CAPÍTULO VINTE E UM

235 28 5
                                    

Vic está desnorteada, quando foge, quarto a fora, da clínica.
Na fuga, é possível dizer o quanto é intrigante ter Lembrado da bolsa; contudo, das roupas ...
No momento, é só uma louca descalça e camisola hospitalar, fugindo do hospital da ONE. O que diz muito sobre o olhar do enfermeiro na recepção, que a olhou de boca aberta, enquanto a porta automática se abria para ela sair. Zero de preocupação com suas vestimentas; o Intuito, nesse instante, é esperar um pouco mais, pra poder pensar no que fazer. Achava que não estivesse preparada para ter um filho; porém, muito menos para tirá-lo.
Se dirige pelo calçamento externo em direção aos portões, ainda segurando a barriga e a bolsa, noutra mão, sabendo que uma boa caminhada a espera, já que leva alguns minutos no carrinho de golfe...
'Senhor, que toda essa loucura também não faça mal ao bebê'.
Ela se dirige, correndo/andando, pelo caminho longo, que a levaria ao portão principal de saída da ONE.
No fundo de sua confusão, ouve seu nome sendo chamado.
Ela não para. Por nada. Só anda mais depressa.
'Preciso fugir. Sair daqui'.
Avista a guarita de segurança, situada no portão. Está ofegante e suada.
Um dos oficiais sai de lá, quando a vê.

__ Eu posso te ajudar, fêmea?

__ Preciso de um táxi.

Ele repara sua roupa.

Um carro freia às suas costas; ela olha para trás: o enfermeiro humano da recepção acompanha Sunshine num daqueles malditos carrinhos de golfe.
O homem permanece com a mesma cara de espanto, que fez quando a viu sair do hospital.
Em outro momento, Vic sentiria muita vergonha de ter feito esse papelão. No entanto, sente raiva e frustração, por alcança-la antes que pudesse escapar.
Vic se desespera e tenta correr para o portão, sem que pudesse ser impedida.
Sunshine grita.

__ Segurem ela!!

Mãos grandes a aprisionam, e ela grita:

__ Não!! Eu não quero. Não quero mais!!

Sunshine a alcança.

__ Tudo bem. Não faremos nada que não queira.

Pela primeira vez, desde que conheceu Sunshine, o rosto da mulher parece compadecido. Vic é abraçada por esta Espécie, a quem pensou que a odiasse.
Então nota que ela mesma está chorando.

__ Preciso de mais tempo. __ ela soluça no peito de Sunshine.

__ Shhh, querida. Está tudo bem. __ Sunshine alisa suas costas, para conforta-la.

E é aí que Vic abre o berreiro, como uma criança pequena.

__ Querida, tudo bem se não quiser fazer. A gente entende. Você me enganou. Quase pensei que fosse capaz; que não tivesse coração. Fico feliz em saber que estive enganada; que não é capaz de matar uma criança.

As palavras de consolo só fazem Vic mais sentimental. E sentimento piora sua situação, porque não consegue parar de chorar.

__ Agora vamos. Iremos te levar para um local seguro, onde iremos cuidar e proteger você e o bebê.

Sunshine a leva para o carrinho de golfe...

***

Cedar está sentado na poltrona acolchoada para visitantes, ao lado da maca de Bestial.
O macho chorou na sua frente, o deixando nervoso. Tal descontrole não é algo que um macho Espécie faça na frente de outros.
Testemunhar aquilo foi desalentador para Cedar. Mais uma vez, sentiu raiva dos humanos.
Encarando o Espécie caído num sono profundo, a mente de Cedar reproduz a cena no escritório o tempo todo, com algumas versões diferentes de desfecho...
Enquanto esmiúça a situação anterior, Bestial abre os olhos.

__ Ei, Best. Cara, que bom que acordou...

Cedar repara que o macho acordou; embora os olhos arregalados e parados, encaram o teto de forma preocupante.

BESTIALOnde histórias criam vida. Descubra agora