubesse que eu era seu pai eu não a tratava diferente do que trataria se ela soubesse. Fazia questão de que me visse quase todos os dias e a transformei em minha principal prioridade.
A noite foi particularmente difícil, porque eu nunca tinha lidado com uma criança doente. Candelária achou que seria uma boa ideia se eu assumisse os cuidados com Chloe. Se minha filha fosse passar um tempo em minha casa em algum momento eu precisava saber cuidar dela na saúde e na doença. Chloe só queria que eu a segurasse e lesse para ela. A pobrezinha tinha pus saindo das orelhas e queimava em febre. Eu me sentia impotente, porque não havia nada que pudesse fazer para que ela se sentisse melhor, nada além de ficar ali. Ela se apegava mais a mim a cada dia e isso provava que apesar dos anos que passamos afastados havia uma espécie de conexão inata entre pai e filha.
Felizmente Karol era bastante compreensiva com a situação. Eu sentia muita falta dela. Estava começando a ter síndrome de abstinência. Por mais que amasse a companhia da minha filha precisava ver minha namorada hoje, precisava sentir sua vagina em volta do meu pau, precisava agarrar aquele cabelo escuro e sexy, precisava ouvir os ruídos que ela fazia quando chegava ao orgasmo comigo dentro dela. Merda... precisava dizer de uma vez por todas quanto a amava.
A sorte estava ao meu lado, porque Chloe se sentia um pouco melhor na noite seguinte. Os antibióticos começavam a fazer efeito e depois de jantar cedo com ela fui direto para a casa de Karol. Ia mandar o motorista buscá-la e levá-la ao meu apartamento, mas ela disse que preferia que eu fosse para lá. Respondi brincando que iria com prazer onde ela quisesse nesta noite.
Quando ela abriu a porta eu a abracei e aproximei o rosto de seu pescoço inspirando o perfume de baunilha. Era um cheiro que me deixava maluco.

Rugge: caramba, que saudade.- falei contra sua pele- Como conseguiu ficar mais linda?- era um alívio ver que as pontas de seu cabelo continuavam azuis e um vestido justo da mesma cor envolvia seu peito arfante.

- falei contra sua pele- Como conseguiu ficar mais linda?- era um alívio ver que as pontas de seu cabelo continuavam azuis e um vestido justo da mesma cor envolvia seu peito arfante

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Rugge on·
Por mais que eu quisesse rasgar o tecido e chupar muito seus mamilos, também sentia saudade do sorriso, da risada e da atitude sarcástica. Não passamos muito tempo separados, mas viver a paternidade me fazia sentir como se tivesse estado a um mundo de distância da outra parte importante de minha vida. Amava minha filha, mas meu lugar era com Karol. Deslizei a mão pelas costas dela e perguntei:

Rugge: está com fome?
Kah: não, você disse que jantou com Chloe, acabei de comer- tive a impressão de que alguma coisa a incomodava.
Rugge: está preocupada?- ela hesitou.
Kah: não.
Rugge: o que quer fazer hoje? Podemos ir beber alguma coisa, ver um filme, o que você quiser.
Kah: podemos ficar aqui?
Rugge: nunca vou reclamar de ter você só para mim.
Kah: Chloe melhorou?
Rugge: sim, está bem melhor. O médico receitou penicilina e a dor de ouvido diminuiu bem.
Kah: que bom- olhei para a pia, notei duas taças de vinho sujas e senti a descarga de adrenalina. Duas taças? Quem esteve no apartamento?
Rugge: recebeu visitas?- ela ficou vermelha.
Kah: hum... na verdade, meu pai- apesar do alívio fiquei incomodado por ela não ter me contado.
Rugge: ah é?
Kah: sim, ele apareceu do nada ontem à noite- fiquei triste, porque sabia que em circunstâncias normais ela teria me contado. Ver o pai não devia ter sido fácil para ela e embora soubesse a resposta perguntei assim mesmo.
Rugge: por que não me falou nada?
Kah: você estava com Chloe, não queria incomodar, e correu tudo bem. Nós só conversamos, não foi tão ruim quanto eu imaginava que poderia ter sido depois de como saí da casa dele no outro dia.
Rugge: o que ele falou?
Kah: sabe de uma coisa? Não quero desperdiçar essa noite com isso. Meu pai e eu... estamos bem. Foi uma visita normal.
Rugge: tem certeza de que não quer falar sobre isso?
Kah: absoluta.
Rugge: tudo bem.- eu a abracei e encostei a testa na dela- Sabe em que eu estava pensando? Talvez a gente deva ir ao México nas férias. Quero beijar o chão da terra que me deu você e nunca estive lá. Podemos visitar Tulum, o que acha?
Kah: tenho certeza de que Tulum é lindo.
Rugge: você não respondeu à minha pergunta.- recuei para observar seu rosto- Não está animada como achei que ficaria, mas não precisa ser lá, podemos ir a outro lugar- ela segurou meu rosto com as duas mãos.
Kah: você é incrível. Eu teria sorte se fosse a qualquer lugar com você- ela falou, mas não estava sorrindo.
Que porra é essa?
Rugge: está tudo bem? Você parece triste. Tem certeza de que não se chateou com seu pai?
Kah: está tudo bem.
Rugge: não acredito.- ela ficou em silêncio e isso começou a me assustar de verdade. Passei o dorso da mão por seu rosto- Sabe que pode me contar tudo não é? Sei que essa história com Candelária e Chloe não tem sido fácil para você. Precisa se abrir comigo quando alguma coisa te incomodar, não tem que ficar guardando. Podemos resolver isso desde que não esconda nada de mim.
Kah: não tenho nada para falar, só estou um pouco desanimada hoje. Podemos ir deitar?- eu a encarei antes de responder.
Rugge: é claro.- apesar da explicação foi como se uma nuvem nos seguisse para o quarto. Tirei a gravata e quando desabotoei a camisa Karol estava sentada na cama me observando. Eu adorava ver como ela ficava fascinada quando me despia, mas era meio estranho e atípico ela ficar só me olhando daquele jeito. Definitivamente hoje ela estava estranha. Joguei a camisa em cima da cadeira e quebrei o silêncio- Não quer conversar, vou ter que encontrar outro jeito de fazer você se sentir melhor- ela ficou em pé, se aproximou de mim e lentamente começou a deslizar o dedo em torno da tatuagem sobre meu coração.
Kah: você ter feito isso significa muito para mim, acho que eu nunca disse o quanto.
Rugge: você significa muito para mim. Você me trouxe de volta à vida Karol, isso era o mínimo que eu podia fazer para demonstrar o que sinto. Representa como está sempre comigo, mesmo quando não podemos estar juntos por causa do trabalho ou de Chloe. Saber que você está comigo e que me apoia é o que tem me ajudado a seguir em frente- ela continuou olhando para a tatuagem quando falou:
Kah: faz amor comigo?
Rugge: quando foi que teve alguma dúvida disso?
Kah: nunca, mas hoje quero que seja bem lento. Quero aproveitar.
Rugge: posso ir devagar- sexo não resolve tudo, mas eu tentaria usá-lo para tirá-la do desânimo em que estava. Mostraria com o corpo o quanto a amava e que não havia nada que não pudéssemos resolver, desde que ficássemos juntos em todos os sentidos.
Ela começou a me beijar com paixão, de um jeito quase desesperado. Quando caímos na cama Karol me apertava com força e me puxou contra o corpo enquanto abria as pernas.
Kah: por favor- implorou.
Vê-la nua e exposta daquele jeito me obrigou a lembrar do pedido dela para irmos devagar, porque naquele momento eu só queria devorá-la inteira.
Quando a penetrei ela gemeu no meu ouvido. Enquanto me movia para dentro e para fora devagar e com intensidade percebi que havia uma diferença entre sexo puro e descontrolado e fazer amor com loucura e paixão. Era preciso estar realmente apaixonado por alguém para conseguir essa segunda versão, e eu estava apaixonado por Karol de um jeito como nunca estive por ninguém antes.
Era hora de ela saber disso.
Quando a penetrei até o fundo tentando não a esmagar com o peso do meu corpo faminto sussurrei em seu ouvido:
Rugge: te amo muito Karol.- voltei a me mover entrando e saindo dela e repeti- Te amo.- ela respondeu me apertando com mais força, erguendo o quadril e guiando meu corpo. Eu queria muito que ela me devolvesse a declaração, em vez disso Karol ficou em silêncio até eu sentir a umidade em meu ombro. Ela estava chorando- Baby, o que foi?- meu coração batia mais depressa. Havia me iludido pensando que ela lidava bem com tudo isso? Tudo estava se complicando? Quando diminuí os movimentos ela murmurou:
Kah: não para Ruggero, por favor, não para.- frustrado aumentei o ritmo usando mais força do que pretendia. Ela gritou de prazer quando os músculos se contraíram em torno do meu pau e quando explodi me despejei dentro dela. Meu peito e o dela arfavam. Ela olhou nos meus olhos por um momento muito longo como se tivesse dificuldade com as palavras. O que finalmente disse quase acabou comigo- Seu nome pode não estar tatuado em cima do meu coração, mas vai ficar marcado para sempre na minha alma. Passei quase duas décadas pensando que era incapaz de ser amada. Obrigada por ter provado que estava errada, você mudou minha vida- embora a declaração não tivesse as palavras que eu queria ouvir, ela significava ainda mais. Fizemos amor mais três vezes naquela noite sempre com mais intensidade que na vez anterior e enquanto Karol dormia em meus braços um mau presságio me mantinha acordado.
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Rugge on·
Ao longo da semana seguinte começou a ficar claro que eu tinha bons motivos para ficar preocupado. Karol me contava uma história diferente todas as noites para explicar por que não podia me encontrar.
A irmã precisava de ajuda com a mudança;
A mãe queria ir fazer compras;
Ela tinha planos com Agus e Lina.
O medo crescia a cada dia quando eu pensava em nosso último encontro que apesar de sensual e apaixonado foi marcado pelo comportamento estranho dela.
Por mais que as palavras dela sobre eu ter mudado sua vida tivessem me emocionado não conseguia deixar de pensar que em nenhum momento ela havia usado a palavra amor. A cada hora que passava essa omissão parecia ter uma importância maior.
Talvez ela não me amasse.
De qualquer maneira alguma coisa
estava errada e eu precisava saber o que era. Tentei dar a ela o espaço de que parecia precisar. Concentrei-me em Chloe para não pensar no fato de minha namorada estar se afastando de mim.
No fim da semana, porém, Karol não me deixou alternativa, além de esperar na frente do prédio até ela aparecer. Supostamente, ela estava com Agus e Lina outra vez, mas não foi com um deles que apareceu andando de mãos dadas pela rua às nove da noite.

An Unforgettable Love [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora