Capítulo 34

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                                   Júlia
 
Eu fiquei muito preocupada com Diogo quando o encontrei no hospital. Sua expressão transmitia uma aflição e um desespero que fiquei espantada. Era a primeira vez que o via expressar as emoções de uma maneira tão intensa. Logicamente, o amor que tinha por mim transmitia os sentimentos dentro do coração, sendo nítido, entretanto, a demonstração disso ia além do normal. Conheci-o com aquele jeito arrogante, numa armadura impenetrável, achando-se o superior e carregado de machismo, agora, eu poderia observar o quão frágil ele era e a sinceridade tão evidente. Uma gratidão tomou conta do meu ser, essa mudança tinha um nome “amor", o amor que despertei em seu coração.
         
Ao constatar que estava ao seu lado, na sala de espera, o alívio de eu estar ao lado dele era enorme, não me contive e o abracei. Diogo me contou tudo. Fiquei chocada, algo havia acontecido com a mãe dele também, pois quando terminou de ver como estava o seu pai, disse com urgência na voz que precisava resolver algo importante.
         
Voltei para casa. Subi em direção ao meu quarto, entrando. Uma agitação tomou conta de mim. O que ele necessitava resolver com tanta urgência? Com certeza era sobre a mãe dele. Um nervosismo surgia dentro do meu peito, querendo estar ao lado do homem que eu amava no seu momento tão difícil. Esperaria algumas horas até que um telefone por parte de Diogo viesse, senão eu ligaria perguntando.
         
Tentei assistir uma série na Netflix, mas como a agonia que eu tinha estava insuportável, por causa da ânsia de querer notícias sobre ele,  não me concentrei muito, na verdade, estava impossível. Durante duas horas, os três episódios foram um borrão diante dos meus olhos. Não aguentei. Peguei o celular e fiz a ligação. Demorou alguns segundos, então a chamada foi feita.
         
- Diogo? – perguntei apertando o celular com força.
         
Um choro.
         
- Júlia... – disse triste.
         
- O que aconteceu? Por favor, me conta. Estou quase entrando dentro deste aparelho – disse desesperada e muito aflita, ainda mais de ouvir a voz dele tão carregada de amargura.
         
- Descobri que meus pais tiveram a sua fortuna roubada e minha mãe foi presa. – Ele respondeu entre lágrimas.
         
Fiquei chocada. Eu não tinha palavras para verbalizar o que acabou de ser dito. Seus pais estavam pobres e a mãe presa. Eu precisava de mais detalhes, então o sondei e tive as informações. Um assombro tomou conta de cada parte do meu corpo, perplexa com o que eu ouvi naquele instante. Isabela, mãe de Diogo, estava presa, pois armara um crime e colocara a culpa em outra pessoa. O pior era saber de Isadora, a responsável por tudo isso, colocando-a na cadeia. Não que ela não tivesse razão em fazer o que tinha feito, mas saber que conseguira ser vingar com muito empenho era assustador.
         
Diogo continuou relatando sobre a discussão que teve com a mãe na prisão – um embate e tanto na minha opinião. Contou-me que enfrentou seus fantasmas e encarou o passado de frente. Na verdade, ninguém poderia aguentar a culpa de ser acusado de matar outra pessoa sendo inocente, e guardando isso para si por tanto tempo, ainda mais sendo um irmão, causando problemas psicológicos graves. No fundo, isso era bom para ele, arrancar toda raiz podre que o consumia ano a ano e que o tornara no homem que encontrei no acampamento, um ser arrogante, narcisista e outros adjetivos negativos que caberiam para designá-lo. Nada justificava as atitudes que tomou.
         
Entretanto, certas feridas moldam as pessoas para o bem ou para mal, tomando atitudes virtuosas, como também, desprezíveis. Essa reflexão valia para mim também.
         
Os traumas de agressão que vi mamãe sofrer me ressecara por dentro, tendo medo me relacionar. Fui muito esquiva com homens e, ainda, de uma certa maneira, continuo agindo da mesma forma, não querendo confiar no sexo oposto. Só que o passado precisava ser, de uma vez por todas, erradicado.  Me libertar dessas algemas de dor, livre para ser feliz.
         
Por isso, julgar o ser humano é uma tarefa não muito legal e penosa, pois certas situações molda cada um de uma forma diferente, de acordo com as suas vivências. Pessoas fracas e tristes têm uma predisposição para tomar o caminho errado, podendo facilmente se perderem. Assim como pessoas fortes que não se deixam influenciar pela dor, ficando mais resilientes.
         
Julguei Diogo com base no que vi, não os fundamentos que o fizeram ser daquele jeito. Ele era um homem amargurado, cheio de feridas, com uma carência de amor paterno e materno, sendo vazio por dentro, como uma casca, ou como ele disse, alguém dentro do casulo, preso, agindo de uma forma completamente diferente, por causa do sofrimento.
         
Com todo esse conhecimento, consolei o homem da minha vida. Não permiti que carregasse mais uma cruz que não era para transportar. Foi uma dádiva dos céus ao perceber que o choro dele diminuía e as frases estavam não mais carregadas de dor. Respirei profundamente tranquila, não suportava vê-lo nesse emaranhado de angústia
         
- Agora, meu amor – falei -, vida nova.
          
- Eu sei – disse mais calmo, não chorando mais. – É tão bom ser livre.
         
- Verdade. Você é o Diogo que nunca pôde ser.
         
- E totalmente seu.
         
- Mas uma coisa me intriga ainda.
         
- O quê?
         
- Tem certeza que não quer ajudar a sua mãe? Não seria melhor perdoá-la?
         
- Não. Ela merece passar por isso. Posso seguir em frente sem pensar que sou culpado da morte do meu irmão Ezequiel, mas ela causou-me muito sofrimento.
         
- Tudo bem.
         
A decepção desejava toma conta e dizer: “Há coisas que nunca mudam.” Pois Diogo não queria perdoá-la. Entretanto, será que perdoei meu pai por tudo o que fizera comigo e a minha mãe? Lá, no âmago, eu sabia que não. Eu e Diogo éramos iguais nisso. Ambos não superamos a dor. Nunca poderíamos estar cem por cento completos.
         
- Ju.
         
- Diga, Diogo – disse gentilmente.
         
- Obrigado por estar ao meu lado. Sem você, eu não saberia o que fazer.
         
- Imagina.
         
- Você me ensinou a enxergar quem realmente sou e mudar.
          
- Acredito que ambos.
         
- Sério? Acho que deixei-a mais louca do que outra coisa – riu.
         
- Concordo. Eu não gosto de homem machista e acabei me apaixonado – zuei.
         
- Fui um babaca. Agora, o cara mais gostosão do mundo é só seu. Meu tórax definido está louco para te conhecer – brincou.
         
- Olha, estou precisando conhecê-lo. Preciso lavar umas roupas...
         
Diogo gargalhou. Sua risada era contagiante que acabei rindo junto.
         
- Eu vou para casa descansar. Só o sono para fazer eu esquecer as emoções que tive por hoje. – Ele falou.
         
- Vai sim. Qualquer coisa, me liga.
         
- Tá bom. Até.
         
- Até.
         
Desligamos.
         
Meu coração ardia fortemente. Como o amava! Tinha certeza disso. Quando participei do programa All Night da Samanta Oliveira, estava confusa em relação aos meus sentimentos com Diogo, chateada por toda a confusão do beijo dado contra a minha vontade e a agressão que sofri na porta de casa, dado pelo meu pai, fazendo uma bagunça só. Tudo se misturou numa balbúrdia, indo denunciá-los na TV. Não me arrependi de ter feito isso, pois não aguentava mais a pressão que estava se desenrolando. As mulheres mereciam o respeito.
         
Falando no programa da Samanta Santos, quase esqueci que tinha marcado para amanhã de manhã uma conversa com Hugo Monteiro, diretor e produtor da Emissora Mundo de Televisão. Na correria, nem contei a Diogo. Faria isso depois que tivesse ouvido a proposta. Fui dormir. Meus pensamentos deveriam estar focados para as decisões que seriam tomadas.
 
                                   ***
 
Acordei cedo. Tomei um banho quentinho. Escolhi a melhor roupa que eu tinha dentro do guarda-roupa e o mais belo sapato. Olhei no espelho satisfeita com o que decidi. Nada muito chamativo, sóbrio. Penteei os cabelos. Pronto. Agora eu estava devidamente arrumada.
         
Desci as escadas da mansão, dirigindo-me até a sala de refeições. A mesa já estava posta para o café da manhã. Sentei à mesa. Logo em  seguida, meu avô e a minha avó surgiram para me acompanhar. Ao me verem todo produzida, ficaram curiosos.
         
- Aonde vai toda produzida assim? – perguntou Rita à medida que tomava assento.
         
- Também gostaria de saber. – Bento falou pegando o bule.
         
- Desculpe, eu nem contei para vocês. Eu tenho uma boa notícia.
         
- Adoro boas notícias! – falou vovó empolgada.
         
- Conta tudo! – Vovô estava ansioso para saber.
         
- Lembra daquele programa que eu fui?
         
- Sim. – Ela respondeu.
         
- Ficamos surpresos quando o assistimos. – Ele complementou.
         
- Então... Teve muita repercussão sobre o que falei no programa. A audiência estourou. A emissora me ligou esses dias e quer que eu tenha meu próprio programa.
         
Os dois se entreolharam espantados. Depois fixaram seus olhares para mim e sorriram.
         
- Isso é uma maravilha! – Vovó comemorou. – Te apoio! Vai fundo!
         
- Eu também! Quero minha neta brilhando!
         
- Mas não tenho certeza se vou aceitar. Sei lá, acho muito surreal.  Outro dia, eu era uma moça pobre e desconhecida, agora sou rica e posso ascender ao estrelato.
         
- Eu te compreendo, Júlia – vovó dizia num tom doce -, só que a vida tem das suas surpresas. Não dá para premeditar nada. Qualquer atitude que você tomar, eu e o seu avô estaremos aqui ao seu lado.
         
- Obrigada.
         
- Como prova, vou pedir para que o nosso motorista te leve.
         
- Não precisa. Eu vou de ônibus.
         
- De jeito nenhum! É seu momento!
         
- Tá bom. Aceito.
         
Uma gratidão inundou-me. Eles estavam se esforçando para serem legais comigo. Vamos então saber o que destino me esperava. O que eu teria a temer?
 
                                   ***
 
A Emissora Mundo de Televisão dava voltas em vários quarteirões. Um lugar grande com um fluxo constante de carros e pessoas que entravam e saíam dali de dentro. Nunca imaginei que retornaria ali. Fiquei pensando em como lidaria com o estágio e os estudos. Bem, isso ficava para outra hora. Eu precisava me focar no meu objetivo atual.
         
Saí do carro.
         
Permaneci parada, criando coragem. Era algo extraordinário que desabrochava diante de mim. Minha mãe teria orgulho só de saber que a minha vida poderia mudar em breve. Estava mais do que preparada, começando a andar em direção àquela construção.
         
Me encaminhei até a entrada. Chamei o segurança que cuidava da portaria.
         
- Pois, não? Em que posso ajudar? – perguntou.
         
- Sou Júlia Mendonça, tenho horário marcado com Hugo Monteiro.
         
O segurança entrou dentro da cabine conferindo as informações e voltou com um crachá de visitante nas mãos.
         
- Por favor, senhorita Júlia, coloque este cartão – disse me entregando.
         
- Obrigada – disse pegando-o.
         
Aproximei-me da catraca e encostei o cartão no leitor. A passagem foi liberada. Passei.
         
Fui levada à recepção.
         
Mal assimilei que estava dentro daquele lugar quando um homem de cerca de sessenta anos apareceu sorridente e muito animado, vindo na minha direção.
         
- Júlia Mendonça, que prazer tê-la aqui! - saudou-me com uma cordialidade absurda, dando um aperto de mão.
         
- O prazer é meu.
         
- Sou Hugo Monteiro, diretor e produtor. Por favor, me acompanhe.
         
Segui-o.
         
Ele me levou até a sua sala.
         
- Por favor, Júlia, sente-se. Fique à vontade. Quer chá, café ou suco?
         
- Por enquanto não – respondi me acomodando na poltrona.
         
- Tudo bem. Bom, vamos ao que realmente interessa. Júlia, eu gostaria de fechar um contrato contigo para ter o seu próprio programa de televisão. Como responsável pelas produções da casa, percebi que você tem um perfil que se enquadra para ser uma apresentadora.
         
- Mas, por quê, eu? Sou uma desconhecida, nem famosa sou.
         
- Realmente. Uma desconhecida que está famosa graças a uma revista polêmica chamada “Conte Mais" e num talking show.
         
- Nem queria, de verdade.
         
- Eu entendo. Só que no dia que você desabafou sobre o assédio do um dos modelos mais famosos do país e dos Estados Unidos, Diogo Magalhães, e a denúncia de agressão provocado pelo seu pai, a audiência explodiu. Telespectadores, mulheres, no caso, ligaram para o programa, não uma, mas várias, relatando a sua identificação com a entrevistada. Elas foram tocadas por cada palavra sua. Por isso, me interessei muito. Quero criar um programa que fale sobre o sexo feminino, que conta a história delas, para que possam ter voz e criando coragem, se preciso for, de delatar o marido agressor e machista que vive dentro de casa. O nome da atração que tenho em mente se chamará “Vida Mulher".
         
- Estou surpresa.
         
- As mulheres precisam de voz, alguém com quem se identificar. E, essa voz está bem aqui na minha frente.
         
- Mas você está me vendo como algo para você se lucrar, não para defender as mulheres. Um produtor visa dinheiro e audiência.
         
- Verdade. Mas fiquei tocado na sua entrevista. Eu também sofri, vi minha mãe apanhar todo dia do meu pai. Muitas das vezes tentava impedi-lo e era agredido. Um dia, peguei a minha mãe e fugimos. Nunca mais o vimos. – Lágrimas começaram a cair dos olhos de Hugo. Havia sinceridade no que contava. – Foram dias difíceis. Tive que assumir a responsabilidade de cuidar de nós dois. Com muito esforço, consegui dar uma vida digna para mim e para a minha mãe.
         
Aquilo me comoveu. Não era só eu que passava por essa situação tão desagradável.  Havia vidas que estavam em seus lares, lidando silenciosamente com qualquer tipo de agressão, tanto física como emocional. Algumas famílias chegavam à tragédia, mortas e incapazes de recomeçar embaixo da terra. Histórias que se apagaram.
         
Tomei a decisão.
         
- Eu aceito.
         
- Maravilha. – Hugo falou contente, enxugando as lágrimas com as mãos. – Vou mandar fazer o seu contrato. Preciso só dos documentos que te pedi por telefone.
         
- Tudo bem.
         
Tirei da carteira meus documentos e entreguei. Ele colocou dentro de uma pasta e, logo em seguida, deixou sobre a mesa. Então resolvi falar mais alguma coisas que eu achava importante.
         
- Tem uma coisa que gostaria de dizer.
         
- Fique à vontade.
         
- Depois que o programa All Night foi ao ar, eu encontrei os meus avós. Descobri que eles são ricos e que a minha mãe fugiu de casa, pois eles não aceitavam o romance que ela teve com o meu pai, um cara pobre.
         
- Sério? – Hugo perguntou pasmo.
         
- Sim. Eles me viram na televisão e, graças a foto da minha mãe, conseguiram me localizar. Eles vieram no portão de casa, dizendo que queriam reparar os erros do passado.
         
- Isso é uma notícia bombástica. Podemos usar isso como o primeiro tema do programa.
         
- Seria interessante. Só mais uma coisa. Eu não tenho experiência para ser apresentadora. Eu vou ter algum treinamento?
         
- Eu já ia te dizer isso. Você terá um treinamento. E, sabe quem vai realizá-lo? – fez suspense.
         
- Quem?
         
- A Samanta Oliveira. Comentei que queria criar um programa contigo. Ela ficou empolgadíssima, se oferecendo para ajudar.
         
Meu queixo caiu, não voltando nunca mais.
         
- Não sei nem o que dizer – falei grata.
         
- Nem precisa.
         
- Muito obrigada por essa oportunidade.
         
- Na verdade, a oportunidade está bem aqui diante de mim.
         
- Prometo que não vou decepcioná-lo.
         
- Eu sei que não. Ah, eu ia esquecer de dizer o mais importante.
         
- O que?
         
- O seu salário.
         
- Quanto você pretende me pagar? – perguntei curiosa.
         
- Um milhão e quinhentos mil.
         
Perdi o fôlego. Um milhão e quinhentos mil reais! Superava o valor do meu estágio. Eu nem conseguia contabilizar isso tudo na mente. Era dinheiro demais.
         
- É muito dinheiro! – exclamei pasma.
         
- Eu sei. Com o tempo, se a sua imagem repercutir e se tornar importante, pode haver muito mais. Não esqueça que empresas importantíssimas podem investir em você com propagandas, e o dinheiro que eles pagam, dependendo da quantia e da proposta, uma grana alta.
          
- Vamos devagar que nem consegui raciocinar direito meu salário. – Eu estava êxtase com esta novidade.
         
Eu estava com a vida feita. Neta de pais ricos e agora apresentadora de televisão. Jamais imaginei que iria tão longe.
         
Me despedi de Hugo Monteiro, ansiosa.
         
Voltei para o carro onde o motorista me esperava. Entrei enquanto a porta era fechada. O motor do veículo rugiu quando foi dada a ignição pela chave e partimos.
         
Eu estava muito feliz. Um caminho novo se abria, trazendo coisa boas e um futuro promissor. Minha ansiedade começava ir lá nas alturas.
         
Precisava ligar para o Diogo e contar as boas notícias e perguntar como ele estava. Achei que uma novidade dessas pudesse animá-lo. Teclei no celular rapidamente, louca para contar as novidades. Ele atendeu no segundo toque.
         
- Oi, amor. Saudades. O que manda de bom? – percebi pelo tom de voz que ele estava melhor.
         
- Eu tenho algo de bom para te contar.
         
- Sério?
         
- Sim. Vou ser contratada por uma emissora de televisão e apresentarei um programa.
         
- Como assim? – perguntou perplexo.
         
Expliquei os fatos detadalhamente, não escondendo nada. Tinha que ser sincera, relatando que o bom êxito na minha vida fora por causa da denúncia que fiz contra ele. Naquela época, Diogo merecia muito cada investida por sua audácia e machismo. Mas, hoje em dia, atacar com dez pedras nas mãos não fazia mais sentido em nosso relacionamento.
          
- Que legal! No fundo, eu te ajudei – disse contente e depois riu.
         
- Não é?
         
- Só que precisamos focar num pequeno ponto.
         
- Qual?
         
- Não podemos namorar em púbico. – Sua voz soou pesarosa. – Seria um escândalo descobrirem que estamos namorando. Mancharia a sua reputação. Ainda mais que você falou de mim no programa da Samanta Oliveira.
         
- Que droga! – Não tinha me atentado a isso, frustrada.
         
- Mas, no fundo, vai ser bom. Nosso romance não precisa de holofotes. Quanto mais formos discretos, melhor.
         
- Realmente.
         
- Que bom que a sua vida está progredindo. É tão bom quando as coisas na nossas vidas fluem. Siga em frente.
         
- Valeu pelo seu apoio. Eu não sei o que faria sem você.
         
- Talvez, estaria no seu estágio aguentando o seu chefão chato, o Marcos.
         
- Pois é. Não sei se vou continuar a estudar.
         
- Não pare. Estudo é sempre importante.
         
- Tem razão.
         
Conversamos mais um pouco e encerramos a ligação.

Pedaço de Mau CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora