Já se completava duas horas desde que haviam se deitado, de costas um para o outro olhando a parede sem trocar uma palavra. O silencio logo se tornou uma tortura, ninguém queria ceder, acabou se tornando uma batalha no qual o mais frio ganharia.
Ela não queria aceitar que estava errada, não costumava aceitar seu erro e muito menos dar o primeiro passo, esse era outro lado de Dulce Maria no qual teve que deixar de lado. Ele sempre foi o primeiro a se desculpar, mas estava farto de fazer de tudo por ela, lhe dar proteção para jogar tudo janela a fora. Mesmo sendo contra tudo o que ela estava fazendo, não conseguia lhe dizer não, principalmente quando se tratava de coisas matéria.
— Pode respirar um pouco mais devagar? Não vê que estou querendo dormir? – se sentou soltando as palavras grosseiramente.
— Dulce, chega! – se levanta da cama. – Está agindo como uma criança.
— Agora sou criança?
— O que você quer? Pretende me deixar louco?
— Eu não estou afim de discutir com você.
— Você está brava só por que me recusei a te dar todos esses bens? Quantos anos tem?
— Eu não acredito que está fazendo questão disso tudo? Ganhamos muito mais do que daríamos conta de gastar, qual o problema de me deixar com um parte disso tudo? Nos casamos com comunhão total de bens, tenho direito a tudo isso e mais um pouco.
— A questão não é essa, nunca foi.
— Então qual é?
— Você nunca quis nada disso, sempre se conteve com pouco e dizia que jamais havia se interessado pelo meu dinheiro.
— E isso é a realidade, eu só queria uma parte disso, é problema pra você?
— E pra que?
— Vai me dar ou não?
Ele revira os olhos. Jamais conseguiria tirar algo dela, Dulce não estava disposta a contar o real motivo de tanta ambição de uma hora a outra, e ele não iria insistir no assunto.
Pegou seu travesseiro e uma das cobertas em cima da cama, olhou outra vez a esposa e se retirou do quarto. Foi a primeira vez durante seu casamento que a deixava na cama sozinha, não sabia como poderia ser na manhã seguinte, sua única certeza era que a qualquer ponto um dos dois iria explodir e não queria complicar a gravidez dela, ainda mais estando no primeiros meses.
Pela manhã, despertou com o sol invadindo uma das portas do quarto. Esfregou os olhos e se espreguiçou, olhou ao redor e não encontrou o marido ou qualquer rastro, seu lado da cama permanecia do mesmo jeito que havia deixado após a discussão, nem mesmo a toalha em cima da cama que era seu pior costume estava por lá.
Levantou se cobrindo com o roupão e seguiu escadas a baixo em direção a cozinha onde se deparou com uma cesta de café da manhã. Frutas, doces, bolos, saches de cafés, caixas de suco entre outras fotos e enfeites, ao lado havia uma carta com sua ortografia junto de uma caixa azul escura de tamanho médio.
Estava errado, deveria ter lhe entregado muito mais que minha alma e coração. Jurei diante Deus e o mundo que tudo o que tenho e terei seria nosso, deveria ter feito isso desde o começo. A partir de hoje terá total acesso a todos os meus bens, contas e tudo o que desejar, liguei ainda pela manhã em todos os bancos e liberei todos os acessos para você, ainda não consegui um cartão em seu nome com um limite tão alto, mas estou cuidando disso, pode ficar com o carro e sair quando quiser, só peço encarecidamente que me avise, ainda me preocupo muito com sua segurança.
Te amo, tenha um bom dia, minha pequena.
Não conteve o sorrio de satisfação ao ver que agora tudo estava em suas mãos, foi muito mais fácil do que poderia imaginar, valeu a pena todo o seu drama.
Correu para o seu quarto, pegou o celular e discou um numero ainda com um sorrio enorme no rosto precisava celebrar tudo isso e tinha de ser da melhor forma.
— Elizangela? Bom dia, te acordei? – dispara ao telefone.
— Bom dia, Katelyn. – responde educadamente. – Não, imagina. Acabo de sair da clinica.
— O que acha de almoçarmos hoje?
— Seria esplêndido.
— Me encontra ao meio-dia?
— Não poderia ser as 14h, tenho que provar a roupa do baile de sexta.
— Perfeito, passarei o endereço. Tenha um bom dia. – encerra o contato.
Arrumou-se apressadamente, pela primeira vez foi fazer o cabelo e as unhas no salão, comprou algumas roupas e até mesmo as joias mais caras que viu.
— É isso, Katelyn Uckermann. – sorri para o seu reflexo no retrovisor antes de arrancar com o carro.
Dentro do escritório, Christopher celebrava que havia terminado todo o seu trabalho acumulado e hoje em especial estava livre pela tarde. – Seria ótimo uma folguinha. – pensou antes de ser interrompido pela secretaria.
— Me desculpe interromper, Senhor. – sorri tímida. – recebi alguns e-mails essa manhã de inúmeras agencias bancarias, me disseram que foi feita uma autorização para a contar ser acessada por terceiros.
— Sim, liberei o acesso para minha esposa.
— Não, não. – o corta. – Sua esposa já foi identificada.
Ele franze o cenho estranhando todo o rumo da conversa.
— Tentaram sacar 25 milhões da sua poupança há algumas minutos.
— Conseguiram retirar?
— Não, inclusive estão solicitando a sua visita a uma agencia o quanto antes para bloquear tudo até que encontre o responsável.
— Vou resolver isso, muito obrigado.
Com um sorriso simpático, se retirou da sala o deixando sozinho mais uma vez. Seu dia havia acabado de se tornar uma dor de cabeça.
Sentou-se e abaixou a cabeça pensando em uma solução para tudo isso, mas foi interrompido pelo celular que tocou de repente. Numero desconhecido.
— Oi?
— Senhor Uckermann, por favor compareça no hospital do centro urgentemente.
— O que aconteceu?
Desejo uma ótima noite a todos ♥
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A Esposa do Senhor Uckermann
FanfictionChristopher Alexander Luís Cassilas Von Uckermann (Senhor Uckermann). 29 anos. Dono de três empresas, ótimo empresário, alvo das mulheres e da mídia, porém casado. katelyn sua esposa, vista pouquíssimas vezes. Misteriosa e discreta. Com apenas três...