CAPÍTULO VINTE E OITO

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__ Boa tarde, sr. e sra. Stelmann. Sou detetive Slaine Ramshorn. Mas, por favor, me chamem de Slaine.

__ Boa tarde. __ Josh aperta a mão do detetive.

Sra. Stelmann balança a cabeça, num aceno breve em demonstração a sua total antipatia por precisarem vir aqui.
Depois de passar mais de duas semanas para conseguir que o casal viesse a delegacia, os dois, enfim, chegam.
Entretanto, o propósito é completamente distinto do esperado, pois estavam eles ali para abrir uma queixa.

__ Bem... vamos direto ao assunto. __ a mulher informa.

__ Por favor, sentem-se. __ Slaine os convida, antes de começarem.

Depois de adentrarem na sala, Slaine repara que o casal permanece de pé, perto da porta. Seu palpite, que há 75% de chance de o sr. e sra. Stelmann terem odiado vir aqui, pelo receio e relutância em alcançar às cadeiras disponíveis na mesa de Slaine.
A mulher circula os olhos pela sala e entorta a boca para cada coisa que registra.
Agora, seu palpite aumenta para 96%. É quase uma certeza que eles não gostam nada de estarem aqui.
Slaine não espera; se acomoda em sua própria cadeira, atrás do móvel.
É bem certo que a sala de Slaine está fora dos padrões esnobes das classes elevadas. Diria até que está fora dos seus próprios padrões, um funcionário assalariado, que bem pode ser considerado um pé rapado para o casal a sua frente. Mas foi a única sala que pôde ocupar, depois de ser promovido.
A sala está cheia de arquivos e equipamentos de escritório; muitas pastas de séries e mais séries de documentos e restos de comida. A equipe de limpeza varre e tira o lixo duas vezes ao dia: durante a manhã e quase no final do expediente.
Durante a tarde, Slaine mal tem tempo de comer, devido ao trabalho; suas refeições são feitas aqui mesmo. Então é nessa sala que o detetive se garante.
Por isso, é possível acompanhar o passeio despreocupados de insetos, que circulam aqui e ali.
'Deus queira que nenhum desses apareçam, enquanto o casal estiver aqui'

Quem entra imagina ser um depósito ... o que na verdade é; ou, pelo menos, foi.
O lugar é escuro; pequeno e pouco confortável; mas foi o único espaço disponível.
Slaine não reclama. Seu maior empecilho é lidar com pessoas com muito dinheiro, que pensam estar acima da lei, como o casal Stelmann, aqui presente.

__ Por favor, fiquem a vontade.

Slaine insiste, indicando as cadeiras em frente a sua mesa. Os semblantes indicam a impossibilidade de tal tarefa.
Acomodados, Slaine faz perguntas padrão numa investigação; porque, diferente do que se imagina, o dois sentados a sua frente, não serão indiciados ou questionados pela morte de uma mulher.
Oh, não, senhores.
Mesmo que seus instintos se mostrassem certos quanto ao corpo encontrado no aqueduto, que naturalmente o levou a esse casal, após identificado, não haveria justiça. Ao menos, não, por enquanto. Contudo, Slaine é cachorro velho: difícil de largar o osso.
Após falar com o casal idoso, vindo do Mississippi, para reconhecer o corpo que poderia ser da filha desaparecida, Slaine descobriu quem a tirou da sua casa e a trouxe para Califórnia. O casal idoso lhe dera o nome e sobrenome do pivô dessa história, para nunca mais terem notícias. E o protagonista, segundo o depoimento da família de Cintia, é Joshua Stelmann, dono de uma cadeia de hotéis espalhados pelo Estados Unidos. Um homem cheio de dinheiro, capaz de mudar o status de um crime de assassinato para "casos sem solução"; e tirar a investigação de suas mãos, antes que Slaine pudesse impedir.
S

laine bem que tentou; contudo, não conseguiu.
Seu palpite é: o casal tem influência; e alguém muito importante pendurado na carteira, para mudar e interromper uma investigação de assassinato.
Agora, Slaine está sentado na sua sala, para ouvir uma queixa crime de sequestro.
Sequestro de uma criança, que alegam ser sua filha.
Infelizmente, Slaine tem mau pressentimento. E prevê muitas dores de cabeça para a Organização dos Espécies.

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