CAPÍTULO UM

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Atualmente...

Uma mulher da justiça, é assim que Vic se auto nomina. Se é um acaso do destino, não saberia dizer. Vic faz valer o significado do seu nome; fazendo-se saber o quão bem ele se adequa, e tão perfeitamente a sua personalidade.
"Vitória" é o nome adequado para o seu estado de ânimo frequente, desde que pegou o seu diploma; porque nunca foi de entrar na batalha para perder; e a vida dela sempre foi uma luta. E se sente muito bem assim; principalmente agora, sabendo que esse será mais um caso ganho para o seu prazer pessoal e profissional. Quanto mais nesse instante, ao praticar tal ato a quem realmente precisa. Como é o caso hoje, nesse tribunal.

__ Meritíssimo, quero levantar a questão de estarmos aqui, diante de um homem idoso, que prestou a maior parte de sua vida para servir e combater pelo nosso país, como oficial do exército dos Estados Unidos. E hoje, aqui, diante do excelentíssimo Juiz, numa cadeira de rodas e doente, se vê numa condição onde não pode pagar pelos próprios remédios, porque sua filha de sangue tirou a possibilidade dele; e se apresenta, nesse instante, para lutar, mais uma vez, pelo direito de dirigir seus bens e sua vida; arcar com seu tratamento médico e algumas emergências cotidianas necessárias.

Senhor Smith é mais um da sua lista de clientes pró bono.
Tendo duas filhas: "a dizer que uma delas é adotada". Teve todo o seu dinheiro confiscado por uma delas: "a dizer pela filha de sangue".
Desaventurança em 50%; Vic diria.
É, sim! Pois os outros 50% o ajuda bastante na sobrevivência do dia a dia.
E, se alguém ainda se pergunta: 'Como uma filha pode fazer isso com o próprio pai?!'
Victoria pode afirmar que: não só pode, como fazem. Ela tem inúmeros casos que envolvem alguém da família do "implicado" como "implicante" na vara cívil que comprovam a situação do mundo hoje; e a porcentagem disso beira ao ridículo. A civilização está mudando de um jeito nojento; de modo que, não estranharia se cães cruzarem as pernas, sentassem a mesa e usassem talheres, enquanto os homens se movem de quatro, uivando e rosnando, pedindo migalhas, debaixo da mesa; por que os valores estão trocados.
Ao pensamento, Vic meneia a cabeça em desaprovação e repulsa.

O advogado da implicante se levanta.

__ Meritíssimo, peço a palavra. __ diz este, acossado pela sua cliente, logo ao lado, após esta o liberar das cutucadas, caretas e sussurros dos seus incômodos ao desafortunados advogado.

Victória faz o que realmente gosta; este é o seu elemento. Todo o tempo gasto em estudos; esforços e abdicações renderam frutos. E aqui está ela, para defender e ganhar casos para pessoas como sr. Herman Smith, cuja a vida está tão complicada que não consegue pagar pelo próprio bem-estar.
Sua filha de sangue achou conveniente se apoderar dos bens do idoso inválido; e seus cuidados agora estão nas mãos de uma filha adotiva, cuja a interminável gratidão fez com que tomasse a tarefa de cuidá-lo; e, assim, devolver um pouco de todo amor e dedicação que um dia esse homem resolveu doar a ela. Mas todo o resto do mundo não dá a mínima aos seus problemas; e sob a empatia de quem já esteve nessa desgraçada posição, Vic pensa:
'Nunca mais!'; dizia para si e para todos.
Há satisfação quando se tem o poder de tirar alguém desse lado sem vantagens.
Sr. Herman Smith é ex combatente das forças armadas. Agora, aposentado e cadeirante. Luta, na justiça, contra uma filha de sangue que o interditou, levando com ela suas finanças e seu orgulho.
"Se depender de Vic, não só garantiria o retorno do seu dinheiro, como também exigiria uma gorda indenização pelas perdas e constrangimento do sr. Smith das mãos desta mulher, cuja a certidão e o sangue diz ser sua filha"
Sem o seu dinheiro e viúvo, sr. Smith passou a depender, exclusivamente, da filha adotiva, a quem atua como enfermeira, acompanhante e provedora.
Como profissional da saúde, é funcionária em um hospital local e faz o possível para cuidar e tratar do homem que lhe deu um lar; um sobrenome e uma vida. A tornou família.
Hoje, essa filha mostra seu amor e gratidão pelo pai, provando a todos que há laços mais fortes que o sangue.
Sr. Smith, por sua vez, quer reaver seus bens, diminuir a sobrecarga e ajudar a filha adotiva, que tem feito o melhor que pode para garantir a saúde e o Bem-Estar do homem que a criou.
Este homem tem visto o esforço desta, que, sozinha, paga, também, pelas consultas médicas com seu salário pequeno sem cobrir nenhum outro luxo, senão alimentar-se e retribuir o cuidado e o amor por esse homem.
A filha de sangue, no entanto, gasta o dinheiro do seu cliente de maneira arbitrária: mensalidades com aulas de balé para a filha; manutenção do carro, também comprado com o dinheiro do sr. Herman; aparelhos de musculação para o marido... e a lista não tem fim. Está tudo documentado e comprovado em notas que Ed lhe passou essa manhã.
Quase no horário de almoço; e Vic acha que é hora de acabar logo com isso...
Após os argumentos finais, em defesa de seus respectivos clientes, o juiz toma seu momento decisivo:

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