Liberdade & Caos [CONCLUÍDO]

Amor ressuscitado

"Superar alguém que amamos é uma tarefa difícil, no entanto, é muito melhor do que entrar em um relacionamento pensando em outra pessoa e partir ambos corações."
– Liberdade & Caos.

Passou praticamente um ano em que eu não a vi. Um ano achando que tinha finalmente "superado". Um ano que tentava levar meu relacionamento com a Evelyn para outro nível.
Porém foi ela simplesmente brotar do chão que percebi que nada disso tinha acontecido. Eu apenas me enganei por muito tempo.
Parece que paguei com meus pecados ao chorar novamente por uma mulher que simplesmente terminou comigo achando que eu tinha traído. O que não faz a menor lógica.

O tanto que a Amber mexia comigo era surreal. Ela conseguia tirar a minha calma e ao mesmo tempo, mantê-la. Eu não conseguia superar de maneira nenhuma, e ontem foi a prova viva disso.

Quando sai do restaurante com a Evelyn, ela mudou seu comportamento instantaneamente. Tivemos que ter uma longa conversa quanto ao que aconteceu.

Evelyn nunca soube quem era minha ex namorada. Minha única ex, que por mim, jamais teria terminado. Era doloroso demais ficar falando sobre ela, principalmente com uma garota em que eu estava tentando levar para algo mais sério. No entanto, Evelyn me perguntou quando chegamos em sua casa, se eu a conhecia para tê-la tratado daquela maneira.

Então me vi em situação de fraqueza. Respirei fundo e tentei controlar as batidas do meu coração que estavam desenfreados. Acabei contando exatamente tudo e a reação que mais esperava da parte dela. Suas lágrimas, deixando-me sozinho no cômodo.

Acordei em casa, sozinho. Evelyn falou que precisava de um tempo para digerir tudo. E eu respeitei sua decisão.

Levanto da cama, espreguiçando meu corpo para um longo dia. Estava pensando em fazer uma tatuagem nas costas do braço. Porém ainda estava indeciso do que de fato faria.

Tomo um banho, arrumo meu cabelo. Meu telefone começa a vibrar.

Atendo ligeiramente, já imaginando quem seja.

(Call on):

— Noah, podemos conversar?

— Claro, Ev.

— Ok. Passe aqui em casa agora se puder.

— Tudo bem.

Desligo o telefone, colocando no bolso da minha calça.

Pego o carro na garagem, fechando em seguida. Seguindo para casa da Ev.

Chego em sua casa em menos de cinco minutos, sei que era errado sair voando da minha casa para a dela, porém estava preocupado, pois sua voz de choro era evidente em meio a ligação.

Anuncio minha chegada, sendo liberado. Vou até ao elevador, paro no andar da menina maravilhosa que estou.

Respiro fundo. Bato na porta. Ev abre a porta.

Seu rosto estava inchado por conta do choro.  Merda, saber que fui eu quem fez isso causa-me uma tristeza enorme.

— Entra, por favor. — ela pede embargada, dando passagem para eu entrar.

Sento no sofá a espera da Evelyn. A mesma senta ao meu lado. Pega em minhas mãos, suspirando.

— Noah, para mim não dá mais. Você é uma pessoa maravilhosa, incrível, um homem perfeito, porém não quero ser um borde salva-vidas para você. Não posso me afundar nisso contigo, é como se estivéssemos remando contra a maré para não sermos atingidos pelo enorme temporal. E não quero que esse temporal caia sobre mim e eu me funde nisso, sabe? O que eu quero dizer com isso é que eu entendo que você precisa superar. Mas não comigo, não sou uma segunda opção de ninguém. Porque comigo é se entregar por completo. Eu já vinha percebendo o quanto você estava desligado, sem brilho no olhar e por mais que parta meu coração, não está dando mais. Ontem foi o pior dia para mim quando descobri que ela era sua ex. Não quero ser trocada. Então, prefiro eu terminar com você, ao invés de ser o contrário. Não quero prolongar sofrimento da minha parte, preciso me proteger. — lágrimas deslizavam por sua linda pele negra, seu rosto extremamente delicado, partia-me saber o quanto mexia com ela, o quanto ela estava quebrada perante a essa situação.

— Eu te entendo, Ev. E quero que saiba que estou aqui para tudo. Podemos pelo menos sermos amigos? — olho em seus olhos, a mesma sorri largamente. — Me perdoa de verdade por não suprir sua vontade. Juro que tentei, jamais foi minha intenção machucá-la. — passo a mão pelo seu rosto, retirnado resquício de água que teimava em sair.

— Podemos sim, mas antes preciso de um tempo para superar isso. Porque gosto bastante de você.

— Tudo bem, respeito sua decisão. Preciso ir, tenho que sair para resolver umas coisas, mas se precisar de mim, pode me ligar, ok?

Ela concorda.

Giro meu corpo em direção a porta, saio do seu apartamento com um peso no coração e ao mesmo tempo alívio.

A culpa emanou por não ter tido coragem de fazer o que ela fez, porém me senti mais tranquilo por ela ter feito isso, e se ela quiser, seguirei com nossa amizade sem problema algum.

E ela está certa, não se pode colocar um amor não superado em outro. Pessoas não são como objetos que podem ser substituíveis, mas sim seres humanos, cujo possuem sentimentos  e comportamentos que podem levar ao colapso ou deleito.