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— Sadie! -Millie protestou dando um tapinha nas minhas costas.

— Não. -Sorri — Ele disse: sem esforço.

Estava carregando Millie nos meus braços pelo corredor até chegamos até o elevador.

— E sua perna? -Ela arrumou o cabelo assim que a coloquei de pé.

— Estou bem, não se preocupe.

Assim que chegamos no meu apartamento, Millie ficou se olhando no espelho, analisando o curativo na sua barriga.

— Será que minha mãe já sabe o que aconteceu? -Perguntou.

— Saiu em vários jornais. -Abracei a garota pelas costas e passei as mãos pela sua barriga. — Com certeza ela já sabe.

— Desculpa. -Sussurrou beijando minha mão.

— Não. -Fiquei na sua frente. — Quem te deve desculpas sou eu. Fui eu quem começou com tudo isso e você estava tão focada no trânsito e acabei tirando sua atenção com uma briga idiota. Tudo isso por que fui burra o suficiente para acreditar no que sua mãe...

— Minha mãe o que, Sadie? -Ela me olhou séria, queria uma resposta.

— Ela... -Suspirei e dei umas voltas antes de dizer. — Sua mãe é totalmente contra nosso relacionamento e disse isso bem na minha cara. E então acabou que... Bom, ela quis me convencer que você me magoaria, por isso agi assim.

— Você acha que eu te magoaria? Acha mesmo isso?

— Não...

— Eu te amo, Sadie sink... -Millie encostou sua testa na minha enquanto me olhava —Eu te amo -Sussurou.

Abracei Millie como se estivesse a protegendo de todo mal. Era como se ela fosse uma porcelana que poderia quebrar a qualquer momento, e eu não queria deixar isso acontecer.

A peguei no colo e levei até o sofá, deixando ela em cima de mim. Fiquei olhando para Millie com um sorriso idiota no rosto, pensando sobre nós.

Era a segunda vez que eu olhava para o curativo, pensando se deveria realmente tirar. Passei essa última semana lutando contra mim mesma para ter coragem suficiente de tratar esse problema, mas a sensação ardente que trazia me fazia querer desistir.

— Tem certeza que está bem? -Millie apareceu na porta do quarto, cruzando os braços. — Odeio fazer isso também.

— É insuportável. -Me joguei para trás, encarando o teto.

— Deixa eu ver. -Ela vai até a cama e analisa o curativo, puxando levemente as pontas do esparadrapo. — Posso?

Assenti e então ela se abaixou na minha frente, tirando devagar.

Millie limpava cuidadosamente a região que estava ferida.

— Você só está usando uma mão, me deixa ajudar.

— Não. -Ela fez um gesto para eu me deitar novamente.

— Ai. -Levantei e olhei para minha perna. — Quanto falta?

— Não reclame tanto. -Millie estende a fita para eu segurar. — Uma ajuda?

Corto o esparadrapo e assim que ela termina, dá uma batidinha.

— Pronto. -A garota se deita ao meu lado e me encara, afastando uma mecha do meu cabelo.

— Millie. -Me viro para ela, fazendo com que nossos rostos quase se encostem. — Eu te amo. Te amo muito.

— Sadie. -Ela faz uma pausa, assim como eu. — Você quer ser minha namorada?

— Mais que qualquer coisa. -Sorri e passei minha mão em seu rosto. — Mais que qualquer coisa...

— Eu te abraçaria. -Millie sorriu com algumas lágrimas nos olhos. — Mas, estou com um probleminha. -Ela mostra o gesso em seu braço.

— Eu te amo muito, Millie. -Beijei Millie, dando um abraço nela em seguida. — Muito mesmo. -Comecei a chorar, afundando meu rosto em seu pescoço.

— Ei! sem choro. Não quero ver minha namorada triste. -Ela levanta minha cabeça um pouco e beija minha testa.

Eu sou sua, só sua.

The art of love • SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora