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Acho que a decepção é necessária as vezes.

Nos ajuda a construir barreiras entre o que fez mal e o que realmente você precisa.

Pensei que o significado de decepção tivesse aparecido no dia em que eu perdi a Max.

Mas eu percebi que há coisas bem piores que isso.

Como por exemplo,um futuro que estou lutando para construir.

Ou pelo menos estava.

Ficar sentada nos assentos próximos à sala do diretor me deixava nervosa.

Principalmente quando eu estava prestes a trancar minha matrícula.

E ficar sem saber o que fazer depois disso.

- Sadie sink,pode entrar. -A voz do homem era grave, podendo ser escutada até por quem estivesse ao fim do corredor.

- Bom dia,senhor.

- Sente-se,a qualquer instante Maria virá com seus livros.

- Como? -O espanto foi real. Eu não tinha pago por nada,como foi que... Novata.

Sem conclusões precipitadas.

Mas...

- Seus livros. Recebemos o cheque de pagamento ontem.

- No nome de quem?

- O pagador pediu anonimato.

- Como assim? -Bati na mesa,sendo suficiente para despertar a raiva do homem. - Perdão,mas não paguei por isso.

- Parece que alguém fez caridade, senhorita.

- Bom dia senhor flitwick,trouxe os livros da aluna. -A voz de uma mulher de mais ou menos meia idade surge atrás de mim.

- Pode deixar aí. Obrigado.

- Com licença. -A mulher se retira.

- Sinceramente,eu creio que não teria como pagar pelo material e com certeza o motivo da sua visita era para dar um fim nos seus estudos,estou correto?

- Sim,senhor.

- Pois então? não vejo problema algum nisso.

Mas eu sim.

- Posso pegar? -Apontei para os livros assim que levantei.

- São seus,tem todo direito.

Os coitados não tinham culpa de nada,mas eu os peguei com tanto ódio que fiquei admirada comigo mesma.

Não era exatamente meu.

Eu não lutei pra conquistar, não foi meu dinheiro.

Por favor... Que dinheiro.

Cheguei na sala com os livros e deixei apenas o de história da arte em cima da mesa.

- Então deu certo? -Millie,que estava atrás de mim, coloca a cabeça no meu ombro enquanto olhava os livros.

- Eu sei o que você fez.

- Eu???! Amor,eu não tive nada a ver com isso.

- Você me chamou de que?

- Amor. Mas chamo todo mundo assim, não fica se achando.

- Certo... Millie. -Virei para ela. - Eu nem sei como agradecer a você. Mas, poxa... É muito dinheiro,eu não posso aceitar.

- Já tá comprado,nem vem. Ah,e eu sei que você não pediu e é bem orgulhosa... Mas eu não podia ver minha amiga indo embora.

- De-de-desculpa aquele dia. -Fiquei meio sem graça depois do que tinha dito a ela. - Eu estava num dia ruim.

The art of love • SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora