10. Aquele onde A GUERRA começa

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— [MEN-TI-RA!]

— Quem me dera, Spencer... — A Lopez diz, dando um suspiro. Depois, troca seu smartphone de orelha, erguendo-se da cama a fim de andar em círculos. Se encarar no espelho, contar passos. Qualquer coisa, para não ficar parada em seu novo quarto cultivando ódio. Tarefa bem, bem complicada. — Quem me dera.

Até agora, nenhum sinal de Dino pelo perímetro... O que só piora as coisas. Aquele mini-traidor, com certeza, ainda deve estar zanzando pela casa atrás da loira, com seu rabinho esbanjador de felicidade atrás... Um tremendo de um ingrato. É isso que o corgi é.

— [Puta que pariu!] — Spencer abre a boca em um "O", inconscientemente, num misto radiante de surpresa e risos contidos. Inacreditável. — [Parece coisa de filme! BUMM, surpresa! Agora, você mora com a sua fucking ex-namorada, quer goste ou não! Lide com isso...]

— Parece com um pesadelo, você quis dizer...

— [É, é... Pesadelo.] — Ele "se corrige", mais preocupado com os detalhes do ocorrido do que com a chatice da amiga, porque, sinceramente, aquilo não tinha importância alguma. Dava no mesmo. — [Me conta essa história direito, vai!]

— Bom...

Ela faz uma careta, pensativa, e logo começa a contar toda a história – que Quinn contara mais cedo a ela e Brittany; ao Porter.

— [Uau! Que mente maligna a dela... Impressionante.]

— Pra você ver o quão manipuladora a Fabray é...

[Tana, tenho quase certeza de que vai me odiar agora, mas... Confesso que depois de ouvir tudo isso, me parece que ela tá tentando te ajudar mesmo, apesar das linhas tortas e tudo mais, sabe...]

— Ah, tá... Você acaba de ir pra minha lista negra, parabéns.

O loiro ri.

— [Não me leve a mal... Eu só acho que, talvez, você devesse dar uma chance a tudo isso... O que tem a perder? Te colocaram em um beco sem saída mesmo, tirar proveito do caos é uma opção super válida... Mas, enfim, a vida é sua.]

— É... Ela é.

— [Você vai pensar numa saída.]

— Eu vou.

[Mas... Só por curiosidade, você sentiu algo?]

A cozinheira franze as sobrancelhas, dando as costas para o espelho do banheiro, e sai andando pelo quarto.

— Do que está falando?

— [Quando viu sua ex... Sentiu algo?]

— Raiva, talvez? — Ela responde, sarcasticamente.

— [Não, não isso... Digo: algo de bom. Sentiu?]

— Não, nada. — A Lopez mente. — Nada mesmo. Só raiva, como eu já te falei, "Dr. Porter".

— [Hum... Entendi. Bom, espero que independentemente do que aconteça, você consiga botar a vida de volta nos trilhos. Tenha em mente o motivo pelo qual se mudou.]

— Eu sempre tenho.

— [Que bom... Força, chef.] — Ele sorri do lado de lá, mesmo sem ver o sorriso que ela dá do lado de cá. — [Ahn, agora eu preciso ajeitar umas coisas pra ir dormir. Tente fazer o mesmo, Tana. Nem que tomar um remedinho seja preciso, tá bom? Te amo. Conversamos mais amanhã.]

Ela assente.

— Saudades.

— [Também.]

Our Hands Tied - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora