CAPÍTULO DEZOITO

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Bestial abre a porta e pisca. Então pisca novamente, para ter certeza que a fêmea que toma boa parte dos seus pensamentos está aqui, na frente da sua porta do quarto de hotel.
Cedar tinha razão em insistir que dormisse só por uma noite na cidade. Ele e Fury vieram ajudá-lo no check-in. Foi desconfortável e desconcertante ver a quantidade de gente que os olhavam, assim que puseram os pés para fora do carro. A melhor parte foi um garotinho, de mão dada a mãe, frear o progresso dessa, que passa apressada pela calçada, para que ela também os visse. A mãe do menino abriu a boca com espanto; já o garoto, lhe deu um grande sorriso e acenou um tchau agitado.
Desde que entraram no hotel e fizeram o check-in foram bajulados pelo concierge e copeiros que passaram pela revista minuciosa ao serem parados pelos oficiais de segurança da ONE, vieram atender algumas demandas, que não foram previamente solicitadas, lhe trazendo coisas. O próprio gerente veio vê-lo, oferecendo serviços de cortesia, algo que dispensou de imediato, com excessão da tal boutique masculina para uma muda de roupa extra, já que uma noite no hotel não havia sido planejada antecipadamente. Foi estranho esse tipo de atenção, tanto para ele, quanto para Cedar; embora fosse muito melhor agora, do que quando libertos para se integrar como cidadãos dos Estados Unidos, pós cativeiro.
Fury foi o único a agir como se tivesse sido tratado assim a vida toda; isso indica o acerto na escolha de assumir o comando da Organização dos Espécies, quando Justice não está em condições. Contudo, Fury é um caso perdido para sua fêmea, como todos os machos Espécies acasalados, não aguenta ficar longe de Ellie por mais de algumas horas. Sendo assim, subiram para conhecer o quarto grande, reservado para ele; conversaram por alguns minutos e foram para o heliporto do hotel, a espera do helicóptero da ONE que viria buscá-los; e Cedar foi com ele, alegando que não iria "soprar vela".
'Certo. Eu não acho que o termo esteja correto'.

__ O.ooi. __ a voz suave e insegura chega a ele.

A insegurança é diferente da determinação furiosa que a fêmea exalava desde que a conheceu.
Bestial não gosta da mudança.
No entanto, o cheiro da necessidade dela bate em seu nariz, lhe deixando tonto. Ela realmente está no cio e o cheiro está ficando forte.
O corpo de Bestial toma o impacto e desarma-o para qualquer assunto que poderiam ter. Ele abre caminho para que ela entre.
Afinal, ficaram muito tempo sem ver ou tocar um ao outro; sozinhos, apenas os dois.
Ele estende o espaço na porta para ela.
Ela entra, mas não avança muito, permanece na entrada quando a porta é fechada.

__ Achei que devia vir, antes que deixassem a cidade...

A advogada olha por todos os lugares, a procura de algo.

__ Onde estão Cedar e Fury? Ah, devem estar em seus próprios quartos, certo? Vi os seguranças no corredor e achei que ...

Victoria faz o jogo de perguntar e responder a própria pergunta, poupando-o de falar.
A envolve com o braço; a pegada dele continua firme, isso não mudou, deixando seus corpos colados para o beijo.
Imediatamente, ela abraça seu pescoço, trazendo-o mais perto.
Bestial não deseja o fogo ardente e fulminante que os consumiam.
Não.
Dessa vez quer algo que os consumam devagar; quer fazer durar o máximo que puder, tomaria tudo dela com calma. Tornar mais apreciativas e degustativas para ele é o objetivo.

***

Seu corpo se rende ao abraço de Bestial. A mão dele pesa na sua cintura, seu corpo se dobra no contraste perfeito da força masculina e suavidade do próprio corpo, para receber o beijo que desejou desde que o viu ir embora da agência; e este lhe segura a cabeça, com o punho que lhe prende o cabelo, quando tenta aprofundar o beijo.
Ele se afasta; o olhar dele é faminto.
Vic arfa após o beijo de um segundo, que conseguiu dar, antes que ele parasse. Mas aquele olhar...
Os pêlos do seu corpo sobem como resultado dos arrepios que aquele olhar lhe causa. E há algo mais. Algo muito mais poderoso do que só a falta de contato físico com esse homem...
Bestial desce a cabeça, para experimentar seus lábios, com uma delicadeza enervante.
Vic, novamente, avança para aprofunda-lo; mas ele não permite.
'Ah, cacete! Ele quer me provocar?
Que hora mais filha da puta pra isso!
Tsk.
Será que tudo é para me ver implorar, como adquiriu o hábito de fazer, quando estão nessa situação?
Resistirei! Pela dignidade que me resta: resistirei!'.
Seu punho prende nas roupas que ele usa, para não permitir que se afaste de novo.
Quando sente a língua dele brincar com seus lábios, ela perde a paciência e empurra-o. É como tentar mover uma parede, no entanto, eu para e se afasta.
Aproveitando esse momento de impaciência e sem o toque que lhe distrai, ela põe as mãos por baixo da saia e tira a calcinha.
'Ah, quer saber? Nem sei porque perdi tempo vestindo uma, merda!'
Quando ela remove a peça íntima, de uma vez, Vic olha, transmitindo a mensagem que ela quer que ele capite:
'Pronto! Agora, chega de enrolação e me come logo!'
Ela vê o canto dos lábios dele se esticarem, num sorriso charmoso de molhar a calcinha, que já nem usa mais.
Quando e vem para ela, Vic pula nele, envolve as pernas na cintura masculina e sente aquele aperto firme em seu traseiro.
Sem perder a oportunidade, embrenha os dedos no cabelo sedoso e escuro de Bestial e o segura por ali, para lhe morder o lábio inferior, como punição; puxa-o e o lambe; mete a língua na boca dele e o beija forte. Com o tremendo desespero de devora-lo por inteiro. Tudo pelo fome do prazer que só ele traz ao seu corpo.

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