Capítulo XVII - Loucura

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Draco on ...

Depois da minha conversa com Pans e Blasio, não pude deixar de me sentir receoso.

"Ele é grifinório Baz, é óbvio que ele vai fazer isso, o cavalheirismo dos leões praticamente exige [...]"

A princípio não dei atenção a falar da Pans, mas agora não consigo deixar de pensar nisso.

Se o Harry me pedir em namoro, ele estará fazendo isso por ser o que ele verdadeiramente sente, ou porquê ele se sente na obrigação de fazer isso ?

- Algum problema dragão ? - Severus apareceu repentinamente.

- Ah não exatamente - Respondi incerto.

- Quer conversar ? - Ele me encarou preocupado.

Ponderei a ideia por alguns instantes, Pans provavelmente diria que estou exagerando, Blasio sequer prestaria atenção, falar com Hazz não é uma opção e Mione está fora da minha zona de conforto, o que me deixa unicamente com meu padrinho, após chegar a essa conclusão concordei, então seguimos para a sala de poções.

- Qual o problema ? - Ele indagou.

Respirei fundo e expliquei a situação.

- Acha que estou sendo paranóico ? - Perguntei.

- Não acho que sou a pessoa mais indicada para responder isso - Ele respondeu, sem esconder seu desconforto com o assunto.

- Por favor padrinho, você é a única pessoa com a qual eu posso falar disso, Pans não vai dar atenção, e Blasio está ocupado demais com o Weasley - Informei.

- Não posso afirmar ou não, que isso é só coisa da sua cabeça ... - Ele disse, e eu suspirei derrotado. - Mas tem uma coisa que posso fazer - Completou.

Meus olhos provavelmente brilharam em curiosidade.

- Posso perguntar diretamente a ele - Explicou.

- Padrinho eu não acho que essa seja uma boa ideia - Comentei.

- Tenha um pouco mais de fé em mim - Pediu - Mas se realmente não quer que eu fale com ele eu não vou.

Mordi o lábio inferior enquanto considerava a ideia.

- Eu vou poder estar presente enquanto fala com ele ? - Questionei.

- Se quiser - Ele deu de ombros.

- Tem alguma forma de não deixar ele me ver ? Só para garantir que as respostas serão sinceras - Perguntei.

- Tem um feitiço normalmente utilizado em trouxas para mudar o que podem ou não ver, no entanto ele ainda pode te ouvir, então vai ter que se manter calado - Explicou.

- Tudo bem - Concordei.

Severus então saiu da sala, e eu me sentei em uma das carteiras ao fundo.

Draco off ...

Severus on ...

Não foi difícil encontrar o Potter, já que eu conhecia seus horários de aula.

A princípio ele se assustou com minha presença, o que não é de se admirar, visto que ele parecia imersos em seus próprios pensamentos.

- Potter, minha sala agora - Tentei soar autoritário o bastante para impedir que ele negasse.

Ele engoliu em seco e me seguiu, sem questionar. Pouco antes dele adentrar a sala de poções, conjurei discretamente o feitiço para impedir que ele visse Draco.

No começo ele parecia estar escolhendo cuidadosamente suas palavras, temendo dizer algo errado, que me fizesse repensar minha aprovação a relação dele com meu afilhado, ou ao menos foi o que eu entendi, com base no comportamento do Potter.

- E por que eu devia acredita em suas palavras ? Que garantia Pode me dar, de que não irá abandonar meu afilhado e o bebê para viver sua própria vida ? Afinal ainda é jovem, e ter um filho agora irá exigir muito de você, me convença de que não vai desapontar Draco - Optei por uma provocação, visando obter uma resposta menos pensada e mais impulsiva, e devo admitir que a resposta dele superou minhas expectativas.

- Tenho ciência de que ter criar uma criança é uma tarefa árdua e complicada, exatamente por isso, nunca me perdoaria se abandonasse toda essa responsabilidade sobre Draco, uma vez que sei o quão instável é o emocional dele, mas se quer que eu seja realmente sincero, quanto ao meu motivo para não deixá lo sozinho, serei sincero, eu nunca poderia abandonar Draco pois eu o amo, a tempo o bastante para saber que meus sentimentos por ele são sinceros, leais e imutáveis, fui convincente o bastante para o senhor ? - Ele devolveu minha provocação.

Em qualquer outra situação eu teria me irritando pela petulância do Potter, no entanto eu havia conseguido uma resposta convincente o bastante. Então preferi checar a reação de Draco, diante da declaração inesperada.

Draco chorava silenciosamente, com uma mão sobre a boca, para evitar fazer qualquer som, e com a outra, provavelmente, acariciava o próprio ventre.

Ao notar que minha atenção estava em si, Draco sorriu, mostrando o quão verdadeiramente feliz e agradecido estava, eram um sorriso puro e radiante, diferente de qualquer outro que eu já tinha o visto esboçar, por isso não pude evitar sorrir também.

Meu pequeno dragão ficaria bem, Potter o fazia feliz como eu nunca o vi ser.

- Estou contando com você para cuidar de Draco, não me decepcione senhor Potter - Dei a ele minha aprovação, e Draco me lançou um olhar de gratidão, que fez meu peito se aquecer com um calor gostoso.

Severus off ...

Harry on ...

- É só paranóia da sua cabeça - Snape disse e saiu da sala, me deixando ali sem entender nada, até que ouvi alguém rindo no fundo da sala.

Ao me virar, surpreendentemente me deparei com Dray.

- Você ... Como ... ? A quanto tempo está ... ? - Tentei perguntar mas não consegui finalizar minhas falas.

- O tempo todo - Respondeu sorrindo, e só então eu notei que ele estava chorando.

- O que foi ? Por que está chorando ? - Questionei, me aproximando de onde ele estava.

- São lágrimas de felicidade idiota - Respondeu, forçando uma falsa indignação, mas logo voltou a sorrir. - Eu amo você Harry James Potter - Ele informou antes de me abraçar. - Te amo tanto que chega a ser patético, e sou imensamente agradecido por você ter sido minha dupla naquele dia, pela noite que tivemos juntos, e pelo nosso bebê, eu te amo.

- Eu também te amo - Respondi devolvendo o abraço. - Draco Lucius Malfoy, quer me dar honra de ser o bruxo mais feliz e sortudo do mundo, e namorar comigo ? - Indaguei, e ele moveu a cabeça em afirmação.

- Eu quero, mais que tudo nesse mundo - Finalizou ao pé do meu ouvido, e eu o beijei abruptamente, tomando sua boca sem aviso prévio.

Tentei estabelecer um ritmo calma, mas Draco parecia afim de batalhar pelo controle, então gradativamente fomos aprofundando a intensidade.

- Seja meu - pedi contar a boca de Dray.

- E o que te faz pensar que eu ainda não sou seu ? Hazz você me tem desde a primeira vez que nossas bocas se tocaram - Ele informou, rindo travesso, antes de iniciar um novo beijo.

Esse sonserino tem o poder de me levar a loucura, e me fazer esquecer de tudo. Felizmente tenho todo o tempo do mundo para me deixar enlouquecer.

Acidente com poções - Darry [Mpreg]Onde histórias criam vida. Descubra agora