9. Aquele com as mãos delas amarradas

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Depois de passar por sua quarta parada consecutiva, Quinn Fabray finalmente chega à vizinhança onde residem Santana e sua prima. Por segurança, decide estacionar o carro há alguma distância da residência, pois não quer chamar a atenção delas sobre sua chegada. E, um tanto curiosa, no curto caminho que tem daqui até lá, liga o celular para verificar as mensagens e ligações do mesmo.

Como Lucy já imaginava... A Lopez é responsável por 90% delas. É... Talvez, as duas imbecis não tenham se resolvido ainda. Essa possibilidade é uma merda. Porém, é a mais real também, há de se convir.

Contos de fada? Rá... Não tá tendo.

Infelizmente.

Quinn respira fundo, segurando firme a sacola de comida chinesa que trouxera consigo e se dirige a porta, abrindo-a com sua cópia das chaves. Vê Brittany e Santana quietas e distantes no sofá e ergue a comida, sorridente, quando elas olham para trás. Os rostos bem mal-humorados, em contraste com o dela. Beleza, agora é encarar ou encarar. Antes de as duas sequer pensarem em abrir a boca, a designer manda um:

— Cheguei! Alguém com fome aqui?

¿Me estás tomando el pelo?! — (Tá de sacanagem comigo?!); Santana questiona, levantando-se bruscamente. — Onde você se enfiou, hein?

— Quinnie, você pode explicar pra gente o que tá acontecendo? — Brittany indaga na sequência, se pondo de pé também. — Isso é...

— Uma loucura!

— É!

— Gente, gente, calma... — Ela pede, fechando a porta com o pé e adentrando a sala. — Voltem para o sofá, por favor. Respirem. Juro que conto tudo que precisam saber, mas vamos com calma. Ok?

— Vai pro infierno! Que moral você tem pra pedir isso, garota?! — Santana praticamente berra, revoltada. — Eu quero te matar. Com todas as letras: MA-TAR! Entendeu?

— Confesso que eu também... — Brittany deixa escapar, embora esteja metade (muito, muito) feliz por rever a Lopez e Dino. — Só fala logo, por favor.

— É, anda! Não tá nada bom pro seu lado...

— Eu sei meninas, eu sei! E eu entendo perfeitamente isso, mas, por favor, sentem. Eu trouxe o preferido de vocês. — Quinn coloca o pedido que carregava consigo sobre mesinha de centro e as chama para se juntarem a ela no sofá. Abre a sacolinha, contendo as pequenas caixas de comida que começam a exalar seu perfume no ar, e sorri. — Vou ser totalmente sincera. Eu só não fui antes, porque, bom... Vocês vão entender, já, já. E parte da raiva de vocês por mim deve ser fome, então, juntem o útil...

— Ah, eu duvido muito! MUITO, sua loira-dissimulada de uma figa!

— Santana, para. Você me ama, nada vai mudar isso. E eu te conheço, vai, tá com fome igual eu, igual a Britt, então...

— SE VOCÊ ACHA QUE PODE NOS COMPRAR COM COMIDA... — A morena logo para de falar, quando vê a ex-namorada já sentadinha no sofá com um par de hashis ("palitinhos Orientais") em mãos, totalmente vencida pela outra, fuçando o que há para engolir. — Carajo! Você fodeu com o meu discurso, Brittany.

— Ah... — A fotógrafa cora. — Desculpa. É que ela falou sério, Santana. Trouxe Chop Suey, Rolinhos-primavera, chá gelado e tudo.

Grr! Eu te odeio, Fabray. Te odeio muito mesmo. Espero que saiba. — A cozinheira suspira emburrada, em um misto de nervoso e rendição, deixando que a loira mais velha lhe entregue um conjunto de hashis, depois que ela meramente assente, compreensiva. — Você tem cinco minutos pra abrir a boca. CINCO MINUTOS.

Our Hands Tied - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora