The art of love • Sillie

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Acordar com alguém batendo à sua porta quando se está devendo não lá um dos melhores bom dia.

As batidas eram fortes,com certeza alguém furioso estava ali.

Calcei meu chinelo e olhei pelo espaço da porta.

Era o dono do apartamento.

Abri a porta devagar e vi a expressão irritada do homem.

— Bom dia,senhor Featherington. Como vai? quanto tempo. -Tentei disfarçar o nervosismo. Eu sabia exatamente o motivo da visita.

— O aluguel. -Ele mostrou o talão de pagamento. — A senhorita é a única do bloco que deve dois meses. Esse tempo é o suficiente para outras pessoas se interessarem pelo apartamento. Portanto,darei uma semana para que você arrume os 300 dólares que me deve.

— Como eu vou arrumar esse dinheiro em apenas uma semana?

— Eu não sei. Só quero receber, senhorita Sadie. Tenha um bom dia.

Se eu fosse rica,com certeza teria quebrado alguma coisa agora, só pra descontar a raiva.

Já fazem oito meses que eu estou aqui. E no início era fácil pagar.

Eu ajudava meu pai no comércio dele e os 300 dólares que eu recebia me ajudavam a pagar o aluguel e ainda sobrar 150 para o que eu precisasse.

Mas aí... ele foi para o Texas junto com minha mãe,e como eu já tinha entrado na faculdade, não queria abrir mão disso.

Desde então eu tenho trabalhado na loja de roupas do Marcos.

Se eu tivesse 150 dólares de salário,pelo menos conseguiria pagar o aluguel e o restante eu me virava.

Mas não... só 100.

Eu não sei mais o que fazer.

Não tenho para onde ir,e se ao menos tivesse um carro, ficaria nele por um tempo.

Escutar um barulho de ônibus me lembrou da realidade.

Eu tinha que estar na faculdade em apenas meia hora.

•

Chegar atrasada não fazia muito meu tipo,mas hoje... vinte minutos de atrasado.

Parece pouco,mas foi suficiente para que eu perdesse metade da matéria.

— Bom dia. -Sophia senta ao meu lado assim que a turma é dispensada — Você chegou atrasada,o que aconteceu?

— Nada.

— Não precisa ter vergonha de dizer que acordou tarde, acontece.

— Até parece.

— Então o que foi? somos amigas,pode me contar.

— Eu vou. -Estava prestes a dizer o que tinha acontecido,mas a Millie se juntou a nós.

— Vai para onde?

— Lugar nenhum. -Ela era uma estranha,por que eu diria meus problemas?

— Meninas,eu queria saber se podemos ir juntas para casa hoje. Ontem conheci a de vocês duas e já sabem onde eu moro. Deixo Sadie e depois Sophia,como ontem.

— Valeu,mas eu... -Chegar com ela outra vez iria deixar Marcos mais furioso.

Por que,segundo ele,se estou andando com gente rica,eu também tenho dinheiro.

Ontem mesmo ele foi até o apartamento conversar e pedir desculpas por ter me dito aquilo.

Mas quis saber porque cheguei num carro de luxo.