Miguel Carvalho de Souza

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Daniel e Bruno adotaram uma linda criança. Ele tinha 2 anos e um metro de pura fofura.
Como todos eles ainda moravam na mesma casa que pertenceu aos pais de Lucas, eles acharam melhor se mudar para uma casa com mais espaço e com um jardim beemm grande.
Não era tão difícil arranjar uma casa para alugar ou comprar. As pessoas estavam mesmo abandonando aquele mundo.
Na verdade, para Iris, era mais correto chamar de cidade do que de mundo. O tamanho, como vocês sabem, era bem pequeno e não era tão difícil decorar os nomes de ruas e prédios.
Eles se mudaram para dois quarteirões atrás de onde eles estavam. A casa era relativamente grande, tem dois andares e o pátio já vinha com um balanço e um escorregador. O valor? Basta saber que estava muito barato, mas os antigos donos queriam lucrar mais do que deviam. Eles fizeram isso com as pessoas erradas.
O primeiro andar da casa é lindo! Tem uma cozinha luxuosa, o que encantou Bruno de cara. Encantou até Iris, que não era tão chegada em cozinhar.
Havia uma sala espaçosa e um banheiro. Na segunda parte, havia os quatro quartos e mais um banheiro também.
O quintal dos fundos não era tão grande quanto o da frente, mas era um bom lugar para fugir dos olhares dos vizinhos (que pareciam bem interessados na vida deles).
Falando em vizinhança, nem todos eram fofoqueiros. Iris ia todos os dias tomar café na casa de um de seus vizinhos: o William. Ele era muito culto e Iris adorava discutir sobre filosofia com ele. Ela sentiu demais quando ele se mudou, por questões de
trabalho.
O pequeno Miguel Carvalho de Souza amou a casa nova. Como não amar? Era como se a casa fosse comprada para ele, e somente ele. O que não era de se negar, afinal
eles se mudaram por ele.

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Se a casa conseguisse falar, ela diria que ver o Miguel crescer foi uma das coisas mais lindas que ela já viu.
Ele cresceu rápido aos olhos de todos. O tempo voou e ele já tinha aprendido a produzir o seu elemento, que é a terra. (Explicando rapidinho como que ele se manifesta: diferente da água e do fogo, o elemento terra utiliza a terra mesmo. Por exemplo, se o Miguel estiver no água, ele vai estar indefeso pois seu poder só funciona se ele estiver pisando na terra. Já o elemento água e fogo funcionam em qualquer lugar, mas se alguém de água estiver na água mesmo, o poder aumenta a sua potência. O mesmo vale para o fogo.).
Foi uma alegria que só, aquele dia. Miguel, agora que sabia como produzir o seu elemento, só queria saber de brincar com eles. Lucas (quer dizer, o “tio Lu”) sempre
topava, ele era aquele tio que virava criança novamente, sempre que brincava com o Miguel.
Era quase uma tortura para Iris (ou melhor: a “tia Lilis") ver a felicidade de Lucas brincando com Miguel. Parar com as brincadeiras partia o coração de Miguel e Lucas.

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O ano escolar no mundo 2.0 é bem diferente do que estamos acostumados. Não existe “creche”, “ensino fundamental” ou “ensino médio”. Não é necessário essas
divisões quando só há sete anos escolares.
Só há sete anos escolares porque não tem como ter muito conteúdo. O mundo 2.0 não é tão antigo e eles não sabem muito sobre.
Eles chamam cada ano escolar de “ano um", “ano dois", etc.
Miguel se mostrava ser um ótimo aluno. Tirava notas acima da média, mas a matéria que ele mais gostava era história. E era a segunda matéria em que mais se destacava.
Elogios de professores eram o que não faltava. Outra coisa que não faltava era os colegas, e até mesmo os professores, perguntarem se o Miguel tinha quatro pais (pois Iris e Lucas ajudavam Bruno e Daniel quando eles não podiam buscar o Miguel, ou nas
reuniões de pais, etc.). Ele se divertia esclarecendo que ele só tinha dois pais e dois tios muito legais.
Claro que essas perguntas, às vezes, tinham tons nada agradáveis. Miguel estava no ano dois quando ouviu o seu colega falar:
-Você tem dois pais? Isso não existe!
Naquele dia, Miguel voltou chorando para casa. Na verdade ele nem ficou o período que deveria na escola. Os professores tentaram intervir, mas os pais daquele garoto eram os que mais bem pagavam a escola.
Bruno e Daniel, quando receberam a ligação da escola, saíram correndo de seus trabalhos (mal se preocupando se seriam demitidos ou não). No dia seguinte, após eles conversarem com Miguel, Daniel e Bruno imediatamente o tiraram de lá. O mundo não era grande, mas pelo menos havia três escolas lá.
Foi um dia horrível para toda a casa, mas com o amor e carinho de todos, tudo passou, mas a cicatriz ficou como uma lembrança.

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Os três lados [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora