Our Hands Tied - Brittana

14. Aquele depois do ontem

Momentos depois de deixar sua ex falando sozinha, e, ir tomar banho, Brittany se dispõe de roupas limpas, só conseguindo ponderar de maneira translúcida sobre como sua cabeça e corpo doem na maior solidariedade entre si, nada muito além disso. É... Grande jeito de seguir para seu segundo dia de trabalho. Ou melhor, esplêndido jeito! Já não bastava ser acordada a base de travesseiradas "superamáveis", sendo bombardeada, em seguida, com aqueles questionamentos e olhares violentos de Santana que, bom, não tinha cabeça ou memória suficiente para responder ou contra-atacar, não, certamente, não bastava.

Isso porque a morena dizia querer tornar a convivência delas melhor, infelizmente, não durara nem 24 horas. E pensar nas perguntas que sua prima começará a fazer no instante em que chegar na residência, tem consciência absoluta de tê-la mandado alguns áudios em coro com a Lopez, quando elas ainda estavam no Karaokê. Que não passasse disso, amém.

Por falar em Karaokê... Onde é que ele ficava mesmo? Quer dizer, foi tão aleatório entrar em um Karaokê. Bom, ele deve ser próximo dali.... É, sem duvidas. Mas, quão próximo? Pff, fala sério, Brittany... Isso realmente importa? Não, não importa. Pelo menos, não agora.

Nossa...

Como será que ela e Santana subiram para o quarto sem rolar escada abaixo?

Espera...

E se elas rolaram escada abaixo e ela não se lembra disso também?

Isso explicaria sua dor. Os roxos em suas pernas... Tudo. Tá aí, algo a se considerar. Mas, ela pode ter apenas tropeçado na rua também. Ou batido os joelhos e canelas no palco, cadeiras e mesas do Karaokê. Ou no próprio quarto. Ou em qualquer lugar de dentro ou fora da residência, qualquer lugar. A própria Lopez poderia ter a chutado e causado isso.

Se bem que, Santana era um amor de pessoa bêbada...

Fora que, nunca a agrediu fisicamente para além de travesseiradas.

Subitamente, a campainha é pressionada. Sinal de que Quinn, enfim, chegou. A fotógrafa respira fundo, exausta, e termina de calçar o outro pé com seu sapato. Está pronta, mas a vontade de descer é zero. Porém, entretanto, todavia, põe Dino na cabeça e um sorriso calmo e genuíno se faz nascer em sua boca. Ao menos uma alma viva não a chateará hoje. Se bobear, a cozinheira pensava exatamente o mesmo.

Ela desce para o andar debaixo, enquanto a Fabray vai entrando casa adentro.

— Bom dia!

— Bom dia... — Brittany responde com pressa, visualizando o cão brotar no cômodo também, corre até ele. — Dino!

"Aw, aw... Aw!"

Elas interagem um pouco com o cão, e só com ele.

— E aí, Britt...

— Vamos! — A dos olhos azuis a corta como um raio, levantando-se e a trazendo consigo para fora. "Tá tudo bem?" Quinn indaga, meio espantada. — Uhum, Quinnie. Tá sim. Será que nós podemos ir em silêncio?

Elas entram no carro e a fotógrafa sente a luz do dia como a morte esmurrando-a na cara. Abre o porta-luvas alheio, para se apossar dos óculos escuros de sua prima, desesperadamente. No fim, olha para a janela, sem dar um pio. Quinn ri.

Nada de música hoje.

— Que ressaca, hein... — O veículo sai do lugar. — Por acaso, a senhorita já comeu?

— Não.

— Então, a gente vai dar uma passada naquela cafeteria perto da Evans Comics... Ok? — Ela olha para sua direita. — Britt?