8. Aquele (ainda) sem Quinn ou respostas

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Brittany resolve se sentar nos degraus da residência, enquanto Santana anda de um canto a outro, inconformadíssima, na companhia de seu fiel smartphone grudado no ouvido. Quinn está lá, em algum lugar que ambas não sabem. Perto ou longe da casa, eis a questão. Alguns bons minutos se prolongam. No decorrer deles, ligação atrás de ligação caindo na caixa de mensagens. Sumindo, perdendo caminho. Complicado, bem complicado. Santana já está por um fio. Se a intenção de Lucy com essa palhaçada é provar que ela sabe dar um perdido e fazer alguém de trouxa... Francamente, olha... Está mais que comprovado. Merece até um prêmio. Se saia melhor que Brittany.

Haja paciência.

Onde já se viu.

De modo sereno, Dino deixa o quarto da Lopez e se junta à loira nas escadas. A fotógrafa abre um fraco sorriso com a cena do cãozinho se aconchegando adjacente a ela, depois pega seu celular e encara, outra vez, a mensagem que enviou à prima. Contudo, o recado nem mesmo chegou a ela. E as ligações? Nem se completavam. Não valia a pena continuar tentando, gastando energia e créditos. Quinn desligou o telefone de propósito, dá para ver. Não quer receber mensagens, ligações. Mas, por quê? Qual o sentido disso tudo? Qual? Se pelo menos, Quinn tivesse lhe dito.

Sonhou tantas vezes em reencontrar Santana, e, agora que ela está ali, não sabe o que fazer.

É irreal... Tenso.

Que situação Lucy a pôs.

Talvez, tenha se passado tempo demais.

— Saco! — A cozinheira rosna, repentinamente. — Caixa postal, de novo.

Só lhe resta desistir. Não há o que fazer, por ora. Santana respira fundo e guarda o aparelho, enviando olhares a Brittany. Odeia ver Dino tão à vontade próximo dela. Odeia o fato de ambas estarem no mesmo recinto. E odeia, principalmente, não saber que porra é essa. Maldita Fabray, maldita.

Algo precisa se estabilizar.

— Vem cá, Dino. — Ela ordena ao peludinho, que a obedece sem pestanejar. Este é o normal. — Senta. Fica... Muy bien, bom garoto.

O cão recebe um afago na cabeça, e permanece sentadinho, com a língua de fora. Ama isso. Mesmo que sem petiscos... Embora unzinho fosse bom. Não vai sair tão cedo do lado da Lopez. Sabe que ela não resistirá. Ele necessita de um petisco... É o mínimo, depois do horror que passou no voo. Só a ração no seu potinho, no canto da parede da cozinha não é o suficiente.

Uma onda de admiração invade o peito de Brittany, ele é tão obediente. Gracioso, como nunca.

— Você conseguiu treinar ele... — Seus olhos tomam certo brilho. Elas haviam "tentado" no passado e falhado, miseravelmente, tantas e tantas vezes, mas, agora, lá está o corgi, centrado. Dócil. — Incrível.

— É. Tudo muda. Você sabe.

Ai... No presente momento, é quase utópica uma verdade mais difícil de ouvir que essa. O que for para ser, será... O que já foi, é página virada.

Mudanças podem te evoluir.

Assim como mudanças podem te destruir.

— Sim. Eu sei... — A loira assente. — Ele cresceu bastante, né? Quase não o reconheci.

Santana não dá importância alguma à frase e olha para o lado, indiferente a ela. Outro minuto corre e mais outros minutinhos gigantescos correm atrás. Nada acontece. De repente, Dino deixa sua dona para lá e vai procurar com o que se entreter. Brittany afunda o rosto nas mãos e a cozinheira olha para ela ali nos degraus, novamente. Parece que a loira nem se deu ao trabalho de procurar por Quinn também. E se o fez, não deve ter persistido.

Our Hands Tied - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora