CAPÍTULO TRÊS

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'Que ... filho da puta!!!'
Vic sai batendo os pés da sala de Bestial. E promete que, somente essa vez, "engoliria o sapo".
'Idiota! Idiota! Idiota!'; xinga ela ainda o membro do conselho.
Ela cruza com Ed, no caminho com algumas pastas no braço; talvez uma lista de contatos para pesquisar. Sinceramente, agora, Victoria não está nem aí.

__ Ei, Vic! __ este a cumprimenta.

E vendo o seu estado, pergunta:

__ Está tudo bem?

Concisa, responde:

__ Não! __ e segue o seu caminho para longe dali.
***

Bestial se sente exausto. E ele é um dos muitos machos criados por um laboratório tirano para ser forte, ágil e inteligente. Mas, talvez, houvesse chegado ao seu limite físico e mental lidando com tanta coisa em meio a crise.

__ Ahhhh... __ ele expira alto, soltando todo o ar dos pulmões. Sentindo que precisa de sexo.
Imediatamente!

Sem pensar muito a respeito, pega o telefone e disca para o ramal do dormitório feminino.
Não faz mais que um semana, três fêmeas lhe ofereceram sexo.
E na discagem, descobre que duas delas estão indisponíveis: uma viajou ontem para a Reserva, era o tempo do seu turno por lá; a outra estará de plantão na clínica da ONE. Irremediavelmente, sobra a última que, de fato, seria a última em sua lista de escolha, porque a fêmea é muito problemática.
Há quem diga que Kit está louca. Mas, para Bestial, ela só parece triste. Infeliz.
Todos tiveram seu quinhão das indústrias Mercile.
Muitos deles ainda carregam traumas que não conseguem superar. Embora, Bestial não entenda porque a fêmea tem uma necessidade quase cruel de descontar seus problemas internos em seu próprio povo.
Mas aqui está o seguinte: ele precisa transar; e ela ofereceu o serviço e está disponível.
Não tinha muito o que fazer. "Em cavalo dado, não se olha os dentes"; ele acha que ouviu isso de Robert, seu homem da força tarefa de resgate. E se ele tiver que esperar só mais um dia para conseguir relaxar, Bestial estava certo que morreria ou cederia ao estado grave de loucura.

__ Oi. Kit? __ ele fala, assim que a fêmea atende o telefone.

__ Sim. Sou eu. __ ela ronrona do outro lado da linha.

__ Posso te visitar essa noite?

__ Uhmm... __ ela faz esse ruído, como quem pensa a respeito. __ Seria melhor essa tarde. Já tenho um encontro para a noite.

Ele também medita sobre o horário. Olha para mesa e vê o excesso de folhas para analisar, calculando como pode fazer isso sem afetar seu tempo de produção aqui.
'Que se dane!! Ou ele transa e relaxa para voltar ao trabalho, ou ele enlouquece e não tem mais trabalho nenhum. Porque ele jura que está a ponto de tacar fogo em tudo.

__ Certo. Passo aí, daqui a pouco.

__ Ótimo. Assim você será o primeiro a ver minha nova lingerie. __ com uma risada, ela encerra a ligação.

***
Victoria acaba de desligar seu telefone. Luna, a primeira mulher Nova Espécie que conheceu e fez alguma amizade, pedira para ter uma consulta de ensino. Com o tanto de trabalho para fazer, Victoria não poderia dar uma assistência concreta; mas emprestaria alguns livros e recomendaria outros para ajudar a mulher no conhecimento jurídico. Talvez, um pouco de conversa com outra mulher, mesmo essa não sendo, de forma alguma, convencional, serviria. Ao menos, ela tem esperanças que sim. Pois, no meio de um caso importante, juntamente no estouro da crise, ela discute e se aborrece com um dos seus contratantes; achou que passara tempo demais entre clientes e sócios. Estava na hora de conversar com alguém do mesmo gênero, ainda que um pouco diferente do que normalmente procuraria. Todavia, sendo justa consigo mesma, Vic não é do tipo que procura amigos para conversar. Então, pensando sobre isso profundamente, é possível que isso ocorra agora, justamente por ser fora dos padrões normais. 'Vai saber!'
Então, é isso! Ela está indo para Luna, jogar um pouco de conversa fora.

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