Kah on·
Lina estava no banho e era a única oportunidade de tentar encontrar meu celular. Ela havia decidido desligar o dela também e estávamos sem telefone há vinte e quatro horas, e eu já começava a ter tremedeira.
Revirei a bolsa dela e nem acreditei que tinha sido tão simples. Lina havia guardado o aparelho no lugar mais fácil, confiava em mim pelo jeito e não devia.
A maçã surgiu na tela quando liguei o telefone.
Que desânimo.
Várias mensagens de voz e texto.
Todas de Ruggero.
Tinha acontecido alguma coisa?
Comecei pela mensagem mais antiga e engoli em seco ao ler o começo dela.
Rugge: onde você está?
Rugge: preciso te ver, está em casa?
Rugge: você mentiu, descobri tudo.
Rugge: esqueceu uma coisa importante quando fez o que achava que era certo, não pode me obrigar a deixar de te amar.
Rugge: não estou feliz e minha filha pode sentir, já sentiu. Sei que acha que sua vida teria sido melhor se seus pais tivessem ficado juntos, mas já pensou que poderia ter sido pior? Se seu pai tivesse estado presente, mas deprimido e triste por sentir falta de outra mulher?
Rugge: minha filha vai entender que o amor que sinto por você não tem nada a ver com meu amor por ela. Seu pai não soube transmitir essa informação e eu vou aprender com os erros dele. Você vai me ajudar, vamos fazer isso juntos- meu coração disparou quando li a mensagem seguinte.
Rugge: acabei de pousar em Hermosa Beach, estou indo para aí.
Rugge: merda, você não está em casa. Fala onde posso te encontrar.
Rugge: eu volto.
Rugge: estou na praia, só consigo pensar em te abraçar de novo, te beijar e bater nessa sua bunda por algum dia ter acreditado que eu estaria melhor sem você- a última mensagem não fazia sentido, mas me fez dar risada.
Rugge: acabei de tropeçar em um homem passeando com um bode.
[...]
Kah on·
Pobre Lina, estava com a cabeça cheia de xampu quando invadi o banheiro gritando sobre as mensagens de Ruggero. Esperava que ela ficasse brava por eu ter desrespeitado nosso pacto de ficar sem celular, mas não foi o que aconteceu. Depois de enxaguar o cabelo ela saiu do chuveiro e me encontrou no quarto revirando o conteúdo da mala e procurando alguma coisa que não fosse a calça moletom que não era lavada há três dias.Lina: você está bem?
Kah: eu me enganei, não devia ter decidido por nós dois. Eu o amo Lina e Ruggero está certo. Eu não o teria afastado da filha, estaria dando a ela mais uma pessoa e mais amor. Não sou Theresa e quero participar da vida de Chloe. Percebi ontem à noite que não estava triste só por ter perdido Ruggero, também perdi uma garotinha que amava.
Lina: o que vai fazer?
Kah: ajoelhar e pedir perdão- Lina deu risada.
Lina: ele é homem, se ajoelhar você não vai conseguir pedir nada, vai ficar de boca cheia- era verdade. Tirei toda a roupa e corri para o banheiro de calcinha e sutiã para me limpar. Enquanto usava a esponja para lavar o rosto, embaixo dos braços e todas as partes importantes falei para Lina:
Kah: devo a ele um enorme pedido de desculpas. Espero não ter estragado as coisas para nós. Ele já parece ter entendido por que fiz o que fiz, agora é torcer para eu conseguir consertar tudo- minha amiga se encostou à porta do banheiro enquanto eu escovava os dentes e ela segurava algumas peças de roupa que me entregou quando terminei.
Lina: pega, veste isso. Seus peitos pulam para fora do decote dessa blusa e isso ajuda a consertar qualquer coisa- sorri ao vestir a calça.
Kah: tudo começou por causa desses peitos sabe?
Lina: e da pena no seu pé. Também mereço créditos por isso já que foi meu marido que tatuou a marca que ajudou o sr. Grande Babaca a resolver o enigma Karol- a menção à tatuagem me fez olhar para baixo. Eu estava descalça e olhei para a pena. Ruggero tinha o mesmo desenho tatuado sobre o coração. Como eu podia ter pensado que ficar longe dele seria bom para um de nós? Estávamos juntos havia pouco mais de um mês quando ele tatuou meu nome em seu corpo. Ele era o engomadinho esnobe mais romântico e arrogante que eu já tinha conhecido e era perfeito para mim.
Limpa e vestida voltei ao quarto para procurar um perfume e Lina continuou me seguindo.
Lina: vai mandar uma mensagem para ele ou só esperar ele voltar aqui?
Kah: não sei. O que acha que devo fazer?- meu coração batia acelerado com a ansiedade. Se tivesse que esperar muito mais para vê-lo ele poderia explodir.
Lina ficou quieta enquanto eu escovava o cabelo e calçava o chinelo. Depois pegou o celular e ligou para Agus. Ouvi parte do que ela disse e quando desligou sorriu para mim.
Lina: tenho um plano para você voltar para o SGB.
Kah: um plano?
Lina: confia em mim?
Kah: é claro que sim.
Lina: tira a blusa, então.
VOCÊ ESTÁ LENDO
An Unforgettable Love [CONCLUÍDA]
RomanceQuero dizer antes de tudo que essa fanfic (o que é um livro na verdade) NÃO É MINHA! É apenas uma adaptação! Bom, escolhi fazer uma adaptação ao invés de uma fic autoral, pois ainda estou bolando ideias para próxima fic e visto que o final da última...