— Posso ver?
Santana olha em direção a dona da voz e, sem dizer nada, permite, entregando o colar que segura para Brittany. Elas chegaram ao aeroporto de Los Angeles há pouco mais de nove minutos, e estão esperando o alvará nas caixas de som para poderem embarcar de volta a Portland. A loira passa então a estudar o acessório da Lopez, e o abre, visualizando as cinco fotinhos que ali perduravam.
A primeira, diz respeito a uma Santana em miniatura ao lado de Alma.
A morena era a coisa mais linda, desde criança.
A segunda, é protagonizada pela Trindade Profana na praia.
Impossível esquecer o quão revigorante foi aquela tarde.
A terceira, Santana e Brittany tem lugar junto ao bolo comemorativo de seios.
Esse dia tinha sido louco, foram altas risadas.
A quarta, é Dino filhotinho no colo da Lopez.
Sem dúvidas, um dos melhores momentos.
Já a quinta, retrata Santana, Dino e Brittany sob a árvore Violeta.
Se pudesse, ela levava a jacarandá para Portland também.
— Nossa... Nostalgia pura.
— Pois é. — A cozinheira concorda. — Abuela estava preparada dessa vez.
— E como. — Ela dobra o pingente, devolvendo-o para Santana e, em seguida, dá um sorrisinho. — Por falar nisso, tô curiosa... E aquela história lá de você terminar com a sua namorada por ela não ser eu, hein?
Olhos castanhos cerram-se, de um jeito não-agressivo.
— Vai começar com as gracinhas, é?
— Ué, achei que fossemos começar do zero, amor da minha vida. Eu sou assim do zero, lembra não?
Há seis anos...
As garotas estavam dentro do quarto de Santana, na residência pertencente à fraternidade Kappa XYZ, da qual a morena e Quinn faziam parte. Elas ainda não namoravam, e a dos olhos azuis fitava veemente a veterana, que tinha seu walkman em posse e escutava algumas músicas que ela havia separado justamente para isso. Fazia uns dois dias que Brittany retornara a Pasadena, daquela vez para ficar. Não se tratava de outro Spring Break, mas sim, de sua estadia duradoura para a iniciação do curso de Fotografia na universidade Artskinley.
Bom, é certo que a loira chegara um pouco mais cedo do que deveria – da metade pro fim de Julho, mais precisamente, quando as aulas só começariam em Setembro e dava para chegar à cidade tranquilamente no finalzinho de Agosto; mas, o motivo para ser do jeito que foi era bem mais forte do que ela podia imaginar. O motivo, era sua fascinação pela Lopez. Nunca acontecera algo igual dentro de Brittany. Suas paixões a primeira vista eram muitas, e não significavam nada em questão de horas ou (se entrava em contato com a personalidade do ser humano) no máximo, alguns dias, que se estendiam a cinco, seis semanas em casos "mais intensos", até ser logo substituída por outra como se fosse nada.
E isso valia para ficantes também.
Dessa vez, entretanto, foram quatro meses. Quatro meses sem se interessar por ninguém, exceto Santana. Aquela semana de "saco cheio" junto à dona dos olhos castanhos e sua prima foi... Ah, a Pierce não tinha nem palavras. De longe, a melhor primavera de todas.
De longe.
Quando voltou ao Canadá, ela perguntou por Santana todas as vezes que recebeu ligações da Fabray, ou fez ligações a ela. De vez em quando, colidia de a Lopez estar por perto, e então, Quinn entregava o celular para ela, e as duas conversavam por um tempo. Mas, nada, absolutamente, nada é igual a ter alguém ao vivo, em carne e osso em sua frente.
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Our Hands Tied - Brittana
RomanceEx-namoradas de longa data, Brittany e Santana têm suas vidas viradas de ponta-cabeça quando, de uma hora para outra, são obrigadas a dividir a mesma cidade, vizinhança e... Residência.