27. Aquele com memórias

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Seis anos antes, Santana desligava uma longa chamada que tivera com a menina Pierce. A canadense era mais legal do que ela imaginava. Adorava as conversas aleatórias que tinham, quando a dos olhos azuis ligava para a prima (ou vice e versa) e no final do papo das loiras, Brittany – e, a partir de um dia, até ela mesma – pedia a Fabray para que elas pudessem trocar uma palavrinha entre si previamente ao encerramento da ligação.

L

E

V

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Z

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Não era sempre que seus horários batiam, mas era muito bom quando sim.

— Finalmente! Seria ótimo se você percebesse que meus créditos não caem do céu, Lopez... — Quinn riu, olhando para o celular. — Puta merda, 56 minutos. Vocês se superaram hoje.

— Sério? Nem notei... — Ela sentou-se sobre o colchão da Fabray, sorridente. — Sua prima é um amorzinho, Q.

— É. Ela é. — A loira fitou a amiga com certa preocupação, se atentando ao tom de voz de Santana mesclado ao rosto que ela estava fazendo. Zona perigosa. — Iiih... Conheço essa cara. Se eu fosse você desencanava. A Britt pode ser um amorzinho de pessoa, mas como namorada é uma negação. Falo por bem. Vocês formam um casal bonitinho, não tem como negar. Eu até shipparia vocês, pena que sei que ela estragaria tudo. Então, sem chance de mim na torcida.

— Por que diz isso?

— Porque ela se apaixona por qualquer um que passa na frente dela, Santana. Sempre está com alguém novo, e não tem dificuldade nenhuma com términos. Nesse quesito, ela é extremamente superficial ainda. Sério. O maior relacionamento que ela teve durou um mês e meio, com uma modelo se não me engano. E isso foi tipo, há dois anos. Vocês estão em vibes completamente diferentes. A maior preocupação dela é ouvir música e tirar fotos por aí.

— Entendi...

— Fora que se ela estivesse mesmo interessada, pediria seu número ao invés de ficar arrumando desculpa pra falar com você pelo meu celular. É a maior preguiçosa. Não quer se comprometer.

— Agora que você disse, faz sentido.

— Eu sei. É triste... — Curiosa, a dos olhos verdes chegou mais perto da outra universitária, cutucando-a em seguida. — Mas, e quanto àquela menina lá que você tava saindo nos últimos meses?

— A Elaine?

— Isso! O lance de vocês acabou mesmo? Soube pelo Matt que ela veio te procurar anteontem, mas nem cheguei a te perguntar.

— Sim, acabou. O tédio nos consumiu. Nós tínhamos o total de zero assunto. Sem paciência pra isso.

— Foda...

— Diz a pessoa que namora um Puckerman da vida. — Ela debochou, na brincadeira. — Me conta: vocês já acharam assunto, Fabray? Ou estão procurando até agora no meio dos seus lençóis?

— Ainda bem que eu não me incomodo com esse seu jeitinho doce...

— Ah, não?

— Não. E talvez eu não esteja interessada em assunto com macho nenhum no momento, tenho preocupações maiores. Você mais que ninguém sabe.

— Desculpa aí, mulher de negócios... Foi mais forte que eu.

— Tô sabendo. Mas, também é válido lembrar que só tenho olhos pra você, Satãzinha. É minha alma gêmea, não preciso de mais ninguém. Nossos assuntos me bastam.

Our Hands Tied - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora