Há mais ou menos seis anos, Brittany botou os pés pela segunda vez na Califórnia. Isso, é claro, depois de aguentar avião, dois ônibus e mais alguns bons metros de caminhada até o seu destino final, em Pasadena. Onde está você, Quinn? Tratava-se de um Spring Break (aquela pequena pausa nas aulas, verdadeiramente gloriosa, durante a primavera) e por esse motivo, a estudante estava tão longe de casa, justamente para visitar sua prima – a qual cursava o primeiro ano de Design de Interiores, a propósito; na cidade, ao contrário dela, ainda terminando o ensino médio há milhas e milhas de distância.
Tão bacana a experiência de poder conhecer, finalmente, a faculdade de que a outra tanto falava sobre.
Seu legado, sua estrutura. Sua infraestrutura.
Pessoas, cursos. ArtsKinley, tudo que ela sempre quis.
As duas se encontraram no meio do trajeto, como combinado. Ou, quase isso. E, mataram a saudade crescente com um abraço-laço. Uma rápida conversa. Um rápido sorriso. Satisfação. Felicidade.
Em poucos minutos, Quinn e Brittany davam saltinhos – nada discretos; pela calçada, a caminho do campus onde a Fabray se hospedava, enquanto ouviam Secret Agent Man nos fones de ouvido do velho walkman da dos olhos azuis. Adoravam o instrumental contagiante da música, era impossível não pular aos acordes animados, e a voz de Johnny Rivers então? Nem se fala. Passaram em frente a uma lanchonete e saíram de lá com milk-shakes em mãos, e tudo ia maravilhosamente bem, até uma bicicleta quase as atropelar surgindo dos quintos dos... Quer dizer, de uma esquina. Maldita esquina.
Reflexo ligeiro, corpo recuando.
Bicicleta passando.
Fones soltando.
— Cuidado! — Brittany pôs o braço esquerdo na frente de Quinn e a empurrou para trás com sua mão, quando notou que a outra não tinha intenção alguma de parar a caminhada. O que, resumidamente, ocasionou na infeliz caída de sorvete por toda a roupa da universitária, que tinha mania de tomar milk-shake sem o canudinho e a tampa protetora do copo. — Caramba...
Os olhos da adolescente seguiram aquela bicicleta que mais parecia um vulto, perplexos. O susto fora grande. Seu coração que o dissesse.
— Mas, que merda... — Lucy reclamou fitando a roupa, depois o ciclista. — Olha por onde anda!
— Olha você, desligada da porra! — O homem respondeu-a, grosseiramente, sem deixar de pedalar. — Huh, é cada uma.
— Ah, seu... Seu... — Ele sumiu de vista em outra esquina e ela suspirou, nada contente. Baita azar esse, baita azar. — Desgraça.
— Ei... Já passou. Deixa pra lá. — A Pierce encaixou a mão no ombro dela, estudando seu humor. Fora tudo muito rápido e, embora tivessem se assustado, não valia a pena esquentar mais a cabeça com aquilo. — Tudo bem, Q?
Lucy assentiu, meio mal-humorada. Brittany não tinha se tocado.
— Tá, né. Tô bem.
— Que bom...
— Valeu, Britt.
A estudante meramente sorriu para a futura interior designer, e em seguida, percebeu o acidentezinho com o milk-shake no modelito dela. Cômico, e... Trágico. Como a vida.
— Nossa, sua roupa... — Brittany segurou um riso, não querendo aborrecê-la. Guardou seus fones de ouvido, disfarçadamente — Sinto muito.
A dos olhos verdes deu de ombros.
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Our Hands Tied - Brittana
RomanceEx-namoradas de longa data, Brittany e Santana têm suas vidas viradas de ponta-cabeça quando, de uma hora para outra, são obrigadas a dividir a mesma cidade, vizinhança e... Residência.